Museu da Imagem e do Som é uma joia lapidada com a cultura e história de Goiás

Foi através do Decreto 3.055, datado em 3 de outubro de 1988, que nasceu em Goiás um dos nossos mais importantes baús de tesouro: O Museu da Imagem e do Som (MIS). Sua unidade inicial, vinculada à Secretaria de Cultura (Secult – GO), foi inaugurada no Centro Cultural Gustav Ritter, em Campinas, sob o objetivo de reunir, preservar, catalogar e divulgar, de maneira criteriosa e ordenada, as várias formas de expressão cultural e histórica de nosso Estado.

Com materiais tanto visuais quanto sonoros, o primeiro edifício sede recebeu reformulações adequadas para o armazenamento destes arquivos. Ocupando quatro salas do térreo, o local recebeu equipamentos e aparelhos de climatização. Em maio de 1988, uma equipe designada pelo Secretário de Cultura ficou encarregada de criar projetos que dariam forma ao Museu.

A equipe criou cerca de cinco projetos. O primeiro e mais importante foi o projeto de adaptação do ambiente escolhido, que previa a compra de equipamentos, materiais de consumo e material permanente. O segundo, tratava-se de um projeto de Aquisição do Acervo que envolvia a forma e o meio de adquirir discos, fitas cassete, fotos, slides e até filmes do desenvolvimento do Estado.

O terceiro projeto previa a Dinamização do Museu, a formação de um banco de dados e a realização de Exposições Temporárias a fim de exibir para a população a história da formação da cidade e do Estado em que vivem. O quarto projeto previa a capacitação de até dez profissionais para administrar esses arquivos e praticar e museologia, cinema e som. Já o último, o Projeto Entorno do Museu, visava a divulgação da memória do bairro onde nascia o Museu, o Setor Campinas.

1989 – Ano de Concretização

Em janeiro de 1989, a instituição responsável pelo desenvolvimento do MIS encaminhou ofícios para diversas instituições de Goiás e do Brasil, solicitando doações de materiais para formação do acervo. As solicitações foram respondidas por diferentes agências de publicidade.

A OMB Propaganda, Makro Filmes e Tanquinho Filmes doaram fitas em VHS compostas por documentários e outras produções. A Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Núcleo de Patrimônio Histórico e Artístico, também atendeu a solicitação e doou cerca de 46 fotos históricas.

Pioneiros

Imagem: Marcos Aleotti Fotografia – Curta Mais

Junto à Secretaria de Comunicação do Estado, os técnicos do Museu realizaram um levantamento que reuniu fotos e negativos que contribuíram com a constituição do Acervo Fotográfico. Eles produziriam o primeiro roteiro para chamada de TV em parceria com uma emissora Estadual, visando a divulgação do recém criado Museu, convocando a comunidade a contribuir com a formação desse acervo.

Em fevereiro daquele mesmo ano, o Museu deu início ao Projeto História Oral. O primeiro reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), professor Colemar Natal e Silva, participou do projeto que envolvia a gravação do primeiro depoimento em vídeo sobre o MIS, em equipamento VHS. Nos meses que se seguiram, entre março e abril, foram gravados outros dois depoimentos com Paulo Gomide Leite e César da Cunha Bastos, políticos pioneiros.

No mês de maio, Eliane Dayrel, professora da UFG faz doação ao MIS de 40 fitas cassete. As fitas, gravadas para a tese de doutorado da professora, possuíam depoimentos de personalidades goianas sobre a atuação do Partido Comunista no Estado de Goiás.

As atividades do Museu começaram em julho de 1989. O quadro de funcionários funcionou, inicialmente, com um museólogo, um historiador, dois técnicos em audiovisual, um jornalista-pesquisador e um auxiliar administrativo.

Em agosto o MIS realiza sua primeira exposição com a narrativa dos 150 Anos de Fotografia. A segunda exposição, em outubro, trazia as memórias dos goianienses pelas lentes de Hélio de Oliveira, com imagens datadas de 1950 a 1970. No mês de novembro, o espaço recebeu sua terceira exposição, “Uma Janela para o Mundo”, por Waldemar Vieira.

Na mesma época, o Museu prestigiou estudiosos do cinema. Com filmes goianos, apresentou exposições como a Mostra João Bênnio; e estrangeiro como a Semana Carlitos, com filmes de Charles Chaplin.

Ao encerrar as atividades daquele ano, em dezembro de 1989, o Museu recebeu uma doação de 747 discos do colecionador Olavo Tormim. No mesmo mês, um representante do MIS foi selecionado para participar do II Fórum Nacional de Museus da Imagem e do Som, realizado em Porto Alegre.

Dias Atuais

Hoje, o Museu da Imagem e do Som possui em sua tutela mais de 150 mil registros impressos, livros, filmes cinematográficos, fotografias, slides, negativos, fitas magnéticas de áudio, fitas magnéticas de vídeo e discos de vinil. Instalado em cerca de quinze salas do Centro Cultural Marietta Telles, na Praça Cívica, é vinculado à Diretoria de Patrimônio Histórico e Artístico, da Agência de Cultura Pedro Ludovico Teixeira.

O MIS possui quatro áreas de atuação: os Acervos Fotográfico, Videográfico, Fonográfico e Cinematográfico. Abriga ainda o Cine Cultura, que passou a ser parte integradora do Museu no ano de 2009, composto por uma sala com exibições de filmes de arte e mostras culturais.

Imagem de Capa: Centro Cultural Marietta Telles Machado, 1999. Eudaldo Guimarães. Goiânia – GO. Acervo MIS|GO.

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Mulheres de Goiás: a história da escritora que usou a literatura para discutir o poder feminino

Marietta Telles Machado nasceu em 1934 na Fazenda Barreirão, no interior do estado de Goiás. Naquela década a França e o Reino Unido declaravam guerra à Alemanha. Enquanto isso, na pequena e recém-nascida cidade de Hidrolândia, no interior de Goiás, Marietta se apaixonava pela literatura.

Aos 16 anos Marietta se mudou para Goiânia com o objetivo de focar em sua vida acadêmica. Aluna do Colégio Santa Clara, em Campinas, foi transferida para o Colégio Lyceu de Goiânia, no Setor Central da Cidade. Na época, o Lyceu era o Colégio mais conceituado da cidade. A instituição formou grandes personalidades goianas como o ex-prefeito Iris Rezende, e o ex-ministro Henrique Meirelles.

A escola visava estudos de qualidade que não se limitavam as quatro paredes de uma sala de aula. O Lyceu de Goiânia trabalhava com a formação educacional englobando as importantes histórias de desenvolvimento de Goiás, Brasil e mundo, além de manifestações e expressões artísticas. Para Marietta Telles a biblioteca do lugar era como um perfeito paraíso. O interesse genuíno pelos livros comunicava o que já estava por vir em sua vida profissional.

Diplomada na faculdade de Direito e Letras pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Marietta atuou como importante formadora desses cursos no processo de desenvolvimento da Universidade. Seu extenso currículo exibe títulos de bibliotecária, contista, conferencista e assessora cultural da Prefeitura Municipal de Goiânia. Na década de 1960 atuou como integrante do Grupo dos Escritores Novos (GEN).

Não apenas escolas ou centros culturais, o nome de Marietta Telles carrega em si o peso de uma grande mulher importante para a literatura brasileira. Marietta era contista e cronista, conferencista e conhecedora das artes em geral. Documentarista, ensaísta, escritora de peça teatral, pesquisadora e produtora de cultura. Sua designação estampa uma boa dezena em antologias de prosa e verso, funciona como verbete em diferentes dicionários da literatura no estado de Goiás e em tantos outros.

Em 1978 Marietta Telles publicou o livro “Narrativas do Quotidiano”. A obra é uma referência o trabalho da artista como mulher escritora. Desenvolvido dentro de doze temáticas variadas em uma atmosfera realista, o conto levanta a importância de discussão do poder feminino. 

No tardar de 1987, Marietta faleceu em casa. O prédio do Centro Cultural Marietta Telles Machado foi construído no estilo art déco no ano de 1933, antes mesmo do nascimento de Marietta. Na época o lugar sediava a Secretaria Geral do Estado. Hoje funciona com o nome de Marietta e abriga importantes administrações de goianas como o Museu da Imagem e do Som. Em 2020 seu nome foi destaque em série produzida pela Alego. A série em questão visa apresentar quem foi o ícone por trás do nome.

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7 motivos para visitar o Centro Cultural Marietta Telles

Localizado na Praça Cívica, ao lado do Palácio das Esmeraldas, o Centro Cultural Marieta Telles é um espaço de incentivo literário e descobertas culturais. O prédio é sede da Secretaria de Cultura de Goiás e abriga bibliotecas, museus, um cinema, e muito mais! Para quem está turistando na cidade de Goiânia ou até mesmo para os goianos que ainda não conhecem o local, o Centro Cultural Marietta Telles vale uma visita. Devido à pandemia da Covid-19, é necessário agendamento prévio.

 

Confira sete motivos incríveis que vão te convencer a frequentar o espaço: 

1- Arquivo Histórico

O Arquivo Histórico Estadual é um dos espaços da Secretaria de Cultura de Goiás que abriga e organiza os documentos mais antigos e históricos do Estado. O local atende pesquisadores, historiadores e outros estudiosos, além de desenvolver investigações sobre a história de Goiás, desde sua fundação até os dias de hoje.

O conjunto de arquivos tem a finalidade de receber, localizar, recolher, reunir, recuperar, preservar, organizar e divulgar o patrimônio documental do poder público, visando estimular estudos e pesquisas que revelem a memória e as raízes históricas goianas.

Os documentos recebidos e produzidos em todas as repartições públicas integram o chamado arquivo corrente. Quando sua procura torna-se esporádica e eventual, passam a fazer parte do chamado arquivo intermediário. Depois disso, os documentos passam por uma análise e são selecionados em função de seu valor histórico/cultural, passando a fazer parte do arquivo permanente.

Funcionamento:

Segunda-feira à Sexta-feira | 9:00h às 17:00h

 Contatos para agendamento: 3201-4656| [email protected]

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Foto: Edgard Soares

2- Museu da Imagem e do Som

Criado em 03 de outubro de 1988, com o objetivo de reunir, preservar, produzir e divulgar as formas de expressão histórica, artística e cultural do Estado registradas em áudio e vídeo, o acervo do MIS-GO é constituído de coleções de discos, fitas cassete, fitas magnéticas de áudio e vídeo, filmes, documentos fotográficos, textuais e bibliográficos.

O local oferece exibição de vídeos para estudantes de nível fundamental, médio e superior, pesquisadores e usuários interessados. Também são realizadas parcerias com escolas das redes estadual e municipal de ensino, por meio de empréstimos de vídeos que complementam o conteúdo didático. Além disso, o Museu promove oficinas nas áreas de conservação de documentos fotográficos, textuais e bibliográficos.

 

Funcionamento:

Terça-feira a Sexta-feira | Das 8:00 às 17:00h

Contatos para agendamento: 62.3201-4625 | [email protected]

3- Biblioteca Braille José Álvares de Azevedo

Voltada ao atendimento específico da população com deficiência visual em Goiás, a biblioteca conta hoje com um enorme e diversificado acervo que vai desde livros didáticos, até obras da literatura adulta e infanto-juvenil nacional, internacional e goiana. Ao todo a Braille conta com cerca de 3 mil títulos em formato braille; mil títulos em áudio e 30 mil livros no formato digital.

O espaço conta com local para leitura onde os visitantes podem consultar os títulos em Braille e em áudio. A biblioteca também faz empréstimos pelo período de 10 dias, mediante cadastro. Além disso, para auxiliar aqueles que preferem realizar a leitura no local, a Braille José Álvares de Azevedo conta com um telecentro formado por microcomputadores com leitores de tela destinados ao uso de pessoas com deficiência visual.

Por meio de contatos por telefone, e-mail ou via redes sociais oficiais, também é possível acessar todo o material da Braille em PDF online.

Funcionamento

Segunda-feira a Sexta-feira

8:00h às 17:00h

Contatos para agendamento: 3201-4648 | [email protected]

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Foto: Edgard Soares

4- Biblioteca Estadual Pio Vargas

Fundada em 28 de junho de 1967, a Biblioteca Estadual Pio Vargas tem muita história para contar.  A biblioteca guarda desde relíquias literárias a repositórios atualizados sobre todas as áreas do conhecimento. No geral são 70 mil obras nacionais e internacionais, com destaque para os 10 mil livros de autores goianos e 4.000 periódicos relacionados ao Estado de Goiás.

Entre os tesouros da biblioteca estão obras dos escritores goianos José Mendonça Teles, Bariani Ortêncio, Miguel Jorge, Cora Coralina e Marieta Telles. “Aqui temos uma cultura de valor inestimável que deve ser reconhecida, consumida e valorizada principalmente pelos goianos”, destaca a bibliotecária Helenir Machado.

Funcionamento:

Segunda-feira a Sexta-feira | 8:00h às 17:00h

Contatos para agendamento: 3201-4653 | [email protected]

5- Gibiteca Jorge Braga

“Um mundo encantado, onde a criança começa a paixão pelos livros” é como a bibliotecária Helenir Machado define a Gibiteca Jorge Braga, pioneira do gênero em Goiás. O local leva o nome de seu idealizador,  um dos maiores cartunistas do país e figura emblemática entre os goianos.

A Gibiteca guarda cerca de 6 mil exemplares de gibis e literatura infantojuvenil, com exemplares raros e coleções completas de  mangás. O local possui um cantinho da leitura com puffs, brinquedos, desenhos para colorir e jogos de tabuleiro. A decoração com personagens famosos da Turma da Mônica e Super Heróis deixa o espaço ainda mais lúdico, despertando a criatividade e o gosto pela leitura em todos que passam por lá.

Funcionamento:

Segunda-feira a Sexta-feira | 8:00h às 17:00h

Contatos para agendamento: 3201-4640 | [email protected]

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Foto: Edgard Soares

6- Cine Cultura

Inaugurado em 15 de julho de 1989, O Cine Cultura é um dos principais espaços de fomento ao audiovisual goiano. A sala de cinema  possui 97 lugares (sendo um espaço para cadeirantes) e exibe filmes de arte e do circuito comercial. O espaço também promove  festivais e mostras especiais.

A sala busca  oferecer para o público uma programação ampla e democrática,  transformando o cinema num espaço de convivência, reflexão e debate aberto a toda a sociedade. Recentemente, o local adquiriu equipamentos de última geração, como projetor de 35 mm e processador de som de 2 canais.  A sala se equipara a qualidade técnica aos grandes cinemas, mas com ingressos em valores acessíveis para todos os públicos.

Devido à pandemia da Covid-19, o Cine Cultura está com as atividades suspensas e retornará assim que as condições sanitárias do Estado forem favoráveis.

7- Arquitetura

O Centro Cultural Marieta Telles é um patrimônio histórico! Ele foi construído em 1933 e serviu primeiro à Secretaria Geral do Estado. Depois,  abrigou o Fórum e a sede da Secretaria da Fazenda. O prédio tem arquitetura art déco, estilo que surgiu na Europa nos anos 20 e serviu de inspiração para o urbanista Attilio Corrêa Lima projetar Goiânia. Sua característica marcante é o design geométrico, com linhas retas e circulares estilizadas. Ao todo, a capital de Goiás tem 22 edificações em art déco, tombadas pelo Instituto Nacional do Patrimônio Artístico Nacional (Iphan), 11 deles estão localizados na Praça Cívica.

 

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