Ronaldo Caiado presta assistência às famílias atingidas pela enchente do Rio do Peixe em Lagolândia

O governador Ronaldo Caiado esteve, na manhã desta terça-feira (30/11), em Lagolândia, distrito de Pirenópolis.  Ele prestou assistência às cerca de 37 famílias que ficaram desabrigadas após a forte chuva que atingiu a região no último domingo (28/11). 

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o Rio do Peixe transbordou, várias ruas foram completamente alagadas e algumas casas chegaram a ficar parcial ou totalmente submersas.

Nesta segunda-feira (29/11), bombeiros e equipes da Prefeitura de Pirenópolis começaram o trabalho de limpeza e remoção dos destroços e também de cadastramento das pessoas que ficaram desalojadas.

 

Imagem: Felipe Teles

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Neste domingo (28), o distrito de Lagolândia, o povoado de Capela e região foram acometidos por uma cabeça d’água, nome que se dá ao aumento repentino no nível e volume de água,  do Rio do Peixe. A Prefeitura de Pirenópolis decretou estado de emergência e acionou a Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Enel e de suas secretarias de Saúde, Infraestrutura, Bem-Estar Social e Meio Ambiente, para dar apoio às cerca de 30 famílias que ficaram desabrigadas. 

A administração montou um ponto de arrecadação de donativos na sede do 17º Batalhão do Corpo de Bombeiros de Pirenópolis, onde serão recebidas doações de roupas, água mineral, roupas de cama, utensílios, itens de higiene pessoal e fraldas. Além disso, a prefeitura também pede ajuda voluntária para a limpeza da lama das ruas do distrito. 

A Escola Benedita Cipriano recebeu um gerador de energia e serve atualmente de ponto de apoio para a população, além do povoado de Capela, na Escola Nossa Senhora Sant’Ana. A Prefeitura disponibilizou carro-pipa para suporte aos serviços dos bombeiros e equipes para limpeza, assim como alimentação das famílias e equipes de trabalho. 

A Secretaria de Saúde informa que o contato com a água e a lama deve ser evitado para evitar contaminação, uma vez que as fossas sépticas transbordaram.  Já o Corpo de Bombeiros lembra do risco de desabamentos e pede à população que não volte às casas atingidas. O acesso à Vila Propício pela ponte está interditado.

Todas as secretarias municipais estão envolvidas na força-tarefa para a recuperação da cidade (limpeza, reestruturação, equipamentos) e apoio às famílias, com roupas, comida, atendimentos de saúde e psicológicos, dentre outros.  

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Santa Dica: Conheça a polêmica história da Santa de Pirenópolis

Em 17 de janeiro de 1903, nasceu Benedita Cipriano Gomes na Fazenda Mozondó, a 40 km de Pirenópolis. Quando Dica, como era chamada, tinha 7 anos de idade, caiu enferma com a perda total de seus sinais vitais. Já sem esperanças, os familiares decidiram preparar o corpo para o enterro, entretanto durante o banho do defunto, notaram que Dica suava frio e muito. Com receio de enterrá-la, mantiveram o velório e após três dias, Dica ressurgiu viva da morte iminente. A partir daqui, a jovem menina revolucionou a região onde morava.

Santa

Santa

A história da ressurreição espalhou-se de tal maneira que as pessoas diziam ser um milagre. Dezenas de pessoas começaram a migrar para a fazenda de Dica, pedindo benção e graças. Em pouco tempo, já mocinha, Dica comandava legiões de adoradores, que a obedeciam e possuíam uma fiel devoção. A fama foi tão grande, que em volta da sua casa formou-se um povoado.

Dica instituiu um sistema na região, com o uso comum do solo e aboliu o uso genérico do dinheiro. Ela pregava a igualdade e a distribuição de terras. A conhecida Santa Dica, fazia milagres e curas, em seu povoado ela fez um hospital e até uma escola. Para suas curas milagrosas recebia os espíritos do Dr. Fritz, da Princesa Silveira, de um Comandante e de alguns conhecidos que já morreram.

Santa

Com toda politica e estilo de vida, Santa Dica conseguiu reunir um exército de 1.500 homens e 4.000 eleitores. Toda sua influência incomodava os coronéis da região, pois Dica reproduzia a história de Canudos, já que recrutava os trabalhadores e tinha poder sobre a população.

A fama da curandeira espalhou-se, o que fazia atrair mais fiéis. Ao mesmo tempo, alguns jornais goianos começaram a denunciá-la, pedindo providências do governo para conter os fanáticos. Como Dica tinha uma vertente espiritual, a igreja local também contestava a tal Santa.

Santa

Chegou em um ponto em que as autoridades de Pirenópolis com a polícia municipal se declaram impotentes contra os chamados diqueiros. Assim, em 1925, o Governo Estadual mandou uma tropa para o povoado, a fim de prender Dica e massacrar a região. De acordo com as histórias que permeiam a cidade, naquele dia, as balas iam de encontro à Dica, enrolavam em seus cabelos, ou batiam em seu corpo, e caiam pelo chão, tanto que houve apenas três mortes.

Durante a rebelião, Dica ordenou a todos que atravessassem o rio do Peixe, que ela nomeou como Jordão, que passa por trás de sua casa, para fugir do massacre. Mas a curandeira, foi resgatada e acabou sendo presa. Dizem nas conversas orais que Santa Dica neste episódio amarrou uma sucuri no rio para que os soldados não pudessem atravessar. Até hoje a população do povoado acredita e não nada naquele local com medo da sucuri da Santa Dica.

A prisão de Dica não durou muito tempo. Pressionados pela população e sem provas, o governo acabou cedendo e liberou-a. A partir daí, Dica entrou na política, e ela estabeleceu em quem seus seguidores votavam. Além disso, ela formou um exército e foi patenteada a cabo do exército brasileiro. A Santa comandava tropa de 400 homens, que ficaram sendo conhecidos como “pés com palha e pés sem palha”, pelo motivo de que sendo a tropa integrada por analfabetos, eles confundiam esquerda com direita. Dica então usou a estratégia de amarrar um pedaço de palha em um dos pés para poder ensiná-los a marchar.

Santa

Em 1928, Dica casou com o jornalista carioca Mário Mendes, que foi eleito prefeito de Pirenópolis em 1934, e tiveram cinco filhos e adotaram mais dois. O exército dos “pés com palha e pés sem palha” participou da Revolução Constitucionalista de 1932 indo guerrear, com 150 homens, em São Paulo onde voltou sem nenhuma baixa, resultado atribuído aos milagres da santa.

Um episódio famoso foi quando seu exército precisava passar pela ponte de Jaraguá, em São Paulo. Esta estava minada e Dica mandou que um de seus soldados a atravessasse de olhos vendados. O soldado atravessou e nenhuma bomba explodiu. E assim foi com a tropa toda vendada, um a um atravessou a ponte.

Santa

Muitos milagres foram realizados por ela. Histórias populares contam que ela andava sobre as águas do Rio Jordão, faziam muitas curas milagrosas e sua tropa era protegida milagrosamente, tanto que quando as balas atingiam seus soldados esta caía no chão. Em um conversa com o advogado aposentado, Inácio Fernandes, ele informou que passou a adolescência na escola do povoado da Santa Dica e era íntimo da família.

No início da década de 60, Inácio e sua família se mudaram para uma fazenda próxima ao povoado da Santa, lá o rapaz se tornou amigo de Raquel, neta da Santa Dica. “A Santa Dica tratava todo mundo muito bem, as pessoas pediam conselhos a ela, ajuda e súplicas. Ela fazia uma romaria de bênçãos, com suas ervas, plantas. Ela até me batizou neste ritual, porque era muito próxima a minha mãe”, comentou o aposentado.

Ela possuía capacidades mediúnicas e passavam mensagens de pessoas que já morreram para os parentes. Na conversa, o aposentado até comentou que ela falava muito com seu falecido filho, Pedro, que foi morto em forma de vingança contra ela. Pedro era pai de Raquel, que possuía muita proximidade com o senhor Inácio. 

Inácio ainda explicou sobre o seu hospital, que possuía inúmeros pacientes e enfermos, todos tratados com o conhecimento medicinal de Santa Dica. “A Santa Dica tinha uma intuição muito forte. Certa vez, ela estava em um casamento com minha mãe e teve que ir embora, porque estava com um pressentimento ruim”, comentou o advogado. 

Santa Dica morreu em 9 de novembro de 1970 em Goiânia e foi sepultada, conforme seu desejo, debaixo de uma gameleira em frente a sua casa no povoado. Legiões de seguidores cortejaram e velaram durante três dias o corpo da Santa, demonstrando o amor e devoção cativados pela moça da Fazenda Mozondó, guerreira e santa. Por mais que sua história tenha ganhado grandes dimensões, em reportagens, livros e estudos, Santa Dica nunca foi reconhecida pelo Vaticano, apenas pela opinião popular. 

santa

O povoado hoje se chama Lagolândia e é um município de Pirenópolis, com algumas centenas de habitantes e algumas dezenas de casas, que rodeiam uma bela praça onde está enterrada a Santa Dica, que até hoje recebe homenagens e orações. Em sua antiga casa descendentes mantém um visitado altar dedicado a Santa e todo o povoado vive à sua memória.

Imagens: Reproduzidas do site da Prefeitura de Pirenópolis

Conheça uma vila bucólica cheia de belezas quase inexploradas a 160km de Goiânia

Goianos, brasilienses, mineiros e visitantes de todo o país, buscam o sossego em Pirenópolis. Mas poucos sabem que há ainda mais tranquilidade em uma vila bucólica, a 43km da sede do município. Pode parecer que o distrito de Lagolândia tenha parado no tempo, pois com pouco mais de 500 habitantes o lugarejo conserva hábitos do início do século passado, um conjunto de casas centenárias, uma natureza selvagem e uma das mais intrigantes histórias de fé e devoção do país.

‘Santa Dica de Lagolândia’
A vilazinha é conhecida nacionalmente por causa do nome Benedita Cipriano Gomes. Ela nasceu em 17 de janeiro de 1903 na Fazenda Mozondó a 40 km de Pirenópolis. Por volta de 7 anos de idade, Benedita, ou melhor Dica como era chamada, caiu enferma culminando com a perda total de seus sinais vitais. Durante o banho do defunto, notou os familiares que Dica suava frio e muito. Com receio de enterrá-la, mantiveram o velório e após três dias, Dica ressurgiu viva da morte iminente.

Essa história foi transformando Lagolândia em um centro de romarias para fervorosos roceiros que, com o tempo, chegaram a formar um exército de 15 mil protetores daquele povoado que os historiadores chamam de nova Canudos, em referência à terra de Antônio Conselheiro no sertão da Bahia, porque também em Lagolândia o carisma de Santa Dica criou uma comunidade igualitária, sem diferença de classes.

Tal como em Canudos, o Estado brasileiro decidiu perseguir a comunidade de Lagolândia que, além de um exército bem treinado, possuía, também, um inacreditável patrimônio político de 4 mil eleitores. Em 14 de outubro de 1925, a guarda do estado de Goiás atacou o povoado. Conta a lenda que as balas dos inimigos eram aparadas por anjos, deixando em pânico as forças do exército invasor.

Mesmo assim, acabaram por prender Dica, que ficou reclusa por seis meses na cidade de Goiás, à época capital do estado, de onde saiu pela pressão popular que fez o governo ceder. A partir daí Dica ingressou na política, seus seguidores votavam em quem ela mandasse. Formou exército e foi patenteada com a insígnia de cabo do exército brasileiro. Comandava tropa de 400 homens, que ficaram sendo conhecidos como “pés com palha e pés sem palha”, pelo motivo de que sendo a tropa integrada por analfabetos confundiam esquerda com direita. Dica então usou a estratégia de amarrar um pedaço de palha em um dos pés para poder ensinar-lhes a marchar.

Depois disso, Dica acabou por influenciar a política goiana e nacional, elegeu seu marido, um jornalista carioca, prefeito de Pirenópolis, e mandou tropas para a Revolução Constitucionalista em São Paulo. Histórias populares contam que ela andava sobre as águas do Rio Jordão, faziam muitas curas milagrosas e sua tropa era protegida milagrosamente.

Dica morreu aos 9 de novembro de 1970 em Goiânia e foi sepultada, conforme seu desejo, debaixo de uma gameleira em frente a sua casa em Lagolândia.

O que fazer em Lagolândia e arredores
Festa do Doce
A Festa Doce, criada por Santa Dica em homenagem ao Divino Pai Eterno, a São Benedito e a Nossa Senhora do Rosário, santos de sua devoção, continua acontecendo em Lagolândia na 3ª semana do mês de julho de cada ano. Durante os três dias de festejos, um imperador, um rei e uma rainha, escolhidos um ano antes, acolhem os peregrinos com alvoradas, novenas, cantorias e muitos doces.

Hospedagem
Eco Pousada Lagolândia
Localizada no distrito de Lagolândia do município histórico de Pirenópolis-GO, a Eco Pousada Lagolândia está instalada em um casarão centenário que foi reformado e teve seus quartos transformados em confortáveis suítes com ótimo padrão de acabamento e facilidades para os hóspedes, mas mantendo suas características e arquitetura originais. A Eco Pousada Lagolândia oferece pacotes que agregam experiências rurais, históricas, ecológicas e gastronômicas na vila.

Além de atividades de lazer, tais como: passeios pelas propriedades rurais, atividades culturais, oficinas gastronômicas, exploração de cavernas, rafting, mergulho na Lagoa Azul, trilhas ecológicas e de aventura. 
Endereço: Praça da Independência, s/n, Distrito de Lagolândia, Pirenópolis-GO
Contatos e reservas: (61) 99687-1393
E-mail: [email protected]

Lagoa Azul
Cerca de 18 quilômetros adiante está a Lagoa Azul uma piscina natural de águas cristalinas, onde as boias feitas de câmaras de ar permitem o turista permanecer um bom tempo na água. No caminho, feito pela GO-338, diz ele, estão várias fazendas tradicionais, comidas e histórias. Na Lagoa Azul é possível apenas se deslumbrar a beleza do gramado, curtir a piscina natural ou se aventurar pulando da cachoeira. 

Fazenda dos Escravos
Artesanato, história e gastronomia se encontram na Fazenda Babilônia, situada no KM3 da GO 403 a 28 quilômetros de Pirenópolis. A fazenda foi construída por escravos no século XVIII e possui um imenso acervo histórico. Esta é apenas uma das dicas do secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Juventude, Beto Rego, para aprender e sentir um pouco da história do Brasil.

Museu de Arte Sacra
Outra “parada obrigatória” é o Museu de Arte Sacra. O local foi construído em 1750 pelo abastado minerador Luciano Nunes Teixeira e seu genro Antônio Rodrigues Frota, para servir de capela particular dedicada, a princípio, a Nossa Senhora das Mercês. Em seu interior estão diversos objetos de culto, sinos, altares, imagens e painéis educativos.

Fotos: Divulgação/Eco Pousada Lagolândia