Nuvem de gafanhotos pode invadir Brasil, alerta Argentina

O Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agro-Alimentar (Senasa) da Argentina, emitiu um alerta de perigo na fronteira com o Rio Grande do Sul devido ao avanço de uma nuvem de gafanhotos.

Os insetos vieram do Paraguai e, por lá, destruíram lavouras de milho. A nuvem chegou à província de Santa Fé, na Argentina, no dia 17. Dois dias depois, avançou pelo Rio Paraná até Corrientes. Agora ela ameaça a fronteira do Brasil com o Uruguai.

O mapa de alerta mostra em uma faixa vermelha as regiões do país que estão em “perigo”. Pode-se observar que parte faz fronteira com o Rio Grande do Sul.

Monitoramento do governo argentino mostra que nuvem de gafanhotos se aproxima do Brasil — Foto: Reprodução/Senasa

Em aproximadamente um quilômetro quadrado de nuvem podem ter até 40 milhões de insetos, que consomem em um dia pastagens equivalentes ao que 2 mil vacas ou 350 mil pessoas comem, disse o engenheiro agrônomo argentino Héctor Medina à agência Reuters.

Imagens divulgadas pelo Ministério e pelo Senasa mostram a chegada da nuvem a Santa Fé e a destruição causada pelos insetos

As nuvens de gafanhoto surgem por conta do aumento exagerado de gafanhotos em uma determinada região. Esse aumento acontece por conta de mudanças climáticas. Quando não encontram comida, eles se aglomeram e vão juntos em busca de alimento.

Praga de gafanhotos atinge África em meio à pandemia do coronavírus

Em meio à pandemia mundial causada pelo novo coronavírus, uma praga de gafanhotos de grandes proporções ameaça a região da África Oriental com devastação e fome. Trata-se do maior surto de gafanhotos dos últimos 70 anos.

É a segunda onda a atingir várias partes do continente nas últimas semanas, 20 vezes maior que a primeira que atingiu a região dias antes da infestação global do covid-19.

São bilhões de gafanhotos que formam nuvens e invadem colheitas e até cidades. Essa segunda invasão inclui gafanhotos mais desenvolvidos, conhecidos como “jovens adultos”, que são comedores especialmente vorazes.

O combate ao novo coronavírus, com várias regiões bloqueadas, tem dificultado a importação de pesticidas fundamentais para conter a praga..

“Acho que, infelizmente, por causa de outras coisas acontecendo ao redor do mundo, as pessoas estão esquecendo o problema dos gafanhotos. Mas é um problema muito, muito real “, disse o agricultor George Dodds à ​​FAO.

Na Etiópia, seis milhões de vidas estão em risco, já que o surto de gafanhotos ameaça causar “perdas em larga escala de culturas, pastagens e cobertura florestal, agravando a insegurança alimentar e alimentar”, segundo a FAO.

E o ministério da Agricultura da Etiópia diz que o problema está piorando à medida que os enxames de gafanhotos estão aparecendo em locais onde não haviam sido avistados anteriormente. (Com informações da CNN  / Foto: Sven Torfinn – FAO via AP)