De “Capital das Abóboras” a gigante do agronegócio: descubra como uma cidade goiana se tornou um dos principais polos agrícolas do Brasil

Localizada a 230 km de Goiânia, Rio Verde não é apenas mais uma cidade do interior goiano, mas sim conhecida como a “Capital das Abóboras”. Esses vegetais se tornaram um verdadeiro símbolo da região, tanto que a cidade quase teve esse nome, de verdade. Era para se chamar Rio Verde das Abóboras. O nome surgiu em 1870, quando cerca de 3 mil combatentes voltaram da Guerra do Paraguai e pararam na região para descansar. Como não havia comida para todos, o grupo aproveitou a abundância de abóboras na região para matar a fome. Com isso, os soldados denominaram o lugar como Arraial das Abóboras.

 

Rio Verde no Agronegócio

Quando se fala de sua agricultura, fala-se de grandeza. A produção agrícola do município é de cerca de 1,2 milhões de toneladas por ano nas mais variadas culturas, como arroz, algodão, soja, milho, sorgo, milheto, feijão e girassol. O município é responsável por 1,2% da produção nacional de grãos. A área plantada ultrapassa 378.853 mil hectares.

Esses números na agricultura de Rio Verde são resultados da utilização de tecnologia de ponta, de primeira linha, com armazéns de capacidade superior a 1 milhão de toneladas em unidades modernas, seguras e cada vez mais próximas dos campos produtores. Isso faz com que os custos sejam reduzidos e facilite o transporte, aliados à profissionalização do produtor e à união da classe produtora em diferentes entidades, como a Associação de Produtores de Grãos (APG), Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (COMIGO), Clube dos Engenheiros Agrônomos (Ceagro), Clube Amigos da Terra (CAT), Sindicato Rural de Rio Verde, CEFET de Rio Verde e a Universidade de Rio Verde (FESURV), buscando juntos alta tecnologia.

A hegemonia foi ainda maior na plantação de girassol. Segundo o IBGE, Goiás produziu 66,3% de todo o volume do grão colhido no Brasil em 2022. No ano passado, a produção goiana cresceu 8,8% em relação ao período anterior e chegou a 40 mil toneladas. Dos quinze maiores produtores municipais de girassol, doze estavam em território goiano: Ipameri (2º), Goiatuba (3º), Piracanjuba (4º), Joviânia (5º), Orizona (6º), Itumbiara (7º), Silvânia (8º), Rio Verde (9º), Paraúna (10º), Buriti Alegre (12º), Bela Vista de Goiás (13º) e Cristalina (15º).

Em 2021, a cidade inaugurou um terminal multimodal ferroviário para a operação de grãos e de farelo de soja, ligando de forma mais fácil a Ferrovia Norte-Sul, com acesso ao Porto de Santos. O novo modal logístico levou ao escoamento mais rápido da produção, fazendo com que a cidade, sozinha, tivesse uma fatia de 30% do total de exportações do estado de Goiás em 2022.

No mesmo ano, Rio Verde subiu duas posições e passou a ocupar, no ano passado, a segunda colocação no ranking dos principais produtores de soja entre os municípios brasileiros. O primeiro lugar ficou com Sorriso, no Mato Grosso. A informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que publicou, na última quinta-feira (14/09), a Pesquisa de Produção Agrícola Municipal (PAM) 2022. O levantamento também deu destaque ao desempenho de outros municípios goianos, como Jataí, Cristalina, Quirinópolis e Ipameri.

 

Pecuária de Corte

A pecuária de corte exerce uma importante contribuição para a economia do município. Rio Verde se tornou o terceiro maior rebanho de Goiás, com aproximadamente 400 mil animais, sendo 44 mil cabeças voltadas para a pecuária de leite.

Praticamente, toda produção de 50 milhões de litros/ano é comercializada na região e no mercado nacional, pois a cidade conta com três grandes laticínios e outros de menor porte. Ela se destaca ainda como um dos principais produtores de aves e suínos de Goiás. Boa parte dessa matéria-prima é voltada para o abastecimento de um dos maiores complexos de produção de alimentos da América Latina, BRFoods, instalado na cidade. Com oito mil funcionários diretos, abate aproximadamente 500 mil aves e 4.700 suínos por dia e conta com 72 integrantes.

 

Rebanhos

No total, atualmente, Rio Verde possui 390.000 cabeças de bovinos, 35.000 vacas ordenhadas, 404.000 suínos, 12.110.000 aves e 7.100 equinos, além da produção trimestral de mais de 22.939.812 unidades de ovos.

 

Créditos da imagem de capa: Prefeitura de Rio Verde

Quer receber nossas dicas e notícias em primeira mão? É só entrar em um dos grupos do Curta Mais. Basta clicar AQUI e escolher.

 

>Veja Também<

https://www.curtamais.com.br/goiania/a-maior-cachoeira-do-mundo-fica-bem-pertinho-do-brasil

https://www.curtamais.com.br/goiania/vale-do-araguaia-tem-um-verdadeiro-mar-de-agua-doce-que-e-um-tesouro-goiano

https://www.curtamais.com.br/goiania/cidade-goiana-se-prepara-para-receber-a-tradicional-festa-da-melancia

Entenda a importância histórica da ferrovia Norte Sul para o agronegócio brasileiro

Considerada a espinha dorsal do sistema brasileiro de transporte sobre trilhos, a Ferrovia Norte Sul é conectada aos portos de Itaqui, no Maranhão e Santos, em São Paulo. Com 2.257 quilômetros (km) de extensão, ela atravessa quatro regiões. 

A inauguração da Ferrovia Norte-Sul, em Rio Verde, Goiás, aconteceria nesta sexta-feira (16), porém uma nova data será remarcada. Devido ao mau tempo na cidade goiana, a aeronave do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não conseguiria pousar no local. O diretor do executivo iria participar da abertura do Terminal Rio Verde, novo ponto de acesso do agronegócio brasileiro. 

Histórico

Iniciada em 1987, na administração do então presidente José Sarney, a ferrovia Norte Sul não evoluiu muito nos últimos anos e só ganhou impulso a partir de 2007, quando passou a receber investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no segundo mandato de Lula. Ao longo dos anos, foram construídos os terminais de Rio Verde (GO), de São Simão (GO) e Iturama (MG), com investimento de R$ 4 bilhões em obras de infraestrutura, terminais e material rodante. 

O Brasil tem uma malha ferroviária de 29 mil km, dos quais apenas 1 mil estão ativos. Cerca de 80% do volume transportado refere-se a minério e carvão, o que revela o grande potencial existente para o transporte de insumos e dos principais produtos agrícolas – soja, milho, arroz, feijão e trigo – uma vez que boa parte da malha férrea atravessa áreas de cultivo.  

Principal acesso do agronegócio brasileiro

Um dos principais limitadores do processo de desenvolvimento do agronegócio brasileiro está na parte do transporte das cargas, que ocorre majoritariamente pelo meio rodoviário, o que, na maioria das vezes, acaba por encarecer o processo por conta dos fretes cobrados. Em conjunto com isso, vemos uma queda da capacidade de atender demandas externas em igualdade com o mercado internacional.

Essa deficiência ocorre, principalmente, pelas grandes distâncias percorridas para realizar o transporte dos commodities agrícolas, como soja e milho, que são as principais matérias-primas de exportação brasileira. Com centros produtores localizados no Mato Grosso e Pará, as cargas ficam a mais de 2.000 km dos principais portos do país, Santos (SP) e Paranaguá (PR), dificultando o escoamento que é feito pelas rodovias, já que não é possível transportar um grande montante de uma única vez.

Em março, também foi inaugurado um trecho da Ferrovia Norte-Sul entre Goiás e São Paulo, o que promete acelerar o volume escoado rumo ao Arco Norte, onde o transporte ferroviário cresceu 89,5% nos últimos cinco anos, graças a novos terminais de integração com as rodovias. 

Em 2020, pela primeira vez os terminais portuários do Arco Norte entre o estado de Goías e São Paulo, promete acelerar a produção rumo ao Arco Norte, onde o transporte ferroviário cresceu 89,5 % nos últimos cinco graças a novos terminais de integração com as rodovias. 

Transportes com menos riscos 

Enquanto as rodovias brasileiras apresentam mais casos de violência e roubos dia após dia, essa já não é uma realidade a ser considerada quando tratamos do uso das linhas férreas para transporte. As ferrovias apresentam uma taxa muito menor de roubos de cargas e acidentes. 

 

Créditos da imagem de capa: Rumo 

Quer receber nossas dicas e notícias em primeira mão? É só entrar em um dos grupos do Curta Mais. Basta clicar AQUI e escolher.

Caiado garante terreno para construção do Hospital do Câncer de Goiás em Goiânia

Durante agenda em Brasília, o governador Ronaldo Caiado garantiu a transferência da área para a construção do Hospital do Câncer de Goiás, para o Estado. A regularização do terreno destinado à obra encerra um entrave de ordem burocrática. O local, que antes pertencia à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), passou para o domínio da Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União (SPU), vinculada ao Ministério da Economia.

Durante a solenidade de posse, do novo ministro Ciro Nogueira, o presidente Jair Bolsonaro, informou a Caiado a posição favorável em conceder o espaço. “Não existe coisa mais nobre do que essa. Como a gente vai negar? Está decidido”, declarou em sinal positivo. A agenda na Capital Federal rendeu ainda a confirmação da entrega da Ferrovia Norte-Sul em até três meses. 

O local projetado para receber as instalações do hospital, em Goiânia, possui 136,4 mil metros quadrados e está situado no Residencial Barravento, próximo à Centrais de Abastecimento de Goiás (Ceasa). A unidade tem previsão de receber alas de internação, ambulatório, quimioterapia, radioterapia, cirurgia, leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e um amplo setor para abrigar familiares de pacientes oncológicos que estiverem em tratamento e cujas residências sejam nos municípios do interior de Goiás. 

As tratativas para sanar a questão junto ao Ministério da Economia foram iniciadas no mês de junho, quando o governador esteve com o Secretário Adjunto de Coordenação e Governança do Patrimônio da União, Mauro Benedito de Santana Filho, em Brasília.  

Ferrovia Norte-Sul

Em março deste ano foram inaugurados 172 quilômetros da ferrovia, entre São Simão (GO) e Estrela D’Oeste (SP). Na mesma ocasião, o escoamento da produção agrícola recebeu o reforço do terminal rodoferroviário de São Simão, também interligado à Norte-Sul. A estrutura foi construída pelas empresas Rumo Logística e Caramuru Alimentos.

O Governo de Goiás tem apostado no transporte por ferrovias com alocação de recursos e estabelecimento de parcerias com o setor logístico. No último dia 07 de julho, Caiado assinou, em Anápolis, o Memorando de Entendimento (MoU) para a implantação do Centro de Excelência em Tecnologia Ferroviária (CETF), em conjunto com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Instituído para ser o maior complexo tecnológico e de inovação deste modal na América Latina, o projeto deve receber um aporte financeiro de R$ R$ 60 bilhões ao longo de 10 anos.

Já o Terminal Intermodal da Ferrovia Norte-Sul de Rio Verde, entregue no dia 27 de julho, vai gerar 1,8 mil postos de trabalho quando estiver totalmente em operação. A estrutura possui capacidade de transporte de 11 milhões de toneladas por ano e pode movimentar cerca de 1,2 mil caminhões por dia. O empreendimento, viabilizado pela Rumo Logística, recebeu um montante de R$ 400 milhões em recursos, sendo R$ 185 milhões provenientes de empréstimo do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO).

Durante o evento de posse ministerial em Brasília, o governador Ronaldo Caiado foi convidado por Jair Bolsonaro a integrar viagem que vai oficializar a entrega da conclusão do empreendimento. “É a volta do modal ferroviário. Parabéns, Caiado pela iniciativa de buscar, cada vez mais, melhorias para o seu Estado. O seu Estado estando bem, o Brasil estará bem”, reconheceu Bolsonaro.

 

Leia também no Curta Mais: 

 

Fotos: Secom

Disputa de goleiros amadores acontece pela primeira vez em Goiânia 

Livrarias em Goiânia promovem feira de publicações independentes 

Guia dos 30 melhores podcasts do Brasil na atualidade

Bolsonaro visita Goiás para inauguração de trecho da Ferrovia Norte-Sul

O presidente Jair Bolsonaro participou hoje (4) da inauguração do trecho entre São Simão (GO) e Estrela D’Oeste (SP) da Ferrovia Norte-Sul. A solenidade, que aconteceu em São Simão, marcou o início da operação do corredor ferroviário ligando o estado de Goiás ao Porto de Santos, por meio da conexão entre as malhas da Ferrovia Norte-Sul e a Malha Paulista.

De acordo com o Ministério da Infraestrutura, esse trecho da ferrovia tem 172 quilômetros, corta três estados, e é operado pela empresa Rumo, que investiu R$ 711 milhões, incluindo a construção de uma ponte ferroviária de 530 metros sobre o Rio Paranaíba. A concessionária arrematou, em leilão de março de 2019, os tramos central e sul da ferrovia.

Também foi inaugurado nesta quinta-feira o Terminal Rodoferroviário de São Simão, interligado à Ferrovia Norte-Sul. Ele foi construído e será administrado pelas empresas Rumo e Caramuru Alimentos. O local será utilizado para o escoamento da produção de cargas como soja, milho e farelo de soja. A previsão é movimentar mais de 5,5 milhões de toneladas de produtos por ano.

“A previsão é, no corrente ano ainda, a Rumo concluir essa obra que vai ligar o Maranhão, Tocantis, nosso Goiás, e vai lá até o Porto de Santos. Uma coisa fantástica.” disse o Presidente.

Fonte: Agência Brasil

Foto capa: Alan Santos/PR