Entenda por que a Equatorial Goiás é a última em ranking de qualidade da Aneel

A Equatorial Goiás foi a última colocada no ranking de qualidade da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O levantamento avaliou as distribuidoras com mais de 400 mil consumidores. A companhia mais bem avaliada foi a CPFL Santa Cruz, que atua no interior de São Paulo.

A avaliação foi rigorosa e mediu não apenas o tempo médio em que os consumidores ficaram às escuras, mas também o número de interrupções no fornecimento de energia.

Apesar de grandes apagões provocados por tempestades no ano passado, como em São Paulo e no Rio Grande do Sul, o brasileiro ficou, em média, menos tempo sem energia em 2023. Segundo o  levantamento da Aneel, o consumidor ficou 10,4 horas sem eletricidade no ano passado, com cinco cortes de fornecimento no ano.

O levantamento abrange o período de janeiro a dezembro de 2023. A classificação é elaborada com base no Desempenho Global de Continuidade (DGC), formado a partir da comparação dos valores apurados de DEC e FEC das concessionárias em relação aos limites estabelecidos pela ANEEL para esses indicadores.

Internautas goianos pedem a volta da CELG

Nos últimos dias, a população de Goiás tem expressado uma crescente insatisfação com as frequentes quedas de energia que afetam a região, atribuídos à Equatorial Goiás.

Em setembro, o governador Ronaldo Caiado e o presidente da Equatorial no estado, Lener Jayme, conversaram sobre os problemas em uma reunião no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia. “Precisamos de respostas e soluções reais. Não esperamos uma vara de condão para resolver magicamente todos os problemas, mas queremos investimentos, planejamento diante de mudanças climáticas, transparência e melhor comunicação com os goianos”, cobrou Caiado.

Lener justificou a onda de calor como um dos principais problemas, que sobrecarregou sistemas de distribuição do Brasil inteiro. Segundo ele, a direção do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) determinou, por exemplo, ontem a interrupção da energia em subestações da região sudeste de Goiás para reduzir o impacto de sobrecargas.

Procon

Naquela ocasião, Caiado informou que o Procon Goiás será firme no monitoramento da prestação do serviço. Foram registradas, entre 1º de agosto e 28 de setembro deste ano, 257 denúncias de consumidores contra a empresa. O principal problema apontado é justamente a interrupção no fornecimento de energia.

Segundo o superintendente do órgão, Levy Rafael, a empresa será notificada e terá o prazo de 48 horas para prestar esclarecimentos sobre os motivos da instabilidade e quais medidas efetivas foram e/ou serão tomadas para sanar os problemas, entre outras solicitações, como a apresentação de documentos.

“O Procon Goiás está atento a essa questão e cobrará respostas efetivas da empresa, que flagrantemente presta um péssimo serviço aos cidadãos goianos, que estão enfrentando prejuízos incalculáveis com esses constantes apagões. Por determinação do governador Ronaldo Caiado, seremos intransigentes na defesa do consumidor”, afirma.

CPI sobre os casos

Além da cobrança por parte do governador, o deputado estadual Gugu Nader (Agir) disse que vai instaurar uma Comissão parlamentar de Inquérito (CPI), para que a Equatorial explique aos cidadãos o motivo de tantas quedas e problemas com a distribuição da energia em Goiás.

Em vídeo divulgado em suas redes sociais, Nader afirmou que ‘’com anuência e a assinatura de todos os deputados e deputadas, vamos instalar aqui na Assembleia uma CPI da Equatorial para que eles possam assumir a responsabilidade do que não está sendo feito, e o que foi assumido por eles no contrato. A energia é para manter a dignidade das pessoas [e com as quedas], queima geladeira, queima o computador, queima tudo que é elétrico. Mas se atrasar um dia a data [de pagamento] a Equatorial corta a energia’’, disse o deputado.

Seguidores do Curta Mais pedem a volta da Celg

Enquanto os problemas persistem, os internautas seguidores do Guia Curta Mais estão clamando pela volta da Celg, a antiga estatal de energia elétrica que um dia já forneceu eletricidade para o estado de Goiás.

Diante dos problemas contínuos com a Equatorial Goiás, muitos internautas estão expressando saudades da época em que a Celg fornecia eletricidade para o estado. Comentários nas redes sociais refletem a frustração dos consumidores, que agora relembram a eficiência e a confiabilidade que a companhia costumava oferecer.

Um dos leitores afirmou: “Vai, privatiza serviço básico e essencial, disseram eles. Agora me explica, como uma empresa de energia não tem serviço de ligação de urgência 24h? E isso nem a Enel também tinha, só a Celg mesmo. O povo só aprende tomando naquele lugar que neoliberal tá pouco se lascando pra bem estar geral.”

Outro leitor expressou sua frustração com ironia: “Que saudades é da Celg. Parabéns ao nosso falecido ex-governador Maguito Vilela que vendeu Cachoeira Dourada, está de parabéns pela destruição da distribuição de energia do estado de Goiás!”

Entretanto, outros leitores enfatizam que a situação é complexa e que a Equatorial Goiás está enfrentando desafios significativos na modernização da infraestrutura elétrica do estado.

Confira abaixo a opinião de nossos seguidores:

 

 

História da Celg e a compra pela Enel

A Celg, ou Companhia Energética de Goiás (CELG), foi uma empresa estatal responsável por fornecer energia elétrica para todo o estado de Goiás. Ela foi criada em 1955, e por anos, foi uma presença confiável nas casas e empresas dos goianos, garantindo eletricidade estável em toda a região.

No entanto, em anos passados, a Celg passou por processos de privatização, levando à entrada da Equatorial Goiás como a nova fornecedora de energia. Esta mudança trouxe consigo uma série de desafios, incluindo interrupções frequentes no fornecimento de eletricidade, muito para o descontentamento dos consumidores.

Em dezembro de 2006 foi criada pelo Governo do Estado de Goiás a Companhia Celg de Participações – Celgpar, uma sociedade de economia mista e de capital autorizado cujos acionistas são o Estado de Goiás, que possui 99,68% do capital como a Eletrobras, municípios e investidores privados, e tendo como objeto social principal a participação em outras sociedades como acionista ou sócio-cotista. A Celgpar passou então a ser desde o momento de sua instituição a controladora da Celg.

Em março de 2007 a Celg foi convertida em subsidiária integral da Celgpar e teve alterada sua denominação social, passando a ser chamada de Celg Distribuição S.A. – Celg D. Em junho de 2007, ocorreu a redução do capital social da Celg D e consequente transferência do controle acionário da Celg G&T para o domínio da Celgpar.

Visando ao aproveitamento dos ativos da companhia e à exploração de serviços de telecomunicações, em agosto de 2008 foi criada a Companhia de Telecomunicações e Soluções – CELG Telecom, que constitui a terceira empresa controlada pela Celgpar.

Em 2015 a Celg D teve 50,3% de suas ações repassadas à Eletrobras em troca de um dívida com o governo. A empresa vinha apresentando prejuízos por vários anos seguidos. Com lance de R$ 2,187 bilhões, a Enel foi a vencedora do leilão de privatização da Celg D. Inclusive, este foi o único lance válido para a compra da distribuidora de energia elétrica de Goiás.

O processo de vendas foi finalizado em Goiânia, em 14 de fevereiro de 2017. No dia 07 de março de 2018, a Enel assumiu a sua marca global em Goiás e a Celg, por sua vez, passou a se chamar Enel Distribuição Goiás.

O Governo de Goiás e a Enel Distribuição Goiás assinaram um acordo, com a presença do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque e do presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, com o intuito de melhorar os serviços de distribuição de energia no estado. Segundo o documento, as medidas previstas possibilitam ampliar em 26% a capacidade da rede de distribuição de eletricidade até 2022.

Compra pela Equatorial Energia

Em 23 de setembro de 2022, a Equatorial Energia compra a distribuidora da Enel em Goiás por R$ 1,57 bilhão. Com isso, desde o dia 30 de dezembro de 2022 a Enel Goiás passou a se chamar Equatorial Energia Goiás.

A área de concessão da Equatorial Energia Goiás abrange aproximadamente 98,7% da distribuição no estado, num total de 237 municípios e cerca de 3,3 milhões de clientes. 

 

 

 

Quer receber nossas dicas e notícias em primeira mão? É só entrar em um dos grupos do Curta Mais. Basta clicar AQUI e escolher.

Foto de capa: reprodução Jornal O Popular

 

Equatorial Goiás está entre as três piores do Brasil

Das 29 concessionárias de grande porte que estiveram no ranking da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a Equatorial Goiás, empresa responsável pela distribuição de energia no estado, figurou no 27º lugar.

A companhia iniciou suas atividades em Goiás somente em dezembro de 2022, o que influenciou no resultado.

Ainda assim, a ocupação dos últimos lugares pela Equatorial no Maranhão e Rio Grande do Sul, penúltimo e último lugar, não é um bom sinal para os goianos. Considerando que a empresa iniciou o ano comunicando um plano extenso de 100 dias para ampliar as subestações em Goiás, período este que finaliza no próximo dia 10 de abril, o mercado finalmente poderá analisar os primeiros resultados.

Divulgada na última quinta-feira (29), a pesquisa da Aneel analisou todas as concessionárias do país entre janeiro e dezembro de 2022, divididas entre dois grupos: as de grande porte, com mais de 400 mil unidades consumidoras e pequeno porte, com valor menor ou igual a 400 mil.

O ranking é calculado com base no Desempenho Global de Continuidade (DGC), que, por sua vez, é formado pela comparação de dois valores. O primeiro é do tempo, em média, que cada unidade consumidora ficou sem energia, nomeado como Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC).

O segundo é o número de interrupções ocorridas, em média, no período observado, ou Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC).

O problema se mostra grave, visto que, em 2022, enquanto os primeiros colocados giram em torno de um DGC de 0,60, as concessionárias em Goiás registram a valores próximos de 1,30, sendo que quanto mais baixo, melhor. Na prática, isso representa mais tempo sem energia e mais casos de problemas ao redor do estado.

A Equatorial emitiu uma nota em relação ao resultado do ranking. Confira:

A Equatorial Goiás esclarece que assumiu a distribuição de energia no Estado em 29 de dezembro de 2022 e os resultados apresentados no ranking da Agência Nacional de Energia Elétrica são referentes à antiga gestão. O Grupo Equatorial Energia é reconhecido pelo modelo de gestão que preza pela eficiência e melhor alocação de recursos, com atenção à segurança e meio ambiente.

Conforme já ressaltado pela Equatorial, somente nos primeiros meses de atuação em Goiás, já foram registradas 31,44% menos reclamações na Agência Goiana de Regulação, quando comparado ao mesmo período do ano passado.

Logo no início da sua operação em Goiás, a Equatorial anunciou um plano de ações e investimentos para a gestão da distribuição de energia elétrica no Estado, com foco em investimentos estruturais na melhoria de distribuição de energia, no desenvolvimento do Estado e no atendimento à demanda reprimida, com novas linhas de distribuição e subestações.

Somente neste semestre, a companhia concluirá entregas importantes para o Estado, entre elas: a nova Subestação Riviera, em Goiânia, e a entrega de uma demanda histórica para Goiás com a conclusão da Linha de Alta Tensão Barro Alto – Goianésia, que viabilizará a conexão de novos clientes e o atendimento às solicitações de aumento de carga.

Além disso, a companhia entregará, no próximo dia 14, o novo complexo de alta tensão Aparecida de Goiânia, com uma nova subestação e uma nova linha de distribuição de energia, fruto de um investimento de R$ 75 milhões que garantirá a melhoria do fornecimento de energia para cerca de 150 mil clientes que atenderá não só o município de Aparecida como todo o Distrito Industrial do município.

 

Quer receber nossas dicas e notícias em primeira mão? É só entrar em um dos grupos do Curta Mais. Basta clicar AQUI e escolher.

Foto de Capa: Divulgação