A Vila Cultural Cora Coralina inaugura, às 18h desta quinta-feira (18/08), a exposição “Retratos Relatos”, individual da artista carioca Panmela Castro, reconhecida nacional e internacionalmente por seu ativismo contra a violência que atinge mulheres e a promoção da Lei Maria da Penha. A mostra reabre a grande sala da unidade de cultura que ficou quase três anos fechada, durante o período crítico da pandemia, e que passou por uma readequação na iluminação.
“Agora estamos prontos para receber exposições maiores e já temos programação fechada até dezembro com exposições agendadas e espetáculos de teatro”, comemora o coordenador da Vila Cultural Cora Coralina, Gilmar Camilo.
Com curadoria e texto crítico de Keyna Eleison, a mostra chega ao público goiano com novo recorte curatorial, ampliando o conhecimento e apreciação do mesmo acerca de sua obra e trajetória. Foram acrescentados cerca de 10 trabalhos entre pinturas e fotografias, criadas a partir de relatos de mulheres Brasil afora sobre casos de violência doméstica, além de outras formas de abusos.
Foi a partir dos relatos e depoimentos colhidos nas experiências com a Nami que Panmela deu início à série que compõe a exposição “Retratos Relatos” – composta por dezenas de histórias não só sobre abuso contra a mulher, mas também sobre racismo, violência institucional, maternidade, transição de gênero, etarismo e a situação feminina durante a pandemia, com o acúmulo de funções do trabalho remoto e a responsabilidade pelos cuidados da família.
“Retratos Relatos” também conta com o vídeo-performance “Caminhar”, sobre feminicídio; e o objeto participativo “Caixa de Descarte”, obra inédita da artista na qual o público poderá abandonar objetos que trazem memórias ruins, presentear Panmela com objetos que considerem afetivos ou, ainda, eternizar outros itens, que virão a ser transformados em arte futuramente por ela, para a série inédita “Objetos Afetivos”.
A artista
Panmela Castro é artista visual dedicada à prática da performance. O foco em seu trabalho é o que a artista chama de “uma busca incessante de afeto”. Sua prática, criada a partir de relações de alteridade e questões relacionadas ao sentimento de pertencimento, desdobra-se em memórias em diferentes mídias, como pintura, vídeo, fotografia, objetos, instalações, entre outros.
A partir de sua residência permanente no Rio de Janeiro, a artista transita pelas cidades como andarilha, no que ela chama de deriva afetiva, deixando ao acaso contribuições para o desenvolvimento de novos vínculos afetivos e, assim, abrindo também novas relações afetivas com a arte.
Em 2022, Panmela passou um mês entre Brasília, Goiânia e o vilarejo goiano de Olhos D’Água. Atualmente, Panmela é representada pela Galeria Luisa Strina, em São Paulo, uma das mais importante da América Latina.
Além da Exposição “Retratos Relatos” em Goiânia, Panmela participa da exposição “Enciclopédia Negra”, em cartaz no Museu de Arte do Rio (MAR); “Tomorrow is a Different Day”, no Stedelijk Museum, um dos mais importantes da Europa; e da exposição “Encruzilhada”, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA).
Serviço
Exposição: Retratos e Relatos – Panmela Castro
Abertura: 18/08/2022 | 18h
Curadoria: Keyna Eleison e Gilmar Camilo
Local: Vila Cultural Cora Coralina (Rua 3, s/n. St. Central. Goiânia – GO).
Duração: 18 de agosto a 07 de outubro de 2022
Horário de Visitação: 9h às 17h (segunda a sexta);
Contato: (62) 3201-9863
Entrada Franca.