Mulheres de Goiás: a goiana que se tornou correspondente internacional

Nascida em 25 de agosto de 1961, Lilia Teles é uma jornalista completa que atua em sua área pelo Grupo Globo. Como repórter, já esteve presente em diversos cenários da história mundial. Sua história começa em Goiânia. Lilia estudou em escolas públicas durante os oito anos iniciais do ensino fundamental. Ainda criança, era apaixonada por leituras. Gostava de ler por aí em voz alta e sabia que, em algum momento de sua vida, viria a ser jornalista.

Antes de cursar jornalismo se formou no curso de Direito. Em seguida veio a pós-graduação em Direito Agrário pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Engatou formação também na área de Educação Física na Escola Superior de Educação Física de Goiás. Pouco mais tarde, iniciou sua graduação em Jornalismo pela Faculdade Hélio Alonso, no Rio de Janeiro.

Lilia conta que se inscreveu em Direito com o objetivo de transferir para o curso de Jornalismo. Mas acabou desistindo dessa ideia. Com três formações no currículo, em 1987 Lilia começa sua carreira como jornalista pelo jornal Diário da Manhã em Goiânia. Categorias de cinema, decoração, moda e televisão eram de sua responsabilidade. Cerca de um ano depois resolveu participar de um teste para ser repórter da TV Goyá, afiliada da TV Rio.

Aquela voz tão firme e segura fez Lilia ser convidada para atuar como apresentadora do canal. Já no segundo dia de trabalho atuava ao vivo na apresentação de dois telejornais. Três meses depois a jovem goiana participa de um teste para a TV Anhanguera onde é aceita. Em 1988 apresenta sua primeira reportagem para o Jornal Nacional. Gravada na cidade de Flores, a matéria sobre uma inundação foi a primeira do estado de Goiás a ser exibida no Jornal.

Logo Lilia começou estágio na Globo Rio de Janeiro. Foi enviada para Brasília e São Paulo. Em 1 de abril de 1997 a jornalista volta para o Rio contratada pela Editora Rio. Àquela altura recebia pautas importantes como a visita de Papa João Paulo II ao Brasil. No ano seguinte, Lilia foi a primeira jornalista a chegar ao local do desabamento do Palace II. Seu trabalho ali foi além do simples jornalismo.

Ajudou na contagem de apartamentos entre os destroços e acompanhou de perto o momento de aflição das vítimas. Anos mais tarde, quando o Brasil se via em meio ao acidente da plataforma P 36 da Petrobras, Lilia foi a primeira repórter a sobrevoar o local. Em 2004 fez a cobertura completa do tsunami que atingiu a Ásia.

A cada ano que passava, Lilia aumentava seu currículo de maneira graciosa. Seu desempenho de destaque rendeu a ela o convite para trabalhar como correspondente da Rede Globo em Nova York. Durante seus quatro anos de trabalho na América do Norte, a jornalista goiana cobriu fatos que marcaram a história como a guerra no Oriente Médio, a crise econômica internacional, o acidente envolvendo o avião da Gol e assassinatos em escolas.

Em janeiro de 2010, Lilia Teles viajou até o Haiti para mostrar de perto a dor de um povo em meio a uma das maiores tragédias registradas internacionalmente. Os sistemas de comunicação e transporte no local eram precários, os hospitais estavam destruídos, e Lilia percorria as ruas da capital para cobertura completa. Seguindo de perto o comboio do exército local, Lilia enxergou o que quase passou batido pelos militares: uma mulher viva sob os escombros.

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Pauta desenvolvida pela estagiária de jornalismo Julia Macedo com a supervisão da jornalista Fernanda Cappellesso.

Haitiano radicado no Brasil vende livro para financiar moradias em seu país

O engenheiro haitiano Jac-Ssone Alerte quer colocar o conhecimento adquirido no Brasil, onde vive desde 2008, a serviço do seu país. Formado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ele desenvolve na instituição um projeto de extensão, com o objetivo de fomentar a construção de moradias populares no Haiti. Para impulsionar a iniciativa, foi lançada uma campanha de financiamento, em que os colaboradores adquirem um livro.

Intitulada (Re)construindo um sonho, a obra apresenta as ideias do engenheiro e também sua história de superação. “Cada exemplar vendido representa mais um tijolo”, diz o haitiano.

O projeto prevê a construção de casas na comunidade onde Jac-Ssone nasceu: o bairro de Don de L’amitié, da pequena cidade de Duchity, a oeste da capital Porto Príncipe. O local sofreu os impactos do terremoto de 2010 e, posteriormente, foi devastado pelo furacão Matthew que atingiu o país em 2016.

A ideia é aplicar, em regime de mutirão, a técnica solo-cimento, que vem sendo estudada há alguns anos na UFRJ como alternativa a métodos convencionais empregados pela indústria da construção civil. É uma proposta sustentável e de baixo custo.

Em janeiro, Jac-Ssone Alerte contou à Agência Brasil que já havia adquirido um terreno junto com o pai, onde será erguida a Vila Marie Celiane Alexis, uma homenagem à sua mãe, que já morreu. A iniciativa conta com o apoio de lideranças locais e já foi feita uma pré-seleção, com base em perfis socioeconômicos, dos 15 primeiros beneficiados. São famílias desabrigados em decorrência do furacão.

A iniciativa prevê construções seguras e resistentes a tremores e ventos fortes e também buscará chamar a atenção para a necessidade de aprimorar as políticas habitacionais no Haiti. Segundo ele, o impacto das tragédias ambientais é potencializado pela frágil estrutura das edificações. O terremoto de 2010 deixou um país abalado e cerca de 200 mil mortos. Já o furacão Matthew provocou mais de mil mortes.

As casas também levarão em conta as projeções do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (IPCC-ONU) para a região. Significa que elas serão preparadas para a incidência de dias quentes e ondas de calor, garantindo maior bem-estar aos moradores.

Via EBC