Chefs goianos se unem em evento contra o desperdício de alimento em Goiânia

Não jogue comida boa no lixo. É com esse mote que o Slow Food Ipê, convívio goianiense da rede internacional Slow Food, realiza no dia 29 de abril a segunda edição do Disco Xepa Goiânia, onde mais de 20 chefs da capital e região vão preparar receitas saborosas e nutritivas usando exclusivamente a xepa da feira. O evento vai ser durante toda a manhã, na Praça do Ipê, no Setor Bueno, ao lado da feira livre da Rua T-49, e além da degustação vai oferecer diversas oficinas e música, afinal a palavra “disco” não está a toa no nome. Ao todo são mais de 90 voluntários envolvidos.

 

A localização do evento foi definida justamente para conscientizar os consumidores de feira sobre o desperdício de alimento que eles mesmos são responsáveis no local. Mais de 1/3 dos alimentos produzidos no mundo acabam no lixo e 10% destas perdas ocorrem na feira porque o cidadão descarta alimentos considerados “feios” – amassados, deformados e machucados – que ainda estão bons para consumo.

 

Desperdício

Pesquisas apontam que 41 mil toneladas de hortifrutis que poderiam estar nos pratos das famílias brasileiras acabam indo para o lixo todo ano. Seria o suficiente para acabar com a insegurança alimentar no País. Em 2013, 52 milhões de brasileiros sofriam sem acesso à comida de em quantidade ou qualidade necessária. No mundo, existe alimento suficiente para 12 bilhões de pessoas, mas atualmente, apesar de semor 7 bilhões de habitantes, cerca de 900 milhões passam fome. Levantamento feito pelo Instituto Akatu, uma ONG que atua estimulando o consumo consciente, aponta que o brasileiro desperdiça diariamente 205 gramas de comida, o que significa que uma família média de quatro pessoas joga no lixo quase 300 quilos por ano de alimento bom para consumo.

 

Em Goiânia, ainda há poucas iniciativas que buscam enfrentar o problema do desperdício nas feiras e mercados. O Sesc Mesa Brasil e o Ceasa contam com bancos de alimentos há mais de uma década e ambos buscam alimentos que produtores e vendedores descartariam. Só no banco de alimentos do Ceasa, por exemplo, são resgatados antes de irem para o lixo entre 70 e 90 toneladas por mês de alimentos e mais de 1 mil famílias são atendidas com essa comida. No Mesa Brasil, a média está em torno de 75 toneladas de alimentos captados e 489 entidades cadastradas em todo o Estado. A Prefeitura de Goiânia também conta com um banco de alimentos. Fora isso, as outras iniciativas são bastante esporádicas ou pontuais.

 

Com a Disco Xepa, o Slow Food Ipê quer chamar a atenção para a responsabilidade de cada pessoa, não apenas evitando o desperdício, mas estimulando amigos e familiares a fazerem o mesmo. Nossos hábitos são as principais causas do desperdício de alimento. Além do preconceito contra o alimento “feio”, existem comportamentos apontados por pesquisadores que levam a isso, como a fartura, a hospitalidade, a dificuldade em se organizar e planejar tanto na hora da compra como no preparo do alimento ou armazenamento. Consumir a xepa é também uma questão de economia. Quando a feira está perto do fim e só ficam aqueles hortifrutis mais rejeitados, os preços costumam cair até 40% em média.

 

As oficinas ofertadas servem para reforçar a conscientização do consumidor, que terá acesso a cursos para aprender a gerir melhor seus resíduos, descobrir novas fontes de alimentos e novos métodos de preparação, bem como plantar a sua própria comida. Crianças também terão espaço nas oficinas, principalmente aprendendo a lidar com alimentos.

 

A Disco Xepa ocorre simultaneamente em diversas cidades do mundo e faz parte do Disco Xepa Day, organizado pela Rede Slow Food, criada nos anos 80 na Itália em defesa de um alimento bom, limpo e justo. O movimento rapidamente ganhou o mundo e chegou em Goiânia em 2013, por meio do convívio Slow Food Ipê, sempre defendendo uma preocupação maior com a produção da comida, a forma com ela chega ao consumidor e o preparo até chegar à nossa mesa e ao nosso corpo. Para o Slow Food, o alimento que comemos deve ter bom sabor, deve ser cultivado de maneira limpa e os produtores devem receber o que é justo pelo seu trabalho.

 

S E R V I Ç O

Disco Xepa 2ª edição

Quando: 29 de abril (sábado)

Onde: Praça do Ipê – Setor Bueno

Horário: das 07h às 12h

Programação: 

Tenda 1 – com meia hora de duração

– “Horta em vaso”, com Gustavo Wunderlich, paisagista e membro do grupo ComAmor: 7h e 9h

– “PANCs – Do Mato ao Prato”, com José André, mestre em Desenvolvimento Sustentável e fundador do Horto Escola Jardim Vital: 7h30 e 8h30

– “Leites vegetais da xepa”, com Nayara Assunção, ativista e realizadora de eventos para divulgar o veganismo e a alimentação consciente (Go Vegan): 9h e 10h30

– “Compostagem”, com Raquel Pires, bióloga e integrante da Sociedade Resíduo Zero e da Oscip Vida Melhor: 11h e 11h30h

 

Tenda 2 – Para crianças (com uma hora de duração)

– “Brincando de cozinha”, com Bia Lippi, gastrônoma e especialista em confeitaria e docência: 7h e 9h

– “Alimentos que você replanta”, com Nathália Machado, bióloga e fundadora do Nós+Árvores: 8h e 10h

– “Tocar, cantar e reciclar: musicoterapia com crianças”, com Fernanda Valentim e Karylla Amandla: 11h

Tenda 2 – Exposição permanente

“Exposição guiada – energia vital”, com Gregor Kux, fundador do Cerrado Alimentos Orgânicos

 

Foto Capa: Divulgação

Conheça a história dos grandes chefs de cozinha responsáveis pelas delícias que você prova nos restaurantes em Goiânia

Muitas vezes nos apaixonamos por determinados restaurantes e ficamos encantados com os pratos minuciosamente elaborados pra encantar tanto os olhos quando o paladar… Mas, e os responsáveis por isso?

Apesar de parecer mágica, os pratos não vêm do nada – e nem sempre lembramos de agradecer aos chefs pela comida deliciosa que nos é apresentada (até mesmo porque muitas vezes eles nem saem da cozinha), mas hoje vamos lhes apresentar o rosto por trás de cada comida que te conquistou e te deixou fã em Goiânia.

Pronto pra ver de onde vem cada pedacinho que você já provou?

 

Meze – Henrique Pontes

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Henrique Pontes é natural de Goiânia e tem 27 anos. Apesar de ter se formado em Direito, nunca atuou na área – e acabou iniciando o curso de gastronomia no IGA (Instituto Gastronômico das Américas) em 2012. Atualmente é chef e proprietário do Meze Restaurante.

Henrique conta que desde pequeno se interessou por cozinha, e que gostava de ficar observando as pessoas cozinharem. Já adulto, o chef estudou e se dedicou a conhecer culturas e comidas diferentes, viajando pelo mundo para entender melhor como os outros lugares se envolviam com a cozinha. “Me apaixonei pela gastronomia como forma maior de expressão cultural de cada povo e, principalmente, pelo poder de unir pessoas que uma refeição tem”.

Com o apoio dos pais, o jovem teve a oportunidade de realizar o sonho de ter o próprio restaurante. E conta que no Meze a proposta é desenvolver uma gastronomia contemporânea e criativa, utilizando elementos de várias cozinhas que os inspiram. “A técnica francesa, a simplicidade italiana, o frescor dos alimentos do sudeste asiático e a abundância de especiarias do Oriente Médio são minhas maiores referências”.

Sobre a criação dos pratos, Henrique diz que não há uma regra e que busca aliar sabores e texturas que se completam e contrastam. “Além disso, penso sempre na adição de um componente que gere algum tipo de surpresa para o cliente. Gosto bastante de pratos que despertam aquele pensamento de ‘será que isso combina?’ na cabeça das pessoas”.

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“Acredito muito que, em qualquer profissão, o seu trabalho tenha a sua cara. Na gastronomia isso é muito evidente. Então, as criações acabam sempre tendo um pouquinho do nosso gosto pessoal. Mais do que inspiração, o que mais influencia na hora de cozinhar é o seu estado de espírito. Se você está bem, a chance de você fazer algo bom é muito maior. E nada é mais gratificante do que ver que as pessoas conseguem perceber no prato todo o sentimento que uso na hora de cozinhar”.

 

Íz Restaurante – Ian Baiocchi

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Nascido em Goiânia, Goiás, Ian interessou-se pela cozinha logo cedo. Aos cinco anos de idade já ficava na barra da saia da mãe querendo saber o que era aquele cheirinho delicioso que vinha dos fogões.

Ao longo de sua adolescência foi despertando ainda mais a curiosidade pelos produtos, pela maneira de prepará-los, reconhecendo suas cores e sabores.

Em 2007 resolveu estudar Gastronomia, concluindo seus estudos no Centro Universitário SENAC-SP. Inquieto, logo no começo do curso já começou seus trabalhos por São Paulo. Passou pelos melhores lugares da cidade, com destaque para os restaurantes D.O.M., de Alex Atala, Eñe, dos espanhóis Sérgio e Javier Torres e, por fim, o Maní, de Daniel Redondo e Helena Rizzo, onde permaneceu por mais de dois anos amadurecendo dentro da cozinha e construindo a base sólida que carrega hoje em dia. 

Findados seus longos anos na capital paulista, resolveu se aventurar pelo mundo afora. Fixou-se na Espanha, onde trabalhou ao lado dos melhores Chefs do mundo, permanecendo uma temporada dividida entre os atuais 2° e 3° melhores restaurantes do mundo, El Celler de Can Roca e Mugaritz, respectivamente.  Depois dessa experiência única na vida de um cozinheiro, resolveu resgatar suas raízes.

Em 2012 retorna a Goiás e é Chef no Palácio das Esmeraldas. Paralelamente, abriu seu próprio negócio, o Ian Baiocchi Buffet & Catering, que busca transmitir ao público um novo conceito em eventos, uma experiência, no mínimo, multissensorial. 

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Studio Burger – Lucas Cabral

Ele que faz essas delícias de hamburgers:

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Lucas Cabral formou sua própria ciência com base nos conceitos absorvidos na academia (formou-se em Gastronomia pela PUC-Goiás) e também em tudo que viu em viagens pelos quatro cantos do mundo. Em cada destino, nos mais de 30 países visitados, o chef trazia de volta na bagagem os sabores e os segredos das principais cozinhas internacionais.

A opção pela hamburgueria nasceu das experiências vividas mundo afora. Das pequenas vilas aos grandes centros, o sanduíche está sempre presente no cardápio das mais diferentes culturas. E o conceito Premium vem sustentado pelos pilares do negócio.

Com os olhos voltados para Goiânia, Lucas Cabral percebeu um mercado ainda inexplorado. A alta gastronomia que preza pela qualidade, pelo sabor e pela apresentação do burger acima de tudo. “O chefe é o chef. Ele vai estar na cozinha, e não no caixa”.

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Emiliana Azambuja – Consultoria Gastronômica – Ateliê Gastronômico

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A chef Emiliana Azambuja atua há 17 anos no mercado gastronômico. Formou-se no SENAC (SP) em 1997, e passou alguns anos aprendendo com mestres e chefs do The Culinary Institute Of América e fazendo estágios e especializações em centros gastronômicos do Brasil e da Europa.

Fundou em 1998 o Atelier Gastronômico, aqui na capital, que funciona até hoje apresentando e evidenciando a alta gastronomia em eventos da cidade.

Foi Chef do Ano pela revista Veja Goiânia em 2007 e 2012, e ganhou medalha de prata em 2009 no último Global Chefs América. Possui, como consultoria gastronômica, uma cartela de dezenas de estabelecimentos em todo país, e participação pioneira nos festivais gastronômicos em todo Estado de Goiás e Brasil afora.

Azambuja tomou gosto pela gastronomia por influência das avós. Na cozinha, ela apresenta um resumo das experiências que adquiriu em estágios em restaurantes da Itália e Espanha.

Nas mãos de Emiliana, ingredientes característicos da culinária goiana ganham novas formas, como o torresmo que vira farofa e a guariroba que é transformada em sorvete. 

Em 2008 se aventurou em terras baianas e abriu sua primeira casa, o ‘A Brasileira’ – ficando por lá por 2 anos, aprimorando seus temperos e mesclando conhecimentos e sabores do Brasil.

De 2011 a 2013 trabalhou no projeto “EMI Cozinha Emocional”, que tinha como proposta trabalhar receitas com itens orgânicos e ingredientes típicos da culinária regional. Nos últimos anos se dedica aos seus clientes em consultorias, cozinhando, revendo conceitos, sabores em eventos e festivais – e, claro, com o mesmo amor de sempre.

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Armazém Frida – Érika Borba

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Érika Borba é natural de Goiânia, chef e proprietária do Armazém Frida.

Com apenas 27 anos a jovem já passou por vários lugares que acrescentaram leveza, charme e diferencial em seu currículo.

Formada pela Cambury, Érika reconheceu sua paixão pela culinária um pouco mais tarde. Antes era estudante de enfermagem, mas ao longo dos anos descobriu que não era aquilo que buscava fazer na vida. Ao abandonar o curso começou a vender docinhos pra quebrar um galho, e pesquisando mais sobre a área descobriu que a Gastronomia era o seu futuro.

A chef conta que apesar de crescer na cozinha com a mãe e a avó, que era cozinheira, nunca tinha visto aquilo como uma profissão. Depois, em meio a situação que levou Érika ao encontro com os deliciosos docinhos que vendia por aí, a jovem viu no aperto uma possibilidade de crescer com aquilo que fazia de melhor: encantar a todos com suas receitas e seu carinho com a cozinha.

Hoje, no Armazém Frida, a paixão e a dedicação de Érika Borba são notáveis nas deliciosas opções que o cardápio oferece.

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Sablé Patisserie – Adeyc Borges

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Adeyc Borges, 25 anos, é natural de Itaberaí, interior de Goiás. Chegou em Goiânia em 2011, quando decidiu estudar gastronomia na Faculdade Cambury.

Adeyc conta que os 6 primeiros meses da faculdade foram bem difíceis, já que tinha que viajar de Itaberaí para Goiânia todos os dias. Já no 2º semestre, aos 21 anos, se mudou para Goiânia para começar a trabalhar.

O primeiro contato com a confeitaria foi na Cravo e Canela – uma das mais tradicionais de Goiânia – e onde foi indicado pela chef Tati Mendes. Sobre ela, Adeyc diz que “eu amo demais e considero minha ‘mãe’ na confeitaria”. E a partir dali o jovem chef não parou mais: foram 2 anos de muito trabalho e constante aprendizado.

No final de 2013 o curso foi concluído, e mais uma vez indicado pela amiga Tati, Adeyc passou a comandar as sobremesas do Winiká, um dos mais respeitados restaurantes contemporâneos da cidade. E ele permanece no cargo até hoje!

Durante esse meio tempo, Adeyc também passou a trabalhar na Luí, uma confeitaria especializada em doces e chocolates. E diz que a intensa rotina (de 16 horas por dia!) o mostrou que pra atingir um objetivo é necessário suar e se esforçar.

Apesar de afirmar que ainda tem que aprender todos os dias, Adeyc Borges diz que já reconhece onde chegou – e no final de 2015 deu início ao projeto da Sablé, que tem em sociedade com Sérgio Paiva.

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Armazém do Churrasqueiro – Luiz Fiori

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Luiz Fiori é paulista radicado em Goiânia (mudou-se pra cá em 2007), chef do Armazém do Churrasqueiro e autor do blog Academia do Churrasco.

Após anos criando gado nas fazendas da família em Goiás, Fiori acabou adquirindo ampla experiência com carne bovina. Unindo isso à sua paixão por churrasco, Luiz encontrou motivação para se tornar um chef de cozinha exemplar.

Depois de anos de aprimoramento e envolvimento com o melhor da gastronomia, hoje ele é mestre churrasqueiro e trabalha fazendo eventos especificamente na área de carnes na brasa há mais de 10 anos.

Luiz Fiori acabou se tornando um especialista em cozinha rústica à base de lenha e carvão, e depois de 10 anos à frente do restaurante Armazém do Churrasqueiro acabou se tornando um dos mais respeitados chefs quando o assunto é carne assada.

E o trabalho não para na cozinha, Fiori também ministra aulas para aqueles que buscam saber um pouco mais sobre churrasco e cozinha rústica – desse jeito passa seu conhecimento e sua experiência para aqueles que querem ter mais habilidade com a carne e a brasa.

 

Kabanas

Flamboyant – Valérie Lafay

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Valérie Lafay nasceu em Paris, na França, e cresceu em Cassis no Sul do seu país natal. Desde muito jovem Valérie Lafay já colecionava títulos na arte culinária. Chegou ao Brasil com 18 anos e vem de uma tradicionalíssima família da França, com a qual aprendeu tudo sobre a gastronomia de sua terra. Desde 2012, está na equipe Kabanas, inicialmente no buffet, e depois no novo restaurante da marca, onde implementou o cardápio da unidade e valorizou as sobremesas. 

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Bueno – Leandro Garden

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Nascido em Brasília e criado em São Paulo, começou a cozinhar com a mãe, ajudando a cuidar dos irmãos. Estudou em São Paulo cozinha francesa, italiana, espanhola, brasileira e molecular. Voltou para Brasília, onde trabalhou no grupo Fasano, no restaurante Gero, e viveu uma temporada no Hotel Fasano do Uruguai.

Foi escolhido para chefiar a cozinha do Kabanas Bueno em Goiânia, onde é responsável por novidades como menu degustação de pastas. 

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