Ícone modernista foi sede da Assembleia Legislativa de Goiás

A Assembleia Legislativa de Goiás (ALEGO) oficializou sua mudança para o prédio Maguito Vilela. Por cerca de sessenta anos o Parlamento funcionou no Palácio Alfredo Nasser. Com uma diversidade de sedes em seu histórico, a Alego recebe sua primeira casa oficial no ano de 1962. Aos 29 anos da cidade, o Bosque dos Buritis teve parte de seu terreno cedido à Assembleia Legislativa. 

O Palácio Alfredo Nasser surge carregado por um simbolismo histórico e cultural. Seus traços arquitetônicos retratam uma cidade projetada com predisposição à modernidade. O projeto do edíficio desenvolvido por Eurico Calixto de Godoi em parceria com Elder Rocha Lima se erguia sob um plano diretor de apenas dois blocos. Em um deles estava os gabinetes dos deputados, já no outro, estruturava-se o plenário e o refeitório.

palácio

Seguindo a ideologia do modernismo em poucos detalhes e formato simples, dentro dos blocos os ambientes eram divididos através dos móveis. Sem aqueles imobiliários o lugar era um vão livre com banheiros ao fundo. A criação de áreas de circulação foi interligada por grandes rampas e escadas em concreto puro para trazer certa monumentalização à esses lugares.

O interior do prédio foi interligado por pilotis, um conjunto de pilastras e coluna que sustentam as paredes, ao mesmo tempo em que contemplam o lugar com vãos livres. Em tradução, apesar de possuir pilastras o edifício foi contemplado com grandes espaços abertos sem a obstrução destas. 

PALÁCIO

Uma entrada concedia acesso público direto ao plenário. Dentro do órgão deliberativo máximo do Poder Judiciário, as arquibancadas foram posicionadas lado a lado com a câmara dos deputados. O lugar privilegiado permitia visão geral aos políticos. A amplitude de todos os espaços facilitava o acesso para todos. 

Com sua inauguração, o prédio recebeu o título de Palácio dos Buritis. Foi através de um projeto de Lei do deputado Ary Valadão que a sede conduziu-se ao batismo de Palácio Alfredo Nasser posteriormente. A homenagem era oferecida ao goiano que teve sua vida dedicada à política, bem como ao jornalismo e à advocacia. 

PALÁCIO

Em virtude da transformação do Bosque dos Buritis na nova sede da cultura goiana, o local está entregue para a prefeitura. Estima-se que a partir de maio o Palácio Alfredo Nasser abrigará a Secretaria de Cultura do Estado de Goiás. 

Imagem: Acervo ALEGO

Quer receber nossas dicas e notícias em primeira mão? É só entrar em um dos grupos do Curta Mais. Basta clicar AQUI e escolher.

Residência histórica em Goiânia é referência de arquitetura modernista

Goiânia não é definida por apenas um estilo arquitetônico. A capital  de Goiás cresceu e passou por inúmeros processos de transformação intensa e se transformou em uma capital extremamente plural.  Seu acervo aruitetônico conta com diferentes estilos estruturais marcantes. Em alguns pontos, o estilo eclético neocolonial é vizinho do mais modernista processo de construção escultural.

Goiânial foi planejada visando a modernidade e progresso. O estilo modernista foi um importante movimento que procurava explorar as pluralidades culturais. Em exemplo está a casa projetada por Eurico Godói. A estrutura expressiva exibe uma fachada horizontal, com variação de materiais e revestimentos reunidos em perfeita harmonia.

Eurico Godói se formou na Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil. No Rio de Janeiro, o goiano foi estagiário de Oscar Niemeyer. Eurico se declara influenciado por importantes personalidades arquitetônicas, como Attílio Corrêa Lima. Para a residência de Eurípedes Ferreira, o arquiteto adota a estrutura inusitada ao colocar uma escada integrada ao lado de fora da residência. No pátio da construção, o formato em “L” fechou-se ao olhar público.

Erguida em 1962, a casa construída para Eurípedes Ferreira foi adquirida pelo escritor e folclorista Bariani Ortêncio. Durante a pandemia, o senhor Ortêncio construiu seu próprio museu. Com ícones culturais e esportivos, um painel com fotos foi pendurado na parede. Fotos políticas foram incluídas no acervo. A biblioteca foi transformada em Instituto Cultural e Educacional.

Para Ortêncio, é importante manter viva as histórias que construíram Goiânia. O escritor defende que essa possa ser a garantia de sobrevivência da identidade dos goianienses, quem são e o que é essa cidade. Bariani Ortêncio também aluga o jardim e a área social da casa para eventos.

 

Quer receber nossas dicas e notícias em primeira mão? É só entrar em um dos grupos do Curta Mais. Basta clicar AQUI e escolher.

Imagem: Reprodução UFG