Em um balé de sedução e intriga palaciana, nova aposta da Netflix resgata a magia dos contos de fadas e conquista o Top 10
Charmosa e com um toque leve de comédia romântica, a nova produção da Netflix, “Ehrengard – A Ninfa do Lago”, já conseguiu seduzir o público, alcançando o terceiro lugar entre os mais assistidos da plataforma.
A trama se desenrola no pitoresco reino de Babenhausen, onde a grã-duquesa está obstinada a garantir herdeiros para o trono. Para isso, contrata o sedutor Cazotte, uma espécie de ‘especialista na arte da conquista’, com a missão de encontrar a mulher perfeita para o introvertido príncipe, além de ensiná-lo os meandros da arte da sedução. É claro que em meio a tantos ensinamentos e peripécias, o plano sai dos eixos, levando a intrigas palacianas e amores inesperados.
Em meio à busca por uma futura princesa, a narrativa ganha profundidade e doçura com o surgimento de um romance entre Cazotte e Ehrengard, a encantadora dama de honra que lhe mostra que o amor verdadeiro vai muito além das técnicas de sedução. A relação entre eles nos lembra que o amor pode ser mais simples e mais genuíno do que os jogos de poder e sedução em que estão imersos.
Dirigido por Bille August, o filme é uma adaptação de uma obra de Karen Blixen e é uma verdadeira ode aos contos de fadas clássicos, com um toque de modernidade, fugindo das tramas feministas revolucionárias e apostando em uma história leve e divertida. Anders Frithiof August assina o roteiro, apresentando uma narrativa que flui com suavidade, recheada de encanto e beleza.
Uma apoteose visual e uma volta às raízes para Bille August
O destaque especial vai para a direção de arte e o figurino, que surpreendem pelo tratamento primoroso e pelo requinte, contrastando vivamente com muitas produções feitas para streaming. O filme nos leva para uma viagem no tempo, onde a inocência prevalece, e a delicadeza da ambientação nos remete a um período menos violento nas relações humanas.
A atuação sólida e harmoniosa do elenco, com destaque para Sidse Babett Knudsen, que entrega uma performance cativante e precisa, eleva a produção a um patamar mais elevado de sofisticação. Seu trabalho minucioso na construção da personagem oferece um olhar fresco e intrigante sobre o universo feminino retratado no filme, mostrando que há espaço para suavidade e graciosidade nas tramas contemporâneas.
Mikkel Boe Følsgaard também merece aplausos por sua atuação competente, conduzindo a narrativa com uma mistura de sutileza e frescor que conquista os espectadores. O ator, que já brilhou em produções como “O Amante da Rainha”, mostra mais uma vez sua capacidade de dar vida a personagens complexos e multifacetados.
Um resgate do encanto das narrativas clássicas
Bille August, um veterano com duas Palmas de Ouro no currículo, retorna com uma produção que valoriza o encanto e a simplicidade, em contraponto às tramas densas e carregadas que muitas vezes permeiam o universo dos contos de fadas.
“Ehrengard – A Ninfa do Lago” surge como uma lufada de ar fresco, resgatando a leveza dos romances clássicos e proporcionando aos espectadores uma viagem delicada e divertida pelos corredores do palácio de Babenhausen, com seus personagens carismáticos e cenários deslumbrantes.
Em um momento em que a indústria do cinema busca incessantemente por narrativas revolucionárias, a aposta da Netflix em uma trama suave e encantadora, guiada pelas mãos habilidosas de August, apresenta-se como uma escolha acertada. A obra convida o público a se despir de preconceitos e a mergulhar em uma história de amor que, acima de tudo, valoriza a pureza e a beleza das conexões humanas.
Ao assistirmos “Ehrengard – A Ninfa do Lago”, somos convidados a refletir sobre o verdadeiro significado do amor, em uma trama que, mesmo seguindo um roteiro previsível, encanta e surpreende pela leveza e pela habilidade de retratar o amor de forma pura e genuína.
Preparem a pipoca e deixem-se envolver por essa história leve e apaixonante que promete conquistar corações e garantir boas risadas. A ninfa do lago espera por vocês na Netflix, pronta para mostrar que o amor verdadeiro pode surgir onde menos esperamos e de maneira mais encantadora do que podemos imaginar.