‘No que depender do presidente, democracia e liberdade acima de tudo’, afirma Bolsonaro (VÍDEO)

Após a enorme repercussão por sua participação em um ato que defendia a reabertura das atividades econômicas e até uma nova intervenção militar no País, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta segunda-feira, 20, que é contra o fim da democracia. “No que depender do presidente Jair Bolsonaro, democracia e liberdade acima de tudo”, afirmou ao deixar o Palácio da Alvorada pela manhã.

O presidente não respondeu perguntas dos jornalistas e disse que a imprensa mais uma vez teria distorcido o fatos. “Peguem o meu discurso. Não falei nada contra qualquer outro Poder. Muito pelo contrário. Queremos voltar ao trabalho, o povo quer isso. Estavam lá saudando o Exército brasileiro. É isso, mais nada. Fora isso é invencionice, tentativa de incendiar a nação que ainda está dentro da normalidade”, disse Bolsonaro pela manhã em “live” transmitida por suas redes sociais.

Em frente ao quartel-general do Exército neste domingo, vários manifestantes defenderam o governo e pediram intervenção militar e um novo AI-5 – o mais radical ato institucional da ditadura militar (1964-1985), que abriu caminho para o recrudescimento da repressão – além de defenderem o fechamento do STF e do Congresso Nacional.

O presidente subiu em uma caminhonete, se dirigindo a uma aglomeração de apoiadores, e afirmou que “acabou a época da patifaria” e gritou palavras de ordem como “agora é o povo no poder” e “não queremos negociar nada”.

“Nós não queremos negociar nada. Nós queremos ação pelo Brasil”, declarou o presidente neste domingo, que participou pelo segundo dia seguido de manifestação em Brasília, provocando aglomerações em meio à pandemia do coronavírus. “Chega da velha política. Agora é Brasil acima de tudo e Deus acima de todos.”

Hoje o presidente disse que a pauta do ato público era apenas “povo na rua, dia do Exército e volta ao trabalho”. Confrontado com o fato de que os manifestantes também pediam a volta do AI-5, afirmou que “pedem desde 1968”.

“Todo e qualquer movimento tem infiltrados, tem gente que tem a sua liberdade de expressão. Respeitem a liberdade de expressão”, afirmou.

Bolsonaro disse ainda que respeita o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional e negou ter atacado os Poderes públicos ontem. “Não vou pecar por omissão. Respeito o Supremo Tribunal Federal, respeito o Congresso, mas eu tenho minha opinião. Não pode qualquer palavra minha ser interpretada por alguns aí como agressão, como ofensa”, declarou.

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Uma publicação compartilhada por Jair M. Bolsonaro (@jairmessiasbolsonaro) em 20 de Abr, 2020 às 5:20 PDT

Presidente Michel Temer decreta intervenção militar no estado do Rio de Janeiro

 

Após reunião tensa nessa última noite no Palácio da Alvorada, o presidente Michel Temer decidiu decretar intervenção na segurança pública no Estado do Rio de Janeiro. O decreto, que será publicado na manhã desta sexta-feira (16), visa controlar a situação caótica em que se encontra a segurança pública do estado do Rio de Janeiro. Caso a decisão passe pelo Congresso Nacional, as Forças Armadas se tornarão responsáveis pelo comando das Polícia Civil e Militar do estado do Rio.

É importante ressaltar que, apesar da intervenção, a Constituição Federal não poderá sofrer alterações – o que afeta diretamente o andamento da Reforma da Previdência. A intervenção na segurança teve o aval do governador Luiz Fernando Pezão. Temer designou também que o General Walter Souza Braga Neto, do Comando Militar do Leste, será o interventor.

Por enquanto, cabe ao presidente do Congresso, Eunício Oliveira, convocar em até 10 dias a sessão para votar a aprovação da intervenção. A decisão será da Câmara e do Senado. 

 

Violência no Rio

 

O aumento do nível da criminalidade no Rio durante o período de carnaval, em que ocorreram inúmeros arrastões, assaltos e saques a estabelecimentos comerciais (além da morte de 3 PMs), foi o estopim para a decisão do presidente Michel Temer, junto a outros representantes políticos presentes na reunião no Congresso na última noite, de decretar intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro. Além de Temer, estiveram presentes na reunião de urgência Luiz Fernando Pezão (governador do Rio), Raul Jungmann (ministro da Defesa),  Torquato Jardim (ministro da Justiça), Sérgio Etchegoyen (ministro do Gabinete de Segurança Institucional), Henrique Meirelles (ministro da Fazenda), Dyogo Oliveira (ministro do Planejamento) e Moreira Franco, da Secretaria Geral da Presidência. O presidente da Câmara Rodrigo Maia e o presidente do senado Eunício Oliveira também compareceram.

 

O governador Luiz Fernando Pezão admitiu que houve falha no planejamento de segurança do estado e que, após notar o agravamento da violência nos primeiros dias de carnaval, reforçou o policiamento. Mais informações sobre a decisão presidencial serão inseridas nesta notícia a qualquer momento. Atualize a página e acompanhe as últimas informações.