Como fazer a devolução de um Pix

Prático, rápido e seguro, o Pix logo se tornou o meio de pagamento preferido dos brasileiros. Mesmo em meio a essa popularidade, algumas dúvidas sobre seu funcionamento ainda persistem: é possível devolver um Pix recebido por engano? E cancelar um Pix feito? Veja o que fazer.

O Pix, sistema de pagamento instantâneo brasileiro, conquistou a confiança dos usuários devido à sua praticidade. Entretanto, dúvidas sobre a devolução de pagamentos indevidos ainda geram incertezas. Vamos desvendar o passo a passo para devolver um Pix recebido por engano.

Como devolver um Pix?

A devolução do valor recebido por meio do Pix é simples e pode ser feita voluntariamente. “Basta acessar a transação que você quer devolver no aplicativo do seu banco e efetuar a devolução”, esclarece o Banco Central. Ao selecionar a transação no aplicativo, a opção “devolver” geralmente estará disponível, permitindo a devolução do valor total ou parcial.

Não é necessário ter a chave Pix do remetente. A devolução pode ser realizada sem entrar em contato com o remetente ou ter em mãos dados como telefone, e-mail ou CPF. Basta não reconhecer a transferência Pix ou desejar devolver o valor recebido.

Os clientes também têm a opção de comunicar o banco sobre o recebimento indevido do Pix. Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), a instituição financeira tomará as medidas necessárias para corrigir a situação.

Passo a passo para devolver um Pix:

  • Entre na área Pix do app do seu banco.
  • Clique em extrato Pix.
  • Selecione a transferência.
  • Clique na opção “Devolver”.
  • Revise as informações.
  • Confirme o valor a ser devolvido (pode ser a quantia total ou parcial).
  • Aperte o botão “Confirmar devolução”.
  • Digite a sua senha e pronto.

E se eu mandei um Pix para a pessoa errada?

Não é possível cancelar um Pix, exceto em casos de fraude ou falha do banco. Caso tenha enviado um Pix para a pessoa errada, a primeira ação é tentar entrar em contato com o destinatário. Se não obtiver sucesso, é possível solicitar ajuda ao banco, informando sobre o equívoco.

A devolução, nesses casos, deve partir de quem recebeu o dinheiro. Se as tentativas de recuperação não forem bem-sucedidas, o cliente pode registrar um boletim de ocorrência. Isso permitirá que a pessoa que recebeu o Pix por engano seja acionada pela Justiça e obrigada a devolver os valores.

 

*Fonte: UOL Economia

 

Veja também:

 

PIX completa um ano e ganha nova funcionalidade

No aniversário de um ano, o Pix, sistema de pagamento instantâneo do Banco Central (BC), ganha nova funcionalidade. Entra em vigor hoje (16) o Mecanismo Especial de Devolução, que agilizará o ressarcimento ao usuário vítima de fraude ou de falha operacional das instituições financeiras.

O mecanismo está regulamentado por uma resolução editada pelo BC em junho. Desde então, as instituições financeiras estavam se adaptando aos procedimentos.

Até agora, em uma eventual fraude ou falha operacional, as instituições envolvidas precisavam estabelecer procedimentos operacionais bilaterais para devolver o dinheiro. Segundo o BC, isso dificultava o processo e aumentava o tempo necessário para que o caso fosse analisado e finalizado. Com o Mecanismo Especial de Devolução, as regras e os procedimentos serão padronizados.

Pix Saque e Troco

Outras novidades para o Pix virão em breve. A partir do dia 29 estarão disponíveis o Pix Saque e o Pix Troco, que permitem o saque em espécie e a obtenção de troco em estabelecimentos comerciais e outros lugares de circulação pública.

No Pix Saque, o cliente poderá fazer saques em qualquer ponto que ofertar o serviço, como comércios e caixas eletrônicos, tanto em terminais compartilhados quanto da própria instituição financeira. Nessa modalidade, o correntista apontará a câmera do celular para um código QR (versão avançada do código de barras), fará um Pix para o estabelecimento ou para a instituição financeira e retirará o dinheiro na boca do caixa.

O Pix Troco permite o saque durante o pagamento de uma compra. O cliente fará um Pix equivalente à soma da compra e do saque e receberá a diferença como troco em espécie. O extrato do cliente especificará a parcela destinada à compra e a quantia sacada como troco.

Open banking

Ainda neste trimestre, o BC pretende estender o iniciador de pagamentos ao Pix. Por meio dessa ferramenta, existente para pagamentos por redes sociais e por aplicativos de compras e de mensagens, o cliente recebe um link com os dados da transação e confirma o pagamento.

Atualmente, o iniciador de pagamentos existe para compras com cartões de crédito e de débito. O BC pretende ampliar a ferramenta para o Pix, o que só será possível por causa da terceira fase do open banking (compartilhamento de dados entre instituições financeiras), que entrou em vigor no fim de outubro.

Com a troca de informações, o cliente poderá fazer transações Pix sem abrir o aplicativo da instituição financeira, como ocorre hoje. O usuário apenas clicará no link e informa a senha ou a biometria da conta corrente para concluir a transação. Tudo sem sair do site de compras, do aplicativo de entregas ou da rede social.

Estatísticas

Até o fim de outubro, segundo os dados mais recentes do BC, o Pix tinha 348,1 milhões de chaves cadastradas por 112,65 milhões de usuários. Desse total, 105,24 milhões são pessoas físicas e 7,41, pessoas jurídicas. Cada pessoa física pode cadastrar até cinco chaves Pix e cada pessoa jurídica, até 20. As chaves podem ser distribuídas em um ou mais bancos.

Em um ano de funcionamento, o volume de transações pelo Pix deu um salto. Em outubro, o sistema de pagamentos instantâneos movimentou R$ 502 bilhões, contra R$ 25,1 bilhões liquidados em novembro do ano passado. Segundo o Banco Central, 75% das transações do Pix em outubro ocorreram entre pessoas físicas, contra 87% no primeiro mês de funcionamento. Os pagamentos de pessoa física para empresa saltaram de 5% para 16% no mesmo período.

Empresas e governo

O aumento nos pagamentos a empresas decorre de funcionalidades adicionadas ao longo deste ano para estimular o recebimento de Pix por empresas e prestadores de serviço. Em maio, começou a funcionar o Pix Cobrança, que substitui o boleto bancário e permite o pagamento instantâneo por meio de um código QR (versão avançada do código de barras) fotografado com a câmera do celular.

Em julho, começou a ser ofertado o Pix Agendado, que permite o agendamento de cobranças, com a definição de uma data futura para a transação. Em setembro, o oferecimento da funcionalidade por todas as instituições financeiras passou a ser obrigatório.

As transações entre pessoas físicas e o governo aumentaram de R$ 2,25 milhões em novembro de 2020 para R$ 409,83 milhões em outubro deste ano. Apesar de pequenas em relação ao total movimentado, essas operações estão subindo graças a medidas como o pagamento de alguns tributos por grandes, micro e pequenas empresas e à quitação de taxas federais por meio do Pix.

Segurança

O Pix completa um ano em meio a preocupações com a segurança do sistema. Por causa do aumento de sequestros-relâmpago e de fraudes relacionadas ao Pix, o BC limitou, em outubro, as transferências a R$ 1 mil entre as 20h e as 6h. Medidas adicionais de segurança foram adotadas, como o bloqueio, por até 72 horas, do recebimento de recursos por pessoas físicas em caso de suspeita de fraude.

Em setembro, ocorreu o incidente mais sério com o Pix registrado até agora. Uma brecha de segurança no Banco Estadual de Sergipe permitiu o vazamento de 395 mil chaves Pix do tipo telefone. Na ocasião, não foram expostos dados sensíveis, como senhas, valores movimentados e saldos nas contas, mas os números de telefone de clientes capturados por pessoas de fora da instituição, que foi punida pelo BC.

Se casos semelhantes ocorrerem, as próximas punições poderão ser mais duras. No fim da semana passada, o BC acelerou as notificações às instituições financeiras que violarem os regulamentos do Pix e diminuiu as situações em que as multas serão isentas.

*Agência Brasil

Imagem: Reprodução

Veja também:

Pagamentos com PIX poderão ser utilizados em aplicativos de mensagens e compras online