Encol: a construtora goiana que teve uma ascensão meteórica e uma queda estrondosa
Se você está acima dos 30 anos, há grandes chances de já ter ouvido falar da Encol. A construtora e incorporadora se destacou ao oferecer imóveis populares para a classe média.
Com anúncios espalhados pelas principais mídias do país, a empresa alcançou o topo do mercado imobiliário brasileiro, surgindo como a maior construtora do país na década de 90. No entanto, problemas com a direção e com o Banco do Brasil acabaram levando a Encol a uma grave crise de inadimplência.
A intervenção do banco aliada a rumores espalhados na mídia, resultaram na falência da Encol em 1999, deixando diversos projetos inacabados e muitos clientes sem seus imóveis. Mais de 30 bancos se juntaram na tentativa de salvar a companhia, mas sem sucesso.
A Encol faliu deixando uma dívida de R$2 bilhões. O fundador da empresa, Pedro Paulo de Souza, alega que houve um complô dentro do Banco do Brasil para acabar com a Encol.
Em 1994, o Ministério Público abriu um inquérito contra a Encol por suspeita de sonegação fiscal e notas fiscais falsas, mas o caso não foi comprovado. Esse episódio abalou a confiança na empresa, e os esforços para negociar a dívida com o Banco do Brasil foram prejudicados pela intervenção na companhia.
Em janeiro de 1997, um consórcio bancário de 38 instituições tentou encontrar uma alternativa para o problema dos credores da Encol, mas sem sucesso. Após intervenções desastrosas do Banco do Brasil na empresa, a Encol teve que declarar concordata no final do mesmo ano.
Pedro Paulo de Souza foi preso em 2010 por crime contra o sistema financeiro, mas conseguiu um habeas corpus um dia depois. Segundo o Ministério Público Federal, ele foi condenado em 2000 a quatro anos e dois meses de prisão em regime semiaberto e 266 dias de multa. A pena prescreveu em 2006, antes de Souza completar 70 anos e antes do processo ser concluído em 2010.
Embora sua trajetória como gigante da construção civil brasileira tenha chegado ao fim de forma trágica, a Encol ainda é lembrada por suas facilidades de pagamento e por seus esforços em atender a classe média. no entanto, fica o alerta para a má administração e para o papel do poder público na condução das empresas e investimentos no país.