Clube de Goiânia com arquitetura modernista e que integra parte da história da capital tem mais de 60 anos

Fundado em 1938, o Jóquei Clube foi o primeiro parque recreativo de Goiânia. Seu primeiro nome foi Automóvel Clube de Goiás.

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Localizado no centro da cidade, o complexo contava com academias de ginástica, saunas, piscinas, quadras de esporte, salão de festas, restaurantes e playground. Aquele era um centro de lazer e esportes repleto de equipamentos e com entrada para todas as faixas etárias.

A beleza dessa primeira sede impressionava por sua arquitetura inusitada. De maneira eclética, a estrutura reunia elementos formais comuns em chalés, e a construção que lembrava os casarões coloniais do meio rural.

A nova sede era símbolo da arquitetura moderna da capital em suas características tão particulares. Nesta época, o local virou point oficial da elite goiana. Sediando festas de carnaval e réveillon, era um lugar perfeito para desfrutar da convivência social.

Seus salões serviam de palco para orquestras renomadas, além da orquestra própria do clube. Sob o comando do maestro Geraldo Amaral e outros grandes nomes da música, os hóspedes sempre conseguiam a trilha sonora perfeita para o desenvolvimento de suas melhores memórias.

Entre 1947 e 1950, o Estado decidiu investir no clube que, com algumas doações, passou a oferecer mais alguns serviços como hipismo. Cerca de dez anos depois, o casarão inicial  precisou ser demolido por ser considerado ultrapassado e não ser adequado para atender as necessidades dos frequentadores.

Na década de 1960, o Jóquei Clube ganha uma nova sede, no centro da cidade. O local se tornou referência do modernismo no estado de Goiás. 

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Com cerca de 22 mil metros quadrados, a nova sede foi projetada para ser mais funcional. Seus diferentes ambientes foram interligados por rampas e escadas a fim de melhorar o fluxo de pessoas, de forma conectada e articulada. Essa estrutura permitia uma visão mais clara e ampla de todos os espaços do clube. Com inauguração oficial em 1975, o local manteve atividade intensa.

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No início dos anos 1990, o Clube entrou em processo de decadência financeira. Isso contribui bastante para a  má conservação da estrutura física do local que é histórico.

Em 2009 o clube foi oficialmente fechado e deixado em estado de abandono. Parte de seu bosque foi transformado em estacionamento. Sua arquitetura modernista, inspirada no estilo do francês Le Corbusier foi comprometida.

Hoje o prédio só pode ser apreciado pelo lado de fora. Com dívida de aproximadamente R$30 milhões, o local não pode ser vendido, nem demolido. A situação de abandono incomoda os moradores das casas  que denunciam o Jóquei Clube por ser foco de Aedes Aegypti e também  agentes de cultura que consideram o local histórico e destacam que ele deveria ser melhor preservado.

Curiosidade – Durante a década de 1970, o Estado de Goiás foi destaque nacional na liga de basquete. A maioria dos jogadores da Seleção Brasileira de Basquetebol eram goianos. Aquela foi considerada a era de ouro do basquete goiano. Os treinos eram realizados no Jóquei Clube de Goiânia.

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Morre aos 92 anos o arquiteto Paulo Mendes da Rocha, responsável pelo projeto do Serra Dourada

O arquiteto Paulo Mendes da Rocha, um dos maiores nomes da arquitetura brasileira e internacional, morreu neste domingo (23), aos 92 anos. Paulo foi responsável por renomados projetos, entre os quais estão o Estádio Serra Dourada, o Terminal Rodoviário e o Jóquei Clube de Goiânia, e acumulou grandes prêmios da arquitetura mundial. 

 

O ilustre arquiteto, urbanista e professor nascido em Vitória, no Espírito Santo em 1928,  estava internado em um hospital de São Paulo. A morte foi confirmada pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo no Brasil e por familiares, mas não teve a causa revelada. 

 

Com trabalho de destaque internacional, Paulo ganhou em 2006, o Prêmio Pritzker, conhecido como o “Nobel da arquitetura”, e o Leão de Ouro em Veneza, na Itália, em 2016. Ele foi o primeiro brasileiro a receber o prêmio. Recebeu ainda, o Prêmio Imperial do Japão, e no início deste mês de maio, a Medalha de Ouro da União Internacional de Arquitetos. 

 

Em homenagem a este grande arquiteto, destacamos aqui suas obras em Goiás e no Distrito Federal, em que seu legado ficará para sempre eternizado:

1962/1966 Projetou a sede social do Jóquei Clube de Goiânia, com a colaboração de João de Gennaro (primeiro prêmio em concurso nacional), o edifício-sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, e a agência do Banco do Estado de Goiás, em São Paulo. 

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1972/1973 – Realizou o projeto do Estádio Serra Dourada, em Goiânia, com a colaboração de Newton Arakawa, Roberto Portugal Albuquerque e Maria Helena Flynn, entre outros arquitetos.

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1985 – Projetou o Terminal Rodoviário de Goiânia, em parceria com os arquitetos Luiz Fernando Teixeira e Moacyr Paulista Cordeiro.

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1998 – Realizou, entre outros, o projeto do Centro de Coordenação Geral do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), em Brasília.

2011 – Responsável pela readequação arquitetônica da área do Museu de Valores, Galeria de Artes, acessos e espaços complementares do Edifício Sede do Banco do Brasil, em Brasília. Projeto em associação com o escritório Pedro Mendes da Rocha Arquitetos Associados.