Um dos melhores (e mais comoventes) filmes sobre o Holocausto está na Netflix

Ele não é apenas bom, é uma das maiores obras de arte do século! Assim como o livro homônimo, o filme “O Menino do Pijama Listrado”, em uma versão mais enxuta, mantém as características da história e é tocante do início ao fim. A interpretação dos atores é um dos pontos altos da trama.

Discretamente disponível no catálogo da Netflix, o filme é uma verdadeira obra-prima do cinema e um dos melhores sobre a triste história do Holocausto.

No emocionante drama, somos transportados para a trágica realidade da Alemanha nazista sob a ótica de Bruno, uma criança de 8 anos que nos oferece uma visão ingênua e tocante dos horrores da Segunda Guerra Mundial. O filme retrata a inocência em um dos períodos mais sombrios da história humana.

“O Menino do Pijama Listrado” narra uma história contundente sobre amizade, inocência e as atrocidades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial. Visto pelos olhos de Bruno (Asa Butterfield), filho de um oficial nazista, o enredo se desenvolve quando ele se muda com sua família para uma casa próxima ao campo de concentração de Auschwitz.

A inconsciência infantil se choca com a brutalidade dos adultos quando Bruno conhece Shmuel (Zac Mattoon O’Brien), um menino judeu prisioneiro do campo, usando um “pijama listrado”. A partir deste encontro, o filme tece uma narrativa repleta de curiosidade, laços puros e a crueza implícita da realidade ao redor.

A profundidade e simplicidade da direção

Dirigido por Mark Herman, “O Menino do Pijama Listrado” é marcado pela profundidade temática que contrasta com a simplicidade pelo qual o mundo é visto pelo protagonista. A direção habilmente transita entre a inocência e as descobertas sombrias de Bruno.

Atuações memoráveis

As atuações são pontos altos deste filme. Asa Butterfield entrega uma performance genuína e emocionalmente carregada conforme seu personagem navega pela curiosidade natural à idade e pelas descobertas perturbadoras sobre a realidade ao seu redor.

Imaginário infantil frente à realidade brutal

O roteiro destila o contraste entre o mundo imaginário de Bruno e a triste realidade imposta pelo regime nazista. Esse jogo narrativo não apenas ensina sobre história, mas também convida à reflexão sobre como percebemos o mundo na infância versus realidade adulta.

“O Menino do Pijama Listrado” é eficaz em provocar reflexão histórica. Vemos como a intolerância e o preconceito podem levar a humanidade a atos indescritíveis e como a amizade pode surgir nos ambientes mais improváveis.

Uma homenagem à inocência perdida

O filme presta homenagem à inocência perdida tanto dos personagens, quanto da humanidade, durante esse período triste da história.

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Andor Stern: Morre aos 94 anos único brasileiro sobrevivente do holocausto

Andor Stern, o único brasileiro sobrevivente do Holocausto, morreu nesta quinta-feira (07), em São Paulo. O comunicado foi feito por familiares através de sua conta no Instagram. Stern faleceu em casa aos 94 anos de idade e havia dedicado parte de sua vida a relembrar e ensinar os horrores cometidos pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. 

 

“Nossa família agradece desde já por todas as mensagens de apoio e palavras de carinho”, diz a mensagem. 

 

Andor era judeu e nascido brasileiro, se mudou para a Hungria quando era criança e vivenciou toda a época de antissemitismo enquanto crescia, sendo levado para o campo de concentração de Auschwitz anos depois.

 

A história de Andor Stern

 

No auge da segunda guerra, Andor Stern viu uma verdadeira transformação na sua vida. Aos 13 anos de idade, o brasileiro se viu obrigado a escapar da terrível perseguição que se iniciava aos judeus na Hungria — a terra natal de seus pais.

 

Algum tempo depois, acabou sendo capturado e chegou a viver um ano inteiro de sua vida dentro do maior campo de concentração nazista no período de guerra: Auschwitz, na Polônia. Nesse momento, Stern foi separado de seus pais e nunca mais conseguiu reencontrá-los em vida. O número “83892” que foi usado para identificá-lo continuou marcado em sua pele até a sua morte.

 

Estima-se que pelo menos 1,1 milhão de pessoas — sendo judeus em sua grande maioria —  tenham morrido de fome, doenças ou em câmaras de gás no complexo de 40 campos de concentração de Auschwitz. A história completa de Andor foi contada no livro biográfico Uma Estrela na Escuridão (2018), escrito por Gabriel Davi Pierin e André Bernardino.

 

Retorno ao Brasil 

 

Quando retornou ao Brasil, Andor, então com 20 anos de idade, não tinha qualquer lembrança de como falar português, ele decidiu voltar para São Paulo, cidade onde nasceu. No Brasil, precisou reaprender a língua, estudou engenharia, trabalhou na empresa de tecnologia IBM e conseguiu abrir sua própria empresa.

 

Foi aqui que também conseguiu um reencontro tardio com o pai — que ele achava estar morto, mas havia formado nova família na Espanha. Em 1954, casou-se com Terezinha e teve cinco filhos. Ao total da guerra, Andor perdeu 94 membros de sua família no Holocausto, somando o lado de sua mãe e do seu pai. 

 

Sua história de sobrevivência tornou-se um símbolo de resistência e uma eterna lembrança sobre os tempos obscuros que tomaram conta do planeta entre 1939 e 1945. 

Foto: Reprodução/Gshow

Papa Francisco anuncia abertura de arquivos secretos sobre Holocausto

Papa Francisco declarou que os arquivos, mantidos em segredo desde 1939, serão abertos. A divulgação do conteúdo do Vaticano sobre o Papa Pio XII no período da Segunda Guerra se dará em março de 2020.

O Pontífice afirmou que a Igreja não tem medo da História e está certo de que essa pesquisa séria terá avaliação sob a luz da Justiça.

Essa é uma reinvidicação antiga de muitos judeus e uma das maiores organizações judaicas dos Estados Unidos, o Comitê Judaico Americano, comemorou essa abertura por considerar ser um gesto muito importante para as relações entre eles e os católicos. Por mais de 30 anos o Comitê lutou por essa verdade.

Para muitos judeus, Eugenio Maria Giuseppe Giovanni Pacelli fechou os olhos para o horror do Holocausto apesar do Vaticano reconhecer que Pio XII agiu no anonimato para salvá-los.

A repercussão é a melhor possível. Em Jerusalém, o Memorial do Holocausto, parabenizou a decisão juntamente com o governo israelense.

Os sucessores de Pio XII foram canonizados, mas sua beatificação está parada desde 2009 devido às controvérsias sobre sua postura durante a Segunda Guerra.

Muitos historiadores o condenariam pelo massacre de judeus, acreditam que não ocorreu a punição devido a diplomacia em não colocar católicos em perigo na Europa. Outros juram que ele salvou dezenas de milhares de judeus italianos suplicando aos conventos que as portas fossem abertas. 

Capa: Divulgação / Tiziana Fabi