O que é uma casa sustentável e porque ela virou tendência e verdadeiro objeto de desejo

A busca por soluções habitacionais sustentáveis tem ganhado cada vez mais relevância na sociedade. Segundo os dados do Green Building Council Brasil (GBC Brasil), consultoria internacional especializada em projetos sustentáveis, o setor de construção civil destaca-se como um dos mais comprometidos em adotar práticas ESG Environmental, Social and Governance (ambientais, sociais e de governança).

O Brasil ocupa o quinto lugar no ranking mundial de projetos sustentáveis, muitos dos quais certificados pela Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) – um sistema internacional que promove certificação e orientação ambiental.  Esses esforços têm contribuído significativamente, resultando em reduções notáveis, como cerca de cerca de 40% de água, 35% das emissões de CO², 30% de energia e 65% dos resíduos de grandes reformas e novas construções.

O número diz respeito a empreendimentos de grande porte, como condomínios residenciais, obras comerciais e industriais. Aos poucos, essa boa prática vem chegando às obras “de varejo”, como as casas residenciais. “As pessoas estão mais conscientes e informadas acerca dos benefícios tanto ambientais como econômicos da sustentabilidade”, diz a arquiteta Andrea Accioly.

Ela explica que os projetos maiores têm influenciados os individuais. Um exemplo é o condomínio horizontal Aldeia Santerê Casa e Natureza, em Terezópolis de Goiás, que está sendo implantado com muitas medidas de sustentabilidade por estar dentro de uma Área de Proteção Ambiental (APA). “Certamente, os projetos das casas também seguirão este padrão, a exemplo de outros condomínios ecológicos já implantados”, diz. A arquiteta deixa 10 dicas para quem está projetando sua casa e deseja que ela esteja em harmonia com a natureza.

Mais sobre o Aldeia Santerê

O projeto também trará soluções de ocupação para evitar que água e sedimentos do condomínio escorram para a barreira do João Leite. Uma delas serão os swales, que são valas de captação com a função de absorver as águas das chuvas para direcioná-las ao lençol freático. Para garantir ainda mais a segurança hídrica, haverá na parte inferior do condomínio uma bacia de detenção e infiltração para receber qualquer resíduo de água ou excedente em caso de chuvas atípicas

Serão 110 mil metros de swales no fundo de todos os lotes e,  junto a eles, haverá um pomar com largura de 15 metros e total de 3900 metros de extensão. Com isso, os moradores não terão vizinhos de fundos, mas sim uma trilha natural de frutas, conceituada como Quintal Santerê. “Será um grande colchão verde nas artérias do condomínio, que trará  maior  umidade, menor temperatura, atração de pássaros e animais”, explica Leandro Daher, também diretor da Tropical Urbanismo.

Outra novidade será a horta com um herbário, em uma área de 600 metros quadrados, para incentivar o plantio de ervas medicinais, temperos e hortifruti, o que inclui também ações educacionais. O condomínio contará a gestão de resíduos sólidos, através da coleta seletiva dos resíduos recicláveis e da compostagem dos resíduos orgânicos. Esses, inclusive, servirão de adubo para a horta e o pomar.