Conheça o lugar onde você pisa em dois continentes ao mesmo tempo

A Islândia, um país de paisagens surreais e fenômenos naturais únicos, esconde um segredo subaquático fascinante: Silfra, lugar que tem uma fenda entre dois continentes. Silfra te permite pisar na América e na Europa ao mesmo tempo.

Neste mergulho único, você pode literalmente tocar dois mundos ao mesmo tempo, enquanto explora as águas cristalinas de Silfra, situada a apenas uma hora de Reykjavik.

Conheça o lugar onde você pisa em dois continentes ao mesmo tempo

Foto: Viver a Viagem

Silfra, uma fissura entre placas tectônicas, é alimentada por águas frescas provenientes das nascentes do Parque Nacional Thingvellir.

Originada por terremotos em 1789, essa fenda corta uma nascente subterrânea, filtrada por lava porosa, que leva até 100 anos para alcançar Silfra.

Conheça o lugar onde você pisa em dois continentes ao mesmo tempo

Foto: Qual Viagem

A água resultante, incrivelmente pura, oferece visibilidade subaquática de mais de 100 metros, mantendo-se entre 2°C e 4°C durante todo o ano.

 

Lugar que oferece um mergulho para pisar em dois continentes ao mesmo tempo

Conheça o lugar onde você pisa em dois continentes ao mesmo tempo

Foto: Felipe Pequeno Viajante

Mergulhar ou fazer snorkelling em Silfra é uma jornada emocionante e relaxante.

Considerada um dos cinco melhores locais de mergulho do mundo, Silfra proporciona uma visão única da história geológica do planeta.

A Borealis Expedições é uma empresa que inclui esse destino em muitos roteiros pela Islândia, oferecendo a oportunidade de explorar essa maravilha subaquática.

 

Silfra: Uma Fronteira Geológica entre Dois Continentes

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Foto: Sapo Viagens

Situada entre as placas tectônicas Norte-Americana e Eurasiática, Silfra está no ponto de encontro de dois continentes em constante afastamento, cerca de dois centímetros por ano.

Essa fenda, localizada no coração do Parque Nacional Thingvellir, revela corredores de rochas submersas, criando um espetáculo de cores e formas subaquáticas.

 

Uma Paleta Subaquática

Reflexos laranjas se misturam com tons de azul enquanto você explora essa fenda de 60 metros de profundidade. A areia bege e algas verdes fosforescentes completam essa paleta de cores vibrantes.

Toda a região está na Dorsal Meso-Atlântica, tornando-se uma das áreas vulcânicas mais ativas do mundo.

 

A Jornada da Água Pura de Silfra

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Foto: Felipe Pequeno Viajante

Formada por um terremoto há mais de dois séculos, Silfra é alimentada pelo derretimento da geleira Langjökull. A água segue um túnel subterrâneo de aproximadamente 50 quilômetros, filtrando-se através de rochas vulcânicas.

O instrutor de mergulho francês Thomas Gov destacou em entrevista ao GHZ, que esse sistema único proporciona uma água extraordinariamente clara, resultando em visibilidade subaquática incomparável.

 

Mais sobre a experiência do mergulho em Silfra

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Foto: Viver a Viagem

Antes de entrar nas águas geladas, os exploradores são equipados com roupas de mergulho, luvas, óculos e nadadeiras. Esse equipamento essencial permite flutuar à superfície em águas entre 2°C e 3°C durante o ano todo.

Apesar do frio, a visão deslumbrante e a experiência única compensam, tornando o mergulho com snorkel a atividade mais popular. Os certificados podem até mesmo explorar Silfra com cilindro a uma profundidade de até 18 metros.

 

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Silfra não é apenas uma fenda entre continentes; é uma janela para a incrível geologia da Terra.

Então, que tal embarcar conosco nessa jornada subaquática única e testemunhar a fronteira entre dois mundos?

Silfra aguarda, pronta para revelar seus segredos submersos.

Floresta fossilizada de 290 milhões de anos é descoberta no Brasil

Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) possibilitou à ciência abrir uma janela para viajar no tempo e estudar uma floresta composta por 164 árvores de cerca de 290 milhões de anos, quando o mundo começava a ter os continentes divididos, em uma transição da deriva continental entre os períodos do megacontinente Pangeia e o antigo paleocontinente Gondwana.

 

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A floresta era formada por árvores de uma linhagem chamada licófitas de Ortigueira, plantas que mediam até 18 metros e cresciam em áreas frequentemente inundadas por água salgada.

A descoberta, feita durante uma pesquisa de doutorado da estudante do Programa de Pós-Graduação em Geologia da UFPR Thammy Ellin Mottin, foi publicada no periódico Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology.

Em nota publicada pela federal do Paraná, a pesquisadora diz que as árvores encontradas fossilizadas “estão preservadas dentro da rocha da exata maneira em que viviam”, guardando as características de um ecossistema que existia há cerca de 290 milhões de anos.

Posição original

Thammy acrescenta que os fósseis encontrados apresentam plantas preservadas na posição original (vertical), o que é considerado algo extremamente raro, “especialmente no paleocontinente Gondwana”.

Segundo a UFPR, até hoje, só há relato de mais dois locais com plantas da linhagem preservadas desta forma. Um desses locais é na Patagônia argentina e outro, no Rio Grande do Sul, “regiões em que o número de licófitas é bem menor e cujos caules se encontram deformados verticalmente”.

De acordo nota divulgada pela universidade, as licófitas de Ortigueira recém-descobertas não estão comprimidas como as de outros lugares, o que permite “uma reconstrução da planta com mais fidelidade”, proporcionando noções mais precisas sobre como essas árvores eram distribuídas no terreno, bem como sobre a quantidade de plantas por hectare, a relação delas entre si e sua interação com o ambiente, entre outros aspectos.

Thammy acrescenta que o sistema de raízes das árvores encontradas nunca havia sido descrito em licófitas do Gondwana. “O sistema de raízes forma lobos que partem da base dos caules, cuja função seria a ancoragem da planta no substrato.”

Ela destaca que, ao associar o estudo com outros trabalhos científicos, foi possível, aos pesquisadores brasileiros, reconstruir o ambiente em que a floresta viveu e a forma como as plantas morreram. A floresta era banhada pelo antigo Oceano Panthalassa, em uma região costeira que sofria influência da água doce dos rios e da água salgada do mar.

Inundação

As plantas viviam nessa transição entre terra e mar, em algo semelhante ao que seria uma região de manguezal. “Elas ocupavam um substrato frequentemente inundado”, explica a pesquisadora. Fortes chuvas, então, causaram uma inundação fluvial, com o transbordamento da água dos rios, evento que contém, além de água doce, grande quantidade de sedimentos, entre partículas de areia e argila.

“Presume-se que os sedimentos foram cobrindo as árvores progressivamente, levando à asfixia e à compressão das raízes. O soterramento continuou até o ponto em que a parte superior das licófitas colapsou, deixando exposta parte do caule. A parte interior do caule foi sendo removida pela ação da água e foi preenchida por sedimentos que ainda chegavam e que terminaram por soterrar completamente a floresta”, detalha a doutoranda.

De acordo com Thammy, supõe-se que todo esse processo ocorreu rapidamente no tempo geológico, em questão de dias ou poucos anos, enquanto um processo de fossilização em condições normais costuma demorar milhares ou milhões de anos.

Piscar de olhos

“No tempo geológico, esse período de dias a poucos anos é comparável a um piscar de olhos. Nesses casos, o que vemos atualmente nessa floresta é muito fidedigno ao que era o ecossistema da época em que vivia”, explica Thammy.

Ela acrescenta que as informações obtidas por meio de plantas fossilizadas podem revelar aspectos da evolução biológica, datação e reconstituição da história geológica da Terra, ecossistemas e climas do passado; e que muitas dessas informações são difíceis de recuperar pois, durante sua vida ou morte, as plantas colapsam e são levadas para longe de seu habitat, perdendo suas características originais.

Nesse sentido, a vegetação fossilizada descoberta no Paraná torna-se ainda mais relevante “devido à sua rara fossilização instantânea”, o que torna seus elementos extremamente fiéis. Assim, o achado acaba por ajudar a traçar o clima existente na época, “demonstrando que uma importante mudança climática ocorreu naquele período, com a passagem de uma forte glaciação para um período de clima mais quente, chamado pós-glacial.”

 

*Agência Brasil

Imagem: Thammy Mottin