Caiado, Bolsonaro e Lula: quem será o maior cabo eleitoral em Goiânia?

A disputa pela Prefeitura de Goiânia deve ter a influência de dois nomes da direita: o governador Ronaldo Caiado (UB) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Apesar de aliados, os dois apoiam pré-candidatos diferentes na capital. Caiado escolheu o empresário Sandro Mabel (UB) para concorrer ao Paço. Bolsonaro, por sua vez, lançou o deputado federal Gustavo Gayer como pré-candidato pelo PL.

Do outro lado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve ser o principal cabo eleitoral da esquerda. O chefe do Executivo convidou a deputada federal Adriana Accorsi (PT) para disputar a prefeitura pela terceira vez. A petista foi a primeira a ter sua pré-candidatura oficialmente lançada.

Dos três lados, já começaram as mobilizações, estratégias, definições e prioridades. Gayer, inclusive, já anunciou o ex-deputado estadual Fred Rodrigues (PL) como pré-candidato a vice-prefeito.

O governador de Goiás já anunciou que pretende ser candidato a presidente da República, enquanto Bolsonaro está inelegível por decisão da Justiça Eleitoral até 2030. Lula deve concorrer à reeleição. Os três sabem que vencer em Goiânia será fundamental para as eleições de 2026.

Bolhas
Tecnicamente empatados em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais, Adriana Accorsi, Gustavo Gayer e Vanderlan Cardoso (PSD) têm enfrentado a mesma dificuldade: encontrar um candidato a vice-prefeito fora de seus grupos políticos. A petista procurou nomes de partidos de centro e de centro-direita, mas ainda não conseguiu um nome de peso. Gayer decidiu disputar com chapa pura e seu vice será do próprio PL. Do outro lado, Vanderlan enfrenta resistências dentro do próprio partido e ainda não avançou na escolha do seu companheiro de chapa.

Dobradinha
Sandro Mabel e Vilmar Mariano farão campanha conjunta em bairros limítrofes de Goiânia e Aparecida. Os dois também pretendem contar com a presença do governador Ronaldo Caiado no maior número possível de agendas de campanha nos dois municípios.

Incomodados
Aliados do vice-governador Daniel Vilela (MDB) não estão satisfeitos com a insistência do grupo liderado pelo presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (UB), em indicar o candidato a vice-prefeito na chapa de Sandro Mabel. A avaliação é que o MDB, que venceu várias eleições em Goiânia com Iris Rezende e Maguito Vilela, não pode ficar fora da chapa majoritária.

Isolamento
O PL deve caminhar sozinho também em Aparecida de Goiânia e Anápolis, cidades onde também há a possibilidade de segundo turno. Em Aparecida, o ex-deputado estadual Max Menezes, que trocou o PSD pelo PL, deve ser o candidato a vice na chapa do Professor Alcides Ribeiro. Em Anápolis, o PL terá Márcio Corrêa como candidato a prefeito e, provavelmente, o vereador Hélio Araújo, que é o presidente da legenda, como parceiro de chapa.

Mulheres na disputa
De olho no cumprimento da cota de gênero, o Republicanos anunciou que terá 24 mulheres na disputa por mandatos na Câmara Municipal de Goiânia. Com isso, não haverá dificuldade para o cumprimento da legislação, que estabelece a reserva mínima de 30% das candidaturas para as mulheres.

Silêncio
A falta de engajamento do ex-governador e presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, na pré-campanha do jornalista Matheus Ribeiro à Prefeitura de Goiânia tem causado estranheza dentro do partido. Considerado o principal cabo eleitoral da legenda, Perillo têm se mantido afastado, inclusive das discussões sobre a escolha do candidato a vice de Matheus.

Legislativo
Bônus – A Assembleia Legislativa aprovou, em definitivo, o projeto que concede bônus por resultado na Secretaria de Estado da Educação de 2024. A matéria foi aprovada por 25 votos.

Data comemorativa – O deputado estadual Virmondes Cruvinel (UB) quer defende a instituição, em 6 de junho, do Dia do Servior da Defesa Agropecuária.

“Herdeiros” de Bolsonaro, Caiado e Tarcísio elogiam o ex-presidente e criticam excesso de poder do Congresso

De olho no eleitorado bolsonarista, os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmaram na noite desta segunda-feira (22/04), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “é o maior líder político brasileiros”. Os dois são apontados como possíveis candidatos à Presidência da República, caso o ex-chefe do Executivo não possa, de fato, concorrer em 2026.

Caiado classificou o poder de mobilização de Bolsonaro como “algo inédito”. Para ele, “ninguém teve a capacidade de fazer como o ex-presidente. De, mesmo sem ter direito a futuros mandatos, fazer o que fez na Avenida Paulista e em Copacabana”, disse.

Os dois governadores também criticaram o excesso de poder do Congresso Nacional. Mesmo sendo oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os dois políticos defenderam um reequilíbrio entre o Legislativo e o Executivo. ” “Eu convivi naquela casa [O Congresso] por mais de 20 anos. Foram cinco mandatos como deputado e um como senador. Na minha época, não tinha R$ 1 milhão para comprar dois tratorzinhos. Hoje, tem deputado com R$ 150 milhões, senador com R$ 300 milhões de verba. Enquanto, alguns ministros não têm direito a definir nada”.

As declarações foram dadas durante evento em São Paulo, promovido pela Esfera Brasil- grupo que reúne empresários de diversos setores da economia brasileira. Caiado já confirmou que pretende ser candidato a presidente nas eleições 2026. Tarcísio, por sua vez, ainda não falou publicamente sobre o assunto.

De olho na presidência, Caiado desponta como mais bem avaliado entre possíveis “herdeiros” do bolsonarismo

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) é o mais bem avaliado entre os principais nomes de gestores estaduais identificados com o bolsonarismo. O goiano, que já se declarou pré-candidato à Presidência da República em 2026, tem o governo aprovado por 86% da população de Goiás, de acordo com um levantamento da Genial/Quest, divulgado nesta quinta-feira (11/04).

Segundo a pesquisa, Caiado é reprovado por 12% dos goianos, enquanto 2% não souberam ou não opinaram. O segundo governador mais bem avaliado, entre os quatro estados pesquisados, é Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, com 79% de apoio.

Também contados como possíveis candidatos do bolsonarmismo à presidência, os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foram avaliados pelo levantamento. Tarcísio é aprovado por 62% dos paulistas e reprovado por 29%. Paulistas que não souberam ou não responderam somam 9%.

O desempenho mais fraco entre os quatro governadores, é de Zema, com os mesmos 62% de aprovação alcançados por Tarcísio, porém, com rejeição de 31%. Entre os mineiros, 7% não souberam ou não responderam.

Caiado já declarou que pretende buscar o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para ser candidato a presidente em 2026. “Não sendo ele candidato, minha trajetória de vida é exatamente no mesmo eleitorado dele”, afirmou, em entrevista à Folha de São Paulo.

Sem Bolsonaro na disputa, Caiado empata em terceiro lugar em pesquisa para presidente da República

O Instituto Paraná Pesquisas divulgou nesta quinta-feira (28/03), uma pesquisa de intenção de voto para presidente da República nas eleições de 2026. Em um dos cenários estimulados sem a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) aparece com 7,7%. Considerando a margem de erro de 2,2 pontos para mais ou para menos, o goiano está tecnicamente empatado em terceiro lugar com a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), que alcançou 9%.

Neste cenário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece em primeiro lugar, com 36,9% da preferência do eleitorado. O chefe do Executivo é seguido por Ciro Gomes (PDT), que alcançou 13,9%.

No cenário em que o eleitor teria que escolher apenas um entre dois candidatos, sendo um deles Lula, Caiado, apoiado por Bolsonaro, alcança 32,6%. Lula lidera com 44,9%.  O levantamento ouviu 2024 eleitores em 162 municípios dos 26 estados brasileiros e Distrito Federal, entre os dias 18 e 22 de março.

Caiado mira 2026, alfineta Lula e confirma buscar apoio de Bolsonaro para concorrer à Presidência

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) confirmou, em entrevista à Folha de São Paulo, que pretende disputar à Presidência da República em 2026 com o apoio de Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi publicada nesta segunda-feira (25/03). “Não sendo ele candidato, a minha trajetória de vida é exatamente no mesmo eleitorado do ex-presidente”, declarou.

Caiado também criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deve disputar à reeleição. Segundo ele, o petista instiga o acirramento na sociedade. O governador defendeu, ainda, anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. “São momentos que nós precisamos buscar arrefecer o clima do nosso país para ter governabilidade. Não se governa com essas ferramentas que nós estamos vivendo. Já se passou um ano e três meses”.

Sobre a possível candidatura a presidente, Caiado afirmou que o assunto só será tratado formalmente pelo União Brasil em 2026. No entanto, ele confirmou que o desejo de concorrer ao cargo sempre existiu. “Nunca neguei. Até porque fui o candidato mais jovem da história do País, com 39 anos de idade, em 1989. Minha história me credencia para que eu possa ver se existe a possibilidade partidária de transformar isso numa realidade”.

Bolsonarismo
O governador também disse que pretende buscar o apoio do eleitorado bolsonarista. “Não existe outro eleitorado que não seja condizente com minha vida política durante esses 40 anos. Isso aí todos nós reconhecemos e não tem a menor dúvida que, mesmo sem mandato, Bolsonaro tem a capacidade de mobilizar milhões de pessoas”.

A reportagem também questionou Caiado sobre as críticas do pastor Silas Malafaia ao seu rompimento com Bolsonaro em razão de divergências no enfrentamento à pandemia da Covid-19. O líder religioso chegou a dizer, recentemente, que o governador de Goiás estaria fingindo ser próximo do ex-presidente de olho na posição que ele vai deixar. “Prefiro não comentar sobre essa colocação. Eu não preciso hoje de atestado de quem quer que seja. Sempre tive muita coerência”, concluiu.

Quais são as chances de Ronaldo Caiado ser candidato a presidente da República

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) não esconde de ninguém que pretende concorrer à Presidência da República em 2026. Apesar de ainda ter um longo caminho pela frente antes de entrar oficialmente no jogo, o chefe do Executivo já começou a dar os primeiros passos. Um deles foi ampliar sua presença em outros estados.

Caiado concorreu ao Palácio do Planalto nas eleições de 1989. Na época, aos 39 anos, o jovem líder ruralista, representante da União Democrática Ruralista (UDR), levou ao País uma mensagem muito forte e chamou atenção ao bater de frente com grandes nomes da política brasileira, como Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Collor de Mello – que venceu a disputa -, Leonel Brizola, Paulo Maluf e Mário Covas.

A provável nova candidatura do governador de Goiás à Presidência já tem sido pautada pela imprensa nacional. Veículos como O Globo, CNN Brasil, Veja e Jovem Pan têm publicado diversas notícias e entrevistas sobre o assunto. O Curta Mais conversou com analistas e líderes de diferentes correntes políticas e apresenta a você, leitor, um panorama com os principais desafios e os pontos favoráveis para que Caiado realize o seu maior sonho: ser o primeiro goiano eleito presidente do Brasil.

Pontos favoráveis
• Caiado tem trabalhado diariamente para ampliar sua presença em outros estados. Em São Paulo, conseguiu que a Confederação Nacional da Agropecuária (CNA) e a Federação da Agricultura e Pecuária (Faesp) disponibilizassem uma sala para reuniões. Em Brasília, a ideia é usar o prédio do União Brasil para encontros com líderes políticos;

• O governador tem buscado reforçar sua proximidade com o agronegócio, tanto em Goiás, quanto em outros Estados. Neste domingo (03/03), por exemplo, o goiano foi eleito “Personalidade do Agro Nacional pelo Troféu Brasil Expodireto”, no Rio Grande do Sul.

• Caiado tem a seu favor o fato do seu governo ser avaliado no Estado. Em janeiro, foi classificado pela pesquisa AtlasIntel como o governador de maior aprovação do Brasil, com 72% de aprovação positiva.

• Outra pauta apresentada pelo governador é a segurança pública. Os bons resultados obtidos em Goiás têm sido amplamente divulgados em outros estados, o que favorece Caiado, uma vez que o assunto é considerado por muitos como uma das maiores dificuldades do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

• O fato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ter se tornado inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também pesa a favor de Ronaldo Caiado. Até o momento, ainda não há um nome consolidado pela direita para substituir o ex-mandatário nas próximas eleições.

• A reaproximação com o bolsonarismo também é vista como fator positivo para o goiano. Ele foi um dos quatro governadores que participaram, em 25 de fevereiro, do ato em apoio ao ex-presidente. Caiado tem – entre seus principais interlocutores -, o senador Wilder Morais, considerado um dos homens de confiança de Jair Bolsonaro. Recentemente, inclusive, começou a circular boatos de que Michelle Bolsonaro poderia ser candidata à vice de Caiado.

Pedras no caminho
• Caiado precisa combinar sua possível candidatura a presidente com muita gente, a começar pelo próprio partido. O União Brasil ainda se divide entre ser oposição ou aliado do governo Lula. Recentemente, com o apoio do governador de Goiás, Antônio Rueda foi eleito para o comando nacional da legenda, após um processo eleitoral bastante tumultuado.

• Superar nomes que contam com maior simpatia por parte do eleitorado bolsonarista também será um dos obstáculos. Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Romeu Zema (Novo), por exemplo, além de governadores de estados maiores e com mais visibilidade no cenário nacional, são vistos como nomes mais alinhados a Jair Bolsonaro. Tarcísio, inclusive, é citado por muitos cientistas políticos como o nome natural para ser o “herdeiro” do eleitorado da direita.

• Há, ainda, certa desconfiança do eleitorado do ex-presidente com o governador de Goiás. Apesar de terem selado a paz nas eleições de 2022, durante o momento mais grave da Covid-19, Caiado rompeu publicamente com Bolsonaro por divergências no combate à pandemia. Enquanto o ex-capitão defendia a reabertura imediata do comércio, o goiano – como médico -, se viu obrigado a defender a quarentena para diminuir a propagação do vírus.

* Por fim, o governador ainda precisa alinhar seu discurso e encontrar o equilíbrio para agradar, ao mesmo tempo, eleitorado bolsonarista e o eleitorado da centro-direita e do centro.