Mais de 80 espécies de animais do Cerrado são registrados na região norte de Goiás

O Dia dos Animais é celebrado anualmente em 4 de outubro no Brasil. A data destaca a importância que os animais têm na vida dos seres humanos e do planeta Terra, ressaltando o respeito e o compromisso que todos os seres humanos devem ter com o meio ambiente. Para comemorar vamos falar sobre uma reserva no norte de Goiás que possui uma diversidade de mais de 80 espécies de animais.

Com 32 mil hectares, sendo que 80% desse território é de Cerrado de em alto grau de conservação, o Legado Verdes do Cerrado – Reserva Particular de Desenvolvimento Sustentável de propriedade da CBA (Companhia Brasileira de Alumínio), localizada em Niquelândia (GO) –, é um refúgio para diversas espécies de animais da fauna desse bioma, algumas delas ameaçadas de extinção. Atualmente, a Reserva já tem catalogadas mais de 80 espécies, entre pequenos e grandes mamíferos, anuros (sapos, rãs e pererecas) e peixes, fruto de diferentes métodos de registro, como avistamento direto com fotos e vídeos por celulares ou câmeras fotográficas, por pesquisas científicas e câmeras de monitoramento de fauna. 

As armadilhas fotográficas, também chamadas de câmeras trap ou câmeras de monitoramento de fauna, têm se destacado entre os métodos de registro de animais na Reserva. Esses equipamentos possuem uma câmera digital embutida com um sensor de temperatura e movimento. Quando eles detectam a movimentação de algum animal, ao mesmo tempo em que identificam uma temperatura diferente daquele ambiente, a câmera começa a capturar imagens – em vídeo ou foto. E o melhor: sem qualquer contato ou interferência com o animal.

 

Onças

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Foto: Luciano Candisani

Dentre os destaques de registros feitos pelas câmeras trap, estão o da onça-pintada e os da onça-parda. A abundância de registros nas câmeras é da onça-parda, que de 2019 a 2022 foram 15, em diferentes pontos da Reserva, podendo ser a mesma onça ou outras. 

A quantidade de registros de onça-parda já possibilitou observar diferentes atividades da espécie, como caminhadas e paradas para beber água, o que seria muito difícil de ver a olho nu na natureza, já que se trata de um animal arisco. 

A onça-pintada foi flagrada pela primeira vez em 2019, no entanto, pegadas da espécie foram registradas ao longo dos anos, o que indica que o animal continua presente na Reserva.

Além das onças, a jaguatirica, que está na família dos pequenos felinos, também foi registrada no Legado Verdes do Cerrado. 

 

Diversidade de espécies

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Foto: Luciano Candisani

A anta foi outra espécie com abundância de registros pelas câmeras e por outros métodos, como a observação direta, que é quando a pessoa vê o animal livre na natureza. Os vídeos mostram diferentes comportamentos da anta, como tomando banho, com filhote e “forrageando”, que é quando ela usa o focinho para revirar o solo em busca de alimentos. 

O avistamento direto, inclusive por parte dos colaboradores da Reserva, já resultou no registro de animais como cachorro-do-mato, veado-campeiro, tamanduá-bandeira, caititu, gato-do-mato, gato-maracajá, raposa-do-cerrado, quati e diversas espécies de aves. 

O logo-guará, um dos animais símbolo do Cerrado, também foi registrado na Reserva. 

As pesquisas científicas em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG) resultaram no registro de 25 espécies de anuros (sapos, rãs e pererecas), sendo que dessas, sete só são encontradas no Cerrado, além 40 espécies de peixes, sendo duas registradas pela primeira vez em Goiás, o pacu (Serrasalmus rhombeus) e piranha-preta (Serrasalmus rhombeus). 

Para ampliar o conhecimento, catalogação e descoberta de novas espécies, a Reserva, recentemente, instalou 20 armadilhas fotográficas em diferentes pontos do seu território. 

 

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 Fotos: Luciano Candisani

De arquiteta para fotógrafa de animais selvagens em Brasília

Catarina Tokatjian: este é o nome de uma arquiteta que, motivada por uma sede de aventura e descoberta, se transformou em uma fotógrafa profissional do mundo animal. E esta mudança não aconteceu da noite para o dia (e muito menos foi planejada), pois foi a curiosidade de Catarina que a guiou, pouco a pouco, para o nível de profissionalismo que ela possui hoje.

Tudo começou por volta de 2014, quando Catarina realizava pedaladas por áreas de natureza preservada na região de Brasília (BSB). Durante esses passeios ciclísticos, a arquiteta começou a registrar imagens dos animais que ela mais gostava na época: os pássaros!

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Todavia, entre um pássaro e outro, ela não resistia e acabava fotografando outros animais e vegetais que encontrava pelo caminho, como borboletas, flores, lagartas e outros bichos. E adivinha o que aconteceu? A cada clique, a cada registro novo, Catarina encantava-se mais com o mundo animal.

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Foi então que, em 2016, ela começou a participar de um grupo de birdwatching (que é a delicada e complexa prática de observar e fotografar pássaros). A união que ela criou com os outros observadores das aves fortaleceu ainda mais o lado profissional da fotógrafa, que resolveu adquirir equipamentos avançados de fotografia.

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Mas Catarina foi além e começou a trabalhar como voluntária no Instituto Nex, responsável por abrigar e reabilitar onças órfãs. Foi a partir de então que ela começou a fotografar animais selvagens, buscando sempre levar informação e conhecimento por meio de seus registros.

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O ápice de emoção de toda expedição fotográfica da arquiteta foi quando, enfim, ela conseguiu registrar em suas lentes as famosas onças pintadas. A mistura de contemplação pela beleza e raridade dos animais com a adrenalina de fotografar um animal selvagem, tornaram esses momentos únicos na vida de Catarina.

Veja abaixo algumas das imagens que Catarina conseguiu registrar das onças e encante-se.

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Fotos: Instagram/Catarina Tokatjian.