1 – Romãozinho
A versão goiana do Saci, o Romãozinho, é um espírito malvado que aparece sob a forma de uma criança feia e deformada que vem para fazer travessuras e gerar o caos. O menino, filho de um humilde agricultor, mesmo quando era apenas um bebê, já demonstrava sinais de ruindade extrema. Dizem que antes mesmo de aprender a falar, Romãozinho mordia quem colocasse a mão em seu rosto assim como mordia o peito de sua mãe, quando está tinha que o amamentar. Já maior, na infância, sempre gostou de maltratar os animais, destruir plantas e prejudicar as pessoas. Existem diversas versões sobre a história de Romãozinho. Em algumas ele teria matado o pai de susto, já em outras, sua mãe teria vivido e amaldiçoado o filho posteriormente a morte do pai. Existe ainda uma versão em que dizem que o menino também vira uma tocha de fogo que fica indo e vindo pelos caminhos desertos. Já outros, dizem que ele seria o próprio Corpo-Seco, nesta versão, a alma do menino seria tão ruim, mas tão ruim, que nem o céu nem o inferno o quiseram, por essa razão ele vaga pelo mundo assustando as pessoas.
2 – O Arranca-línguas
Muito contada em Goiás, especialmente na região do Rio Araguaia, essa lenda trata sobre um ser maior que um gorila, que se alimenta com nada menos que línguas! E pior que o monstro é eclético: as línguas podem ser de bois, cavalos, cabras ou mesmo de gente. Conforme contam, o Arranca-línguas costuma atacar as vítimas à noite.
3 – Rodeiro
Habita o Vale do Rio Araguaia. Trata-se de uma arraia gigantesca, que ataca pessoas, embarcações e animais, nas praias dos rios.
4 – Pé-de-Garrafa
É um selvagem, cabeludo, que só tem o pé esquerdo com o qual deixa no solo uma pegada redonda. Adora aparecer para as pessoas nas matas e desaparece a seguir, deixando quem o viu assombrado.
5 – Nêgo d’água
Habita as margens dos rios dos cerrados. É todo negro, tem cabeça pelada, mãos e pés de pato. Aparece entre pedras, à tardinha ou em noites de luar a canoeiros e pescadores, tentando virar a canoa. A lenda é mais conhecida a partir do norte do Estado.
6 – As Garrafas de Ouro de Pirenópolis
Ouros escondidos pelos senhores e pelos escravos por debaixo de pedras e cantos de muros, quem achar…
Ainda em Pirenópolis, houve por lá um casarão assobradado de 365 janelas, uma para cada dia do ano. Conhecida como a A Casa de 365 Janelas.
7 – O fantasma de Tereza Bicuda
Tereza Bicuda era uma moça de lábios grossos que lhe valeram o apelido de bicuda. Morava em Jaraguá, no Larguinho de Santana. Pessoa de maus bofes, tratava a mãe de forma absolutamente cruel: botava a velha para mendigar nas ruas, batia nela, humilhava. Um dia, chegou ao extremo da maldade e, diz o povo, colocou um freio de cavalo na bocada genitora, montou, e nela andou montada à frente de todo o povo. Aquilo foi demais: a pobre mulher morreu mas, antes, excomungou a filha desnaturada.
No meio religioso e de extrema moralidade da antiga Vila de Jaraguá, Tereza Bicuda era uma aberração social. Descrente, nunca visitava a igreja.
Na Serra de Jaraguá existe ainda o local onde dizem que ela foi enterrada, onde hoje há uma cruz de madeira. As pessoas dizem que lá possui um pé de caju assombrado e se você tentar pegar os frutos da árvore será atacado por um enxame de abelhas. Além disso, dizem também que nas noites de lua cheia se você tentar subir na Serra a própria Tereza Bicuda aparecerá pra você e lhe montará como ela fez a sua mãe. (Blog Noite Sinistra).
8 – A cruz de madeira no Morro da Saudade em Catalão
Conto popular narrado por Cornélio Ramos
No tempo de antigamente, o morrinho do São João jazia tranquilo, sozinho, no meio da campina, sem o burburinho produzido pelo progresso, sem nenhuma casa ao seu redor, somente a capelinha e a cruz de madeira.
Contam os antigos que o morro recebeu esse nome devido a um episódio trágico. Havia ali, o cemitério dos Anjos, onde eram enterradas as crianças que não haviam sido batizadas. Conta a lenda que uma menina de 6 anos de idade, foi enterrada viva, após sofrer um ataque de catalepsia (doença que dá a impressão que a pessoa está morta).
Sem o médico da região por perto no momento, a criança foi enterrada. Os pais ao tomarem consciência do que havia ocorrido, muito transtornados erguem uma cruz de madeira para a alma da criança. Dizem que pode-se escutar uma criança chorando e tentando sair de seu túmulo.
9 – A louca do Morro da Saudade
Conto popular narrado por Cornélio Ramos
Conta a lenda que viva em uma fazenda próxima a cidade de Catalão, um jovem que ficou viúva muito cedo. A jovem era herdeira de uma grande fortuna e, quase sempre cortejada por homens que se interessavam em casar com a mesma e tomar posse de sua fortuna. Um certo dia chega a cidade um jovem dentista muito bonito, e logo ele e Rita iniciam um romance.
Apesar dos conselhos dos amigos Rita estava apaixonada por Roberto, e ele apesar de corresponder não a amava da mesma forma. A verdade é que Roberto era um homem casado e pai de família. Sua mulher havia o abandonado e fugido com sua filha, mas Roberto ainda sim amava muito sua esposa.
Certa tarde Roberto decide que quer novamente voltar para Minas Gerais e dar mais uma chance ao seu casamento, então decide terminar seu romance com Rita. Marcam de se encontrar às seis horas no Morro de São João, e Roberto conta a Rita sua intenção de voltar a Minas Gerais e procurar sua amada esposa.
Rita, que já suspeitava que Roberto queria terminar o relacionamento, estava decidida a impedir que Roberto fosse embora. Ao ver que Roberto realmente ira deixa-la Rita atira com um revolver quatro vezes contra as costas de Roberto e o mata. Após aquele noite Rita não foi mais a mesma.
Mesmo após várias internações no manicômio ela sempre voltava ao Morro procurando por seu amado, mesmo após a morte. Muitos catalanos afirmam que em noites de lua cheia é possível ver uma moça toda de branco chorando no alto do Morro.
10 – O Fantasma de Maria Grampinho (Cidade de Goiás)
Embora Maria da Conceição tenha existido e contribuído em grande parte para o folclore e a memória da cidade de Goiás, a andarilha amiga de Cora Coralina ocupava um lugar diferente no imaginário das crianças da época. Se dizia que ela iria pegar e levar as crianças de mau comportamento, colocando-as em sua misteriosa trouxa. Mesmo agora, anos após sua morte, ainda se fala que Maria vai levar as crianças levadas e mais: alguns turistas dizem vê-la brincando com seus grampos e a trouxa dentro da casa de Cora Coralina. Maria, além de provável fantasma local, acabou também virando a versão vilaboense do Homem do Saco.
11 – O Fantasma do Centro Cultural Martim Cererê
Como toda boa cidade grande, Goiânia também é recheada de lendas urbanas. Se fala até de túneis antiaéreos que ficaria em baixo do Centro da cidade com direito a um bunker contra ataques nucleares e muitas outras coisas. Uma delas é que o Martim Cererê seria assombrado. O Centro Cultural Martim Cererê abrigava caixas d’água, que após desativadas foram usadas para torturar presos durante a Ditadura Militar e nem todos saíram vivas de lá. Funcionários e frequentadores dizem ver constantemente as almas dos torturados vagando pelos teatros em que se tornaram as antigas caixas d’água.
12 – A moça na varanda (conto popular catalano)
Conta a lenda que uma moça de uma família muito rica de nossa cidade, se apaixonou por um rapaz muito pobre. A família para impedir seu casamento com alguém que não tinha dinheiro resolve mandar a moça para um convento.
A moça, que era muito apaixonada, decidiu que se não poderia se casar com que amasse, não gostaria mais de viver. Durante o jantar ela sobe ao pé da escada e com um cutelo corta sua própria cabeça.
Contam, que o pai arrependido de ter impedido o casamento, manda esculpir vários rostos de anjos, semelhantes ao rosto de sua filha, e os colocou na fachada de sua casa. Muitos catalanos contam que se encararmos por muito tempo estes anjos, a moça aparece na varanda para a pessoa, outras contam que os anjos nos seguem com o olhar. (Fonte: Ramos, Cornélio Contos & Confissões. 1991 Ed. Kallil Catalão GO | Barbosa, J. Narrativas orais: memória e história. Universidade Federal de Goiás)
13 – A lenda da Serpente (Formosa-GO)
Assim que o Frei Estêvão foi fazer sua visita a Formosa, um pouco acima da Rua dos Criolos havia sido feita uma praça com uma capela (na época, distante do vilarejo). Só que essa capela foi construída exatamente em cima de um rio subterrâneo muito forte e devastador, pois era o rio que alimentava a Lagoa Feia, e todos esperavam que um dia esse rio levasse todas as casas e terras que existiam em sua extensão. Não bastasse o rio, uma serpente muito grande se criou nesse lugar, chegando a quase uma légua de comprimento.
A capela foi demolida e no lugar dela foi construída uma linda igrejinha que, após a morte do Frei Estêvão recebeu o nome de Igreja de Santo Estêvão. Colocando o ouvido no chão próximo à Sacristia, podia ouvir atentamente o barulho das águas e o balançar da serpente tentando se soltar. Mesmo que a igrejinha foi demolida em 1910, a serpente ainda encontra viva e amarrada, sendo que, se alguém cortar o coqueiro onde ela encontra amarrada, ou mesmo se o fio de cabelo de Nossa Senhora da Conceição se quebrar, ela levantará e arrasará a cidade.
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