Físicos descobrem por acaso uma nova fórmula do número Pi (π)

Pesquisando a fundo a audaciosa teoria das cordas, que busca unificar relatividade geral e mecânico quântica, dois físicos indianos acabaram descobrindo uma maneira mais fácil de observar o Pi (π), a icônica razão entre o comprimento de uma circunferência e o seu diâmetro. Além da teoria das cordas, a descoberta pode ter implicações em outras áreas da ciência e da matemática.

O número pi, representado pela letra grega π, é uma das constantes mais conhecidas e mais importantes da Matemática. Como é um número irracional, ele é uma dízima não periódica e possui infinitas casas decimais, então é comum utilizarmos uma aproximação do valor de π para a resolução de problemas.

Esse número é uma constante, e o seu valor é de aproximadamente 3,141592653…, mas a aproximação mais utilizada para o valor de π é 3,14. O número π é utilizado em cálculos que envolvem formas circulares, como o cálculo do comprimento da circunferência, o cálculo da área do círculo e cálculos envolvendo esferas, cones e cilindros.”

Em um artigo publicado recentemente na Physical Review Letters, os autores apontam que a nova representação do Pi permite uma manipulação mais eficiente dessa constante matemática durante a resolução de processos físicos complexos. Uma das aplicações é analisar as interações entre partículas durante o chamado espalhamento quântico.

Falando do entusiasmo pela descoberta da nova abordagem, o coautor Aninda Sinha, do Instituto Indiano de Ciência, explicou que estava, com seu colega Arnab Priya Saha “estudando física de altas energias na teoria quântica e tentando desenvolver um modelo com parâmetros mais simples e precisos para entender como as partículas interagem”

Como os dois físicos chegaram à nova forma de calcular o Pi?

Em um comunicado à imprensa, os autores explicam que, utilizada dentro de determinados parâmetros, a nova fórmula atinge resultados muito parecidos com uma antiga representação do Pi no século XV, feita pelo matemático indiano Sangamagrama Madhava, que foi a primeira registrada na história.

A ideia de Sinha era representar matematicamente as interações de partículas subatômicas, usando o menor número possível de fatores simples. Ele precisava descrever as interações de partículas estranhas e difíceis de vislumbrar emitidas durante um “problema de otimização”, que envolve combinações da massa, vibrações e movimentos erráticos desses elementos.

Empregando uma antiga ferramenta da eletrodinâmica quântica chamada diagrama de Feynman, eles obtiveram um modelo de interações de partículas capazes de capturar “todas as principais características vibrantes até um certo nível de energia”, diz o estudo. Mas isso acabou resultando em uma nova fórmula para o Pi muito parecida com a histórica representação de Madhava.

Quais os usos práticos da nova fórmula de calcular o Pi?

Em seu artigo, Saha e Sinha explicam que, embora sua descoberta serja puramente teórica, “uma das perspectivas mais interessantes das novas representações neste artigo é usar modificações adequadas delas para reexaminar dados experimentais de espalhamento de hádrons”, experimentos realizados em aceleradores de partículas.

Outra aplicação prática do “novo Pi”, segundo a dupla, é na conexão com a “holografia celestial”. Essa hipótese propõe que as informações sobre o que ocorre em um espaço tridimensional podem ser codificadas em uma superfície bidimensional circundante. Na cosmologia, esse paradigma é explorado na teoria das cordas e na teoria quântica de campos.

Embora a nova fórmula de calcular o Pi se mostre promissora, alguns teóricos do Departamento de Matemática da Universidade de Columbia discordam de sua precisão.

 

 

*Fonte: Tecmundo

Veja também:

Zelândia: Novo continente de 4,9 milhões de km² é descoberto após mais de 300 anos

Uma pesquisa realizada por um grupo de geólogos e sismólogos descobriram um continente que, por muitos anos, se escondeu à vista de todos: no meio do Oceano. Os detalhes da pesquisa foram publicados na revista Tectonics. 

Segundo relatório divulgado pela BBC, o continente denominado como “Te Riu-a-Maui”, ou “Zelândia”, conta com vasto território de 4,9 milhões de km² – ou 6x o tamanho de Madagascar – dos quais 94% está submerso. Os outros 6% correspondem à Nova Zelândia. 

Para a descoberta, os pesquisadores precisaram usar dados obtidos de amostras de rochas dragadas, recuperadas do fundo do oceano, resultando no mapa recém-refinado da Zelândia. 

“Este é um exemplo de como algo muito óbvio pode demorar para ser descoberto”, diz Andy Tulloch, geólogo do Instituto de Pesquisa Crown da Nova Zelândia, GNS Science, integrante da equipe responsável pela pesquisa.

 Mapa

O estudo

Por estar submerso no oceano, o novo continente torna-se um material difícil de ser estudado. Tudo que os cientistas têm no momento são coleções de rochas e outras amostras sedimentares retiradas da água. 

Como parte de um estudo secundário, as amostras foram usadas para análise de dados sísmicos da região. Durante o período de testes, os cientistas perceberam padrões geológicos na Antártida Ocidental, que sugerem a possibilidade de uma zona de subducção perto do Planalto de Campbell, costa oeste da Nova Zelândia.

Pesquisadores encontraram ainda anomalias magnéticas naquela região, o que vai contra as teorias que apontam para um deslizamento na falha de Campbell, segundo aponta o artigo divulgado. 

O mapa, recentemente refinado, mostra a localização do eixo do arco magmático do continente e outras importantes características geológicas importantes que ainda não foram divulgadas. 

Imagem: Reprodução

Quer receber nossas dicas e notícias em primeira mão? É só entrar em um dos grupos do Curta Mais. Basta clicar AQUI e escolher.