Sororidade seletiva? Blogueira Mari Ferrer, vítima de estupro, publicou prints mostrando que pediu ajuda a famosas e elas ignoraram

O caso da blogueira Mari Ferrer é um dos mais tristes e mais conhecidos nos últimos anos. A modelo estuprada na boate Café de La Music em Jurerê Internacional, Florianópilis, tenta provar que foi vítima de violência cometida por André Camargo Aranha,  O caso famoso tem até comissão formada no senado para ajudar a defender a moça.

 

Mariana tem sempre usado as mídias sociais para mobilizar e pedir apoio de mulheres famosas para a sua causa. Nomes como Anitta e Marília Mendonça já se posicionaram ao lado dela. Porém, segundo Mari divulgou, nesta noite, há também as famosas que usam o termo sororidade apenas para discurso.

 

A blogueira violentada mostrou que Marina Ruy Barbosa e Isís Valverde foram duas das famosas que leram o contato feito por ela, via direct de instagram, e ignoraram o pedido de ajuda.  A internet logo recorodu que o acusado é amigo dos herdeiros do grupo Globo.

 

isisisis

Marina

 

 

Sentença de ‘estupro culposo’ no caso Mari Ferrer gera revolta e mobilização no país

Circula na internet, o vídeo do julgamento do caso de Mariana Ferrer, de 23 anos. A influencer foi humilhada pelo advogado de André Aranha, empresário acusado de tê-la estuprado em uma festa em 2018. Ele foi inocentado, sob a alegação de que cometeu “estupro culposo”. O caso gerou revolta nas redes sociais. As imagens foram obtidas pelo The Intecept Brasil, e causaram grande repercussão.

De acordo com o promotor responsável pelo caso, não havia como o empresário saber, durante o ato sexual, que Mari não estava em condições de consentir a relação, não existindo assim “intenção” de estuprar.

Sendo assim, o juiz aceitou a argumentação de que André cometeu um “estupro culposo”, um “crime” não previsto na lei brasileira. Porém, como ninguém pode ser condenado por um crime que não existe, o réu foi absolvido.

O advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, responsável pela defesa do empresário, mostrou várias fotos de Mariana durante a audiência e definiu as imagens como “ginecológicas”. Em momento algum foi questionado por membros do Tribunal de Justiça catarinense sobre a relação das fotos com o caso.

Gastão também disse que “jamais teria uma filha do nível” de Mariana. Bastante incomodada, a influencer respondeu dizendo que está de roupa nas fotos e que elas “não têm nada demais”. A jovem ainda argumentou: “A pessoa que é virgem, ela não é freira não, doutor. A gente está no ano 2020”.

‘Choro dissimulado’

Em seguida, o advogado continuou atacando Mariana. “Só aparece essa sua carinha chorando. Só falta uma auréola na cabeça. Não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso, e essa lágrima de crocodilo”.

Após essas falas, um dos membros do Tribunal de Justiça percebeu que Mariana chorava muito ao ouvir as palavras e perguntou se ela quer sair um pouco para se recompor.

Apesar de estar claramente emocionada, Mari responde as alegações. “Eu gostaria de respeito, doutor. Excelentíssimo, eu estou implorando por respeito no mínimo. Nem os acusados, nem os assassinos são tratados da forma que eu estou sendo tratada gente, pelo amor de Deus. Eu sou uma pessoa ilibada. Nunca cometi crime contra ninguém.”

A OAB de Santa Catarina e o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos solicitaram esclarecimentos ao advogado e ao TJ de Santa Catarina sobre a sua conduta durante o interrogatório.

CNJ vai investigar

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai analisar um pedido de investigação contra o juiz, por omissão. O juiz inocentou um empresário ao aceitar a tese de “estupro culposo”, um crime não previsto em lei, mas que significaria um abuso sexual praticado sem a intenção. A decisão polêmica partiu do juiz Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florianópolis, responsável pelo caso.

Assista o vídeo da audiência:

Capa: Reprodução/The Intercept Brasil