Popular site de bate-papo chega ao fim após 14 anos de existência

Famoso entre o público jovem, o chat por vídeo chamadas, Omegle, anunciou na última quarta-feira (8) o encerramento de suas atividades permanentemente após 14 anos de existência. O anúncio foi feito na página inicial da plataforma.

No comunicado, Leif K-Brooks, fundador da empresa, deixou uma longa carta contando sobre a criação do site e suas aspirações “A Internet abriu as portas para um mundo muito maior, mais diverso e mais vibrante do que eu teria sido capaz de experimentar”.

A plataforma permitia que os participantes conversassem por vídeo, ou por mensagem, com pessoas desconhecidas ‘sorteadas’ aleatoriamente por todo o mundo. Sem necessitar cadastro prévio, a facilidade de acesso fez com que logo, tomasse a graça do público.

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Foto: Divulgação

Definida por alguns como rede social, Omegle ficou conhecida mundialmente assim que estreou, em 2009. No ano de 2010, mais um pico de popularidade foi atingido. Mas durante a pandemia de Covid-19 em 2020, o site atingiu números impressionantes. Foram cerca de 25 a 30 mil usuários simultaneamente usando a plataforma diariamente, quase o dobro da média antes da pandemia.

No Omegle, o usuário poderia (ou não) definir a língua em que se comunicaria, interesses e gostos, mas não a localização geográfica da outra pessoa. Realizando encontros virtuais impensáveis, com pessoas igualmente, impensáveis.

Por conta da facilidade de acesso de qualquer pessoa, o site também se envolveu em diversas polêmicas. Assédio sexual, racismo e diversos crimes de ódio são parte da lista de inúmeros problemas que a empresa já se envolveu.

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Pagina inicial do Omegle com o comunicado de encerramento da plataforma — Foto: Divulgação

Apesar disso, Leif K-Brooks não se escondeu dos problemas, e no comunicado, comentou os casos. “Não pode haver contabilidade honesta do Omegle sem reconhecer que algumas pessoas o usaram indevidamente, inclusive para cometer crimes indizivelmente hediondos.”, disse em um trecho do texto.

Mesmo com as polêmicas, Brooks disse estar tranquilo quanto a seu papel na internet. “Dito tudo isso, a luta contra o crime não é algo que possa ser realmente vencido. É uma batalha sem fim que deve ser travada todos os dias; E mesmo que você faça o melhor trabalho que é possível para você fazer, você pode fazer um estrago considerável, mas você não vai “ganhar” em nenhum sentido absoluto dessa palavra”.

“A batalha pelo Omegle foi perdida, mas a guerra contra o ódio na Internet continua. Praticamente todos os serviços de comunicação online foram sujeitos aos mesmos tipos de ataque que o Omegle; E embora algumas delas sejam empresas muito maiores e com recursos muito maiores, todas elas têm seu ponto de ruptura em algum lugar”. — comentou o CEO.

A plataforma chegou ao fim com um longo pesar, problemas como o fluxo de usuários afetaram, mas conforme o pronunciamento de Leif K-Brooks, o provável fim foi pelas diversas polêmicas difíceis de serem travadas.