A extraordinária Ilha Maldita no Nordeste foi o destino turístico mais visitado no Brasil em 2023

Fernando de Noronha, um arquipélago vulcânico em Pernambuco, emergiu como um dos destinos mais procurados do Brasil em 2023.  Isso é fácil imaginar. Difícil é imaginar que o local com suas praias exuberantes e história rica que têm atraído turistas do mundo todo, consolidando seu status de paraíso tropical, já foi chamada de Ilha Maldita e de Ilha dos Condenados.

Isso porquê o endereço de presídios erguidos em diferentes períodos de sua história, Fernando de Noronha foi uma espécie de depósito humano, cujo objetivo era ocupar aquele território estratégico entre a Europa e o Novo Mundo. A 545 km do Recife, capital de Pernambuco, a ilha era uma barreira natural intransponível que funcionou, a partir de 1737, como isolamento de exilados políticos ou presos comuns, como ciganos, combatentes da Revolução Farroupilha (1844), presos da Revolução Praieira (1849) e até capoeiristas, considerados desordeiros, em 1890.

A história da Ilha Maldita

A história da Ilha de Fernando de Noronha é tão fascinante quanto suas paisagens naturais. Descoberto em 1503, o arquipélago é composto por 21 ilhas, ilhotas e rochedos de origem vulcânica, cobrindo uma área total de 26 km². Localizado no Oceano Atlântico, a nordeste do Brasil, o arquipélago está a cerca de 545 km da cidade do Recife, em Pernambuco.

A descoberta de Fernando de Noronha é comumente atribuída a Américo Vespúcio durante a Segunda Expedição Exploradora da costa brasileira, comandada por Gonçalo Coelho. Posteriormente, foi doado ao financiador da viagem, o fidalgo português Fernão de Loronha, originando assim o nome do arquipélago. A ilha foi a primeira Capitania Hereditária do Brasil e sofreu ataques de piratas, além de invasões inglesas, francesas e holandesas entre os séculos XVI e XVIII.

Um aspecto sombrio de sua história é o período em que serviu como colônia correcional. Desde o século XVIII, foi utilizada como prisão para exilados políticos, ciganos, combatentes da Revolução Farroupilha e da Revolução Praieira, e até capoeiristas no fim do século 19. As prisões, construídas pelos próprios presos, tinham celas estreitas e condições extremas, com os homens sendo acorrentados por bolas de ferro e sofrendo tortura psicológica.

Em 1938, Fernando de Noronha passou a ser administrada pelo Governo Federal brasileiro, transformando-se em Território Federal e servindo como base avançada de guerra na Segunda Guerra Mundial. Em 1988, após a promulgação da Constituição brasileira, o arquipélago foi reintegrado ao Território de Pernambuco.

A beleza da Ilha Maldita

Além de sua rica história, a ilha também é conhecida por suas lendas, como a dos Morros dos Dois Irmãos e do Morro do Pico, que seriam partes de corpos transformados em morros, segundo uma lenda local.

Hoje, Fernando de Noronha é um destino turístico famoso, conhecido por suas praias belíssimas e por ser um Patrimônio Natural da Humanidade, declarado pela UNESCO em 2001. A administração do Parque Nacional, declarado em 1988, está a cargo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Fernando de Noronha, reconhecido como Patrimônio Natural Mundial pela UNESCO, é um santuário ecológico de grande importância. O arquipélago abriga três diferentes Unidades de Conservação, que incluem a Área de Proteção Ambiental de Fernando de Noronha e o Parque Nacional Marinho, destacando-se pelo compromisso com a preservação ambiental e o turismo sustentável​​.

A biodiversidade marinha de Fernando de Noronha é notável, com 169 espécies de peixes recifais, 218 de moluscos, 11 de corais, 33 de cnidários e 77 de esponjas, além da presença dos golfinhos rotadores, que são um símbolo do arquipélago​​. O turismo, por outro lado, traz desafios ambientais e sociais significativos. A presença de mais de 2 mil pessoas, incluindo turistas e população flutuante, sobrecarrega os ecossistemas locais e afeta a vida das espécies endêmicas. A segregação social e o aumento dos preços dos produtos são algumas das consequências do turismo na região. As alterações causadas pelos turistas também afetam a biodiversidade, como os golfinhos rotadores, que são sensíveis ao ruído dos barcos​​.

Além da rica vida marinha, Fernando de Noronha possui uma avifauna diversificada, com 40 espécies de aves, incluindo várias que são endêmicas da região. Algumas espécies de animais silvestres foram introduzidas no arquipélago pelo homem, como o teju e o mocó​​.

As praias de Fernando de Noronha são um grande atrativo, com destaque para a Praia do Sancho, eleita a melhor praia do mundo em 2023 pelo Traveller’s Choice do Tripadvisor. A praia é conhecida por sua transparência aquática e diversidade de vida marinha​​.

A conservação ambiental é uma prioridade em Fernando de Noronha, com iniciativas como o Projeto Tamar, voltado para a proteção das tartarugas marinhas, e restrições à visitação em áreas sensíveis para proteger os ecossistemas frágeis​​​​. Este cenário complexo de Fernando de Noronha ressalta a necessidade de um equilíbrio cuidadoso entre a conservação ambiental e o desenvolvimento do turismo sustentável.

A praia famosa da Ilha Maldita

A Baía do Sancho, localizada em Fernando de Noronha, Brasil, é uma das praias mais reconhecidas mundialmente por sua beleza extraordinária. Ela foi eleita a melhor praia do mundo pelo prêmio Travelers’ Choice Awards 2023, uma distinção concedida pelo TripAdvisor. Este reconhecimento não é uma novidade, pois a Baía do Sancho já ocupou o lugar mais alto da lista em outras seis edições, demonstrando consistentemente o seu apelo global​​​​.

No ranking mundial de 2023, a Baía do Sancho superou destinos de renome como Eagle Beach em Aruba, Cable Beach na Austrália, e Reynisfjara Beach na Islândia, para citar alguns. Este prêmio é determinado com base em milhões de avaliações de viajantes, analisando tanto a quantidade quanto a qualidade das avaliações recebidas pelos locais durante o ano​​.

Além da Baía do Sancho, Fernando de Noronha abriga outras praias igualmente impressionantes. Por exemplo, a Baía dos Porcos e a Praia Cacimba do Padre são famosas por suas paisagens deslumbrantes e biodiversidade marinha. A Baía do Sancho, em particular, é conhecida por suas espetaculares falésias, águas azul-turquesas e uma atmosfera de isolamento, sendo um local ideal para mergulho e observação da vida marinha​​​​.

A inclusão consistente da Baía do Sancho nos rankings de melhores praias do mundo destaca a necessidade de preservação e turismo sustentável em Fernando de Noronha, um ecossistema único e delicado.

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A Ilha do Bananal, situada no estado do Tocantins, é uma maravilha da natureza com uma área aproximada de 25.000 km², sendo considerada a maior ilha fluvial do mundo. Cercada pelos rios Araguaia e Javaés, esta ilha fluvial é uma verdadeira jóia intocada.

Localizada na divisão do Tocantins com os estados de Goiás e Mato Grosso, a ilha é um tesouro ecológico, abrangendo municípios como Pium, Caseara, Lagoa da Confusão, Formoso do Araguaia e Marianópolis do Tocantins. Possui uma altitude média de 150 metros acima do nível do mar.

A Ilha do Bananal não existe mais - Instituto Internacional Arayara

Foto: Instituto Internacional Arayara

O Parque Nacional do Araguaia, do qual a Ilha do Bananal faz parte, é uma das preciosidades do Brasil em termos de conservação ambiental. Não apenas um refúgio para a fauna e flora, mas também um local de grande importância cultural, habitado por aproximadamente 15 mil pessoas, incluindo 2 mil indígenas da Reserva Indígena do Araguaia.

Nesta região, o clima semiúmido predomina, com temperaturas variando entre 22ºC e 38ºC, acompanhadas por altos índices de umidade. Durante o período chuvoso, de setembro a março, parte da ilha fica inundada devido às cheias dos rios circundantes.

A Ilha do Bananal está desaparecendo? - ((o))eco

Foto: O Eco

A riqueza ecológica da Ilha do Bananal são notáveis, já que se encontra na transição entre a Amazônia e o Cerrado, apresentando uma biodiversidade única. Mais de 600 espécies de aves, incluindo algumas exclusivas da região, contribuem para o espetáculo natural desta ilha.

Apesar das medidas de proteção existentes, como a Reserva Indígena do Araguaia, a ilha enfrenta desafios significativos. Pressões de atividades humanas, como agricultura e pecuária, além de projetos de inundação para transporte hidroviário, ameaçam seu ecossistema delicado.

Recentemente, um estudo alarmante revelou que o status da Ilha do Bananal como “ilha” pode estar em risco devido à redução do volume e superfície dos rios circundantes, incluindo o Javaés. Queimadas, desmatamento, assoreamento e uso excessivo da água são fatores que contribuem para essa situação preocupante.

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A Ilha do Bananal, esse paraíso natural em nossa própria terra, é um lembrete da importância vital de preservar nosso meio ambiente e proteger as maravilhas naturais que nosso país tem a oferecer.

 

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Telefone: (63)3218-5801

 

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Foto de Capa: Jackson Reis/GovTO