Carnaval: revelamos os segredos mais guardados de Salvador e de Veneza
O Carnaval de Salvador e o Carnaval de Veneza são duas expressões vibrantes da cultura popular, cada um refletindo as tradições únicas de seus respectivos locais. O Carnaval de Salvador, com suas raízes no Brasil, é uma festa repleta de ritmo, cor e energia, enquanto o Carnaval de Veneza, na Itália, é conhecido por sua elegância, máscaras e trajes históricos.
O Carnaval de Salvador começou a se moldar em sua forma moderna por volta de 1950 com a inovação do trio elétrico por Dodô e Osmar. Este conceito revolucionário, inicialmente um calhambeque chamado “Fobica”, evoluiu para os atuais caminhões equipados com sistemas de som poderosos, tornando-se uma das principais características do Carnaval de Salvador. Ao longo dos anos, o carnaval baiano se distinguiu pela inclusão de ritmos afro-brasileiros, como o afoxé, e a emergência da axé music na década de 1980, marcando a identidade única da festa.
Os primeiros registros de festividades carnavalescas em Salvador remontam ao século XVI e XVII, refletindo influências europeias, especialmente portuguesas e espanholas. Com o tempo, o carnaval na cidade começou a integrar elementos da cultura africana, especialmente através dos ritmos e danças trazidos pelos escravos. Essa mistura cultural gerou um carnaval único, marcado por uma grande variedade de expressões artísticas e música.
O Carnaval de Salvador hoje é uma celebração vibrante da cultura e da herança africana, uma verdadeira manifestação de alegria e resistência cultural. A festa é caracterizada por sua espontaneidade e abertura, atraindo milhões de pessoas de diferentes classes sociais e origens culturais. O carnaval se tornou não apenas um evento local, mas um fenômeno global, reconhecido por sua energia contagiante e significado cultural profundo.
O Carnaval de Veneza
O Carnaval de Veneza, com suas origens datando do século XI, é uma festa profundamente enraizada na história e cultura da cidade. Instituído inicialmente pelo doge Vitale Falier em 1094, o Carnaval se destacou como um período de jogos, brincadeiras e diversão pública antes da Quaresma, comemorando também a consagração da Basílica de São Marcos. Ao longo dos séculos, o Carnaval de Veneza evoluiu, transformando-se em um evento que atraía aristocratas e visitantes de várias partes do mundo, especialmente durante seu apogeu no século XVIII.
Durante o Carnaval, os venezianos usavam máscaras e trajes elaborados, que serviam tanto para diversão quanto para preservar o anonimato e liberar as restrições sociais. As máscaras, como a baúta e a moretta, tinham designs e funções específicas, refletindo a complexidade e o simbolismo da festa. Apesar de ter sido abolido em 1797, o Carnaval de Veneza foi revivido em 1979 e, desde então, atrai aproximadamente 3 milhões de visitantes anualmente, mantendo-se como uma celebração icônica que mescla tradição, arte e cultura.
Nos dias atuais, o Carnaval de Veneza é marcado por eventos como o cortejo das Marias, o voo do Anjo e concursos de fantasia. É uma experiência única, onde os participantes se vestem com trajes ricos em detalhes e desfrutam das festividades em locais históricos como a Praça São Marcos. Apesar de não contar com a música e os desfiles típicos dos carnavais brasileiros, o Carnaval de Veneza oferece uma atmosfera de encanto e uma viagem ao passado, celebrando a história e a arte venezianas
Enquanto o Carnaval de Salvador é uma explosão de energia, música e dança nas ruas, celebrando a cultura afro-brasileira, o Carnaval de Veneza é uma jornada nostálgica ao passado, marcada pela sofisticação e pelo mistério das máscaras. Ambos os carnavais, apesar de suas diferenças, são testemunhos da rica diversidade cultural e da capacidade humana de celebrar a vida através da arte, da música e da história.
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