O Ministério da Cultura (MinC) exige que Claudia Leitte devolva R$ 1,2 milhão aos cofres públicos, e alega que sua produtora usou esta verba para uma turnê através da Lei Rouanet, mas não cumpriu regras legais de distribuição e venda de ingressos. A produtora Ciel tem dez dias para tentar recurso contra a reprovação das contas, que foi publicada no Diário Oficial da União nesta sexta (20).
Segundo o MinC, as contas foram reprovadas pois a turnê não realizou ações de “democratização de acesso”, que são exigidas pela lei e necessárias para ter um projeto apoiado. A produtora vendeu entradas mais caras do que foi acordado e não provou a distribuição de 8,75% de ingressos combinados a alunos de escolas públicas e entidades de assistência social. A distribuição gratuita é uma das contrapartidas do benefício.
Os advogados da cantora Claudia Leitte divulgaram nota afirmando que está tudo correto com a prestação de contas dela por conta da captação de recursos pela Lei Rouanet. Eles já entraram com ação para entender porque a prestação foi reprovada. O Diário Oficial da União publicou nesta sexta-feira (21) alguns projetos beneficiados pela lei que tiveram as prestações barradas e, por isso, terão que devolver parte ou todo dinheiro captado.
Claudia Leitte aparece na lista com R$ 6.4777.700,000 solicitados em 2013 para shows em Rio Branco (Acre), Macapá (Amapá), Belém (Pará), Manaus (Amazonas), Porto Velho (Rondônia), Boa Vista (Roraima), Teresina (Piauí), João Pessoa (Paraíba), São Luis (Maranhão), Fortaleza (Ceará), Goiânia (Goiás) e Brasília (DF). Deste valor, foram captados R$ 1,2 milhão, quantia que ela teria que devolver ao Fundo Nacional de Cultura – corrigido, o valor chega a R$ 1.274.129,88.
O escritório Dessimoni e Blanco advogados, que representa a cantora, divulgou comunicado afirmando que todos os eventos foram realizados e podem ser comprovados. “Na qualidade de advogado da Produtora CIEL (empresa de Claudia Leitte), informo que TODOS os eventos do projeto foram realizados e devidamente comprovados ao Ministério da Cultura. Estamos averiguando os motivos da reprovação da prestação de contas junto ao MinC e informamos ainda que entraremos com recurso, pois a CIEL está apta a comprovar a realização dos eventos, bem como a distribuição dos ingressos”, diz o texto.
Outros sete projetos também tiveram prestação de contas reprovadas. Além de devolver o dinheiro obtido, caso não consigam comprovar a correção no processo, os projetos ficam proibidos de usar a lei de incentivo por três anos. (Com informações do G1 e Correio 24 Horas)