Cerrado pode entrar nas discussões da COP28

A 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, mais conhecida como COP 28, será realizada entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O evento que discute algumas das principais questões socioambientais do planeta, pode incluir em seus assuntos a preservação do Cerrado. 

O pedido de inclusão da pauta foi assinado por mais de 45 pesquisadores de todo o mundo, incluindo cinco professores  da Universidade Federal de Goiás (UFG). A carta foi publicada na revista científica Nature Ecology & Evolution na última segunda-feira, dia 6.

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Foto: Divulgação

“Tradicionalmente existe essa ideia de que o Cerrado é um bioma menos importante porque não tem ‘florestas’ ou ‘matas’ em maior proporção, e a imagem que as pessoas e os tomadores de decisão têm é de que são áreas abertas que não têm muita biodiversidade”, afirma o professor José Alexandre Felizola Diniz Filho, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e vice-coordenador do PPGEcoEvol, que foi um dos signatários do pedido.

O texto aponta que o mundo se preocupa em salvar as florestas, e se esquece de outras riquezas naturais que também merecem proteção. O Cerrado brasileiro, por exemplo, é um bioma cheio de vida e de benefícios para o planeta, mas é ignorado por não valorizarem a sua diversidade e os seus serviços ecossistêmicos.

O Cerrado em Goiás
O Cerrado é predominantemente o principal bioma de Goiás. Originalmente, o Cerrado cobria cerca de 70% do território do estado, mas com o desmatamento e falta de preservação, o bioma tem diminuído cada vez mais, ano após ano.

Além de Goiás, o ecossistema cobre 22% do território brasileiro, e é o maior da América Latina, e o segundo maior do mundo.

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Foto: Divulgação

Empresa goiana é selecionada para representar Brasil na COP27

O mundo vai poder conhecer o exemplo positivo da agricultura sustentável praticada por uma empresa de Goiás, durante a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (COP27). 
 
Isso porque o sistema produtivo da Fazenda Jerivá, onde são produzidos; milho, leite, frango caipira, ovos caipira, suínos e verduras orgânicas vendidos nos restaurantes, empórios e lanchonetes da tradicional rede de alimentação goiana Jerivá, foi o escolhido pelo Banco do Brasil, entre 40 projetos nacionais que concorreram à vaga, para representar o país no Pavilhão Brasil na COP27.

O que mundo vai conhecer

Na fazenda localizada no município de Abadiânia (GO), a empresa estruturou uma unidade agrícola focada no reaproveitamento de recursos naturais, para manter uma produção integrada e sustentável.

Rejeitos, como esterco de vaca, esterco suíno, cama de frango, bagaço de laranja e de cana, palha de milho e sabugo e resíduos vegetais, são usados para compostagem e transformados em 1.200 toneladas de adubo de alta qualidade/ ano. Esse material compostado é utilizado para adubar os 150 hectares da Fazenda Jerivá destinados ao cultivo do milho e à horta orgânica.

Além disso, o esterco líquido (parte líquida retirada do esterco) da pecuária leiteira e da suinocultura tem como destino o biodigestor, onde ocorre a fermentação e a liberação de biogás (metano e CO2), que, no gerador, transforma-se em energia elétrica. O líquido que sobra na usina de biogás ainda é aproveitado na irrigação da fazenda.

As ações de agricultura sustentável na Fazenda Jerivá tiveram início em 2017. E o volume da produção de adubo e de energia vem sendo uma crescente. Para se ter uma ideia, no primeiro ano, foram produzidas 200 toneladas de adubo. Após cinco anos, esse resultado foi multiplicado por seis.  

 
COP27
A 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (COP27) está em andamento na cidade de Sharm el-Sheikh, no Egito. O evento  teve início no dia 6 de novembro e segue até o próximo dia 18.

 

 
Foto: Divulgação