Cassado pela ditadura, Iris ajudou na luta pela redemocratização do País
A história dos goianos se confunde com a história de Iris Rezende, que morreu na madrugada desta terça-feira (09/11). No entanto, a trajetória política do ex-governador de Goiás e ex-prefeito de Goiânia não se limitou ao Estado. Iris teve papel fundamental na redemocratização do Brasil e foi um dos articuladores do movimento “Diretas Já”, que teve como principal objetivo a retomada das eleições diretas ao cargo de presidente da República.
Iris assumiu a Prefeitura de Goiânia pela primeira vez em 1965, mas teve seu mandato cassado e perdeu seus direitos políticos por dez anos, com base no Ato Institucional nº 5, editado durante o governo do general Artur da Costa e Silva. Formado em Direito pela Universidade Federal de Goiás (UFG), voltou para advocacia, mas não abandonou a política.
Após ter novamente seus direitos políticos, Iris disputou o Governo de Goiás em 1982 e foi eleito com 67% dos votos. Um ano depois, foi apresentada no Congresso Nacional da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que pretendia devolver aos brasileiros o direito de escolha do presidente da república, por meio do voto direto.
O movimento começou tímido, mas, em 1984, em Goiânia, Iris Rezende foi articulador de um grande comício do movimento, que reuniu milhares de pessoas, conforme estimativa oficial da época. O comício goiano chamou a atenção do País. A manifestação reuniu, ainda, nomes, como Tancredo Neves, Ulysses Guimarães e Leonel Brizola, em Goiânia.