Afinal, de onde vem a expressão ‘A casa da mãe Joana’?

O termo que hoje exprime um lugar com muita bagunça, sem regras, onde todo mundo faz o que bem entende, vem de um bordel de Avignon, na França do século 14. A mãe em questão, Joana, foi rainha de Nápoles e uma das protagonistas de uma trama que começou quando o rei francês Felipe IV, o Belo, resolveu comprar uma briga feia: cobrar impostos sobre os bens da Igreja.

 

A discussão foi tão séria que, em 1303, o papa Bonifácio VIII excomungou Felipe, que, em represália, mandou que um de seus legistas invadisse a Itália e prendesse o papa.

 

Bonifácio VIII morreu na prisão e foi sucedido por Bento IX. Logo, logo, em 1305, assumia um novo papa, Clemente V, que transferiu a sede do papado de Roma para a cidade provençal de Avignon.

 

De 1309 a 1378, Avignon foi residência de sete papas, mas, no início, pertencia à napolitana Joana I. Linda, inteligente e moderna para sua época, patrocinava artistas e intelectuais.

 

Acusada de participar do assassinato do marido, Andrew, teve de fugir da vingança do cunhado, Luís I, rei da Hungria, que invadiu Nápoles em 1348, refugiando-se em Avignon.

 

Naquele ano, Joana vendeu a cidade a Clemente V, com a condição de ser declarada inocente de sua participação na morte do ex-marido. Mas, antes disso, enquanto ainda mandava e desmandava em Avignon, ficou conhecida por apoiar (e regulamentar) os bordéis da cidade, protegendo as pessoas que viviam do negócio.

 

Uma das suas medidas foi estabelecer que todo bordel deveria ter uma porta por onde todos entrariam. Assim, cada prostíbulo ficou conhecido como o “paço da mãe (a dona da cidade) Joana”, com o sentido afetivo de uma casa que está aberta para qualquer um entrar.

 

De acordo com Reinaldo Pimenta, autor do livro A Casa da Mãe Joana – Curiosidades nas Origens das Palavras, Frases e Marcas (editora Campus), a expressão viajou até Portugal e veio para o Brasil, onde a palavra “paço”, de pouco uso popular, foi logo substituída por “casa”.

 

Em 1382, Joana foi assassinada por seu sobrinho e herdeiro, Carlos de Anjou, mas seus feitos na cidade francesa continuaram na boca do povo, sempre associando-os com a proteção dos prostíbulos. Até mesmo depois de Avignon se tornar um manto de religiosidade.

Foto: Reprodução

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10 séries espanholas da Netflix tão boas quanto La Casa de Papel

La Casa de Papel, uma produção origina da Netflix, tem dado muito o que falar, e tem feito a cabeça de muita gente. Após seu lançamento no final do ano passado e milhoes de comentários nas redes sociais, se tornou uma das séries mais populares da plataforma. Não à toa as roupas vermelhas e máscaras de Salvador Dalí invadiram o carnaval como se não houvesse amanhã.

Com o sucesso de Narcos e outras produções, percebemos que a Netflix começou a investir intensamente em produções de língua não-inglesa. E, a promessa de que mais coisas boas venham por aí, é grande. Para mostrar que elas realmente valem a pena, nós aqui da redação do Curta Mais selecionamos essa listinha. Confere aí!

1 – Club de Cuervos

Um casal de irmãos briga pela presidência de um time de futebol, o Los Cuervos de Nuevo Toledo, no México, depois da morte de seu pai. Na primeira temporada, Chava conquista o tão almejado cargo, mas na segunda a irmã vira o jogo e começa a controlar o clube. Foi a primeira série original em espanhol, lançada pela Netflix.

2 – Ingobernable

Emilia Urquiza (Kate del Castillo) interpreta a primeira-dama do México. Uma mulher impetuosa, sem escrúpulos, capaz de fazer -qualquer- coisa para conquistar seus objetivos, até mesmo matar o presidente, Diego Nava (Erik Hayser). Seu foco é transformar o país em um lugar melhor para todos. A primeira ação assumida por ela é uma luta em prol da paz. Mas os desafios aumentam quando ela perde a fé em seu marido.

3 – Quatro Estações em Havana

Adaptada da tetralogia literária que retrata a vida do Detetive Mario Conde, em 1989, em Havana (Cuba), do escritor Leonardo Padura, a série narra o cotidiano do policial que leva o mesmo nome do personagem de Padura, pelas ruas da capital cubana. Mas, o grande desejo do policial é ser escritor. Quanto mais o tempo passa, mais Conde imerge na sensual Ciudad Vieja, no final dos anos 1980, para investigar os crimes mais sombrios.

4 – Narcos

Provavelmente uma das séries de língua espanhola mais conhecidas até o momento, Narcos se tornou uma verdadeira febre. Protagonizada pelo ator brasileiro Wagner Moura, no papel de Pablo Escobar, e com direção de Zé Padilha (Tropa de Elite; Robocop), a produção foi uma parceria entre Brasil e Netflix. A série conta a história de Pablo Escobar, um traficante colombiano – provavelmente o maior da história -, que comandou 80% do comécio mundial de cocaína, nos anos 1980. Apesar de o protagonista ser brasileiro, o roteiro é todo em espanhol e inclui muitos palavrões.

5 – As Telefonistas

Quatro mulheres: Alba Romero (Blanca Suárez), Carlota Rodríguez (Ana Fernández García), Marga (Nadia de Santiago) e Ángeles Vidal (Maggie Civantos). Diferentes origens sociais e passados. Todas começam a trabalhar em uma empresa de telefonia como operadoras, em meados dos anos 1920. Uma história conflituosa, cheia de mistérios, ciúme, inveja, traição, sucesso, amor e amizade. Baseada no livro “O tempo entre costuras” (El tiempo entre costuras) de Maria Dueñas.

6 – Pode me chamar de Francisco

A série escrita e dirigida pelo italiano Daniele Luchetti, conta a história da juventude do Papa Francisco, em Buenos Aires, quando ainda era apenas Jorge Mario Bergoglio, nos anos 1960. Também fala sobre a Guerra Suja argentina, entre as décadas de 1970 e 1980. Seguindo a jornada do padre até se tornar o primeiro Papa Sul-Americano da história da Igreja, em 2013.

7 – Morocco: Tiempos de Guerra

Lançada no final do ano passado e com apenas 13 episódios, a história se desenvolve durante a Guerra dos Rif, nos anos 1920, na cidade espanhola Melila (Marrocos). Enfermeiras voluntárias sem experiência de guerra enfrentam uma realidade totalmente diferente da elite madrilena, em um hospital no norte africano.

8 – Merlí

A história narra a vida de Merlí, um professor de filosofia de uma escola de ensino médio que utiliza métodos “pouco ortodoxos” para lecionar; dos alunos de sua classe, incluindo seu próprio filho; relacionamentos, amizades, amores e problemas entre os estudantes da sala.

9 – El Tiempo entre Costuras

Assim como “As Telefonistas”, a série é baseada na obra (de mesmo nome) de María Dueñas. A história se passa no período da Guerra Civil Espanhola, contando a vida de Sira Quiroga, uma jovem costureira, filha de costureira, que se apaixona pelo homem errado e acaba virando sua vida do avesso. Sira é uma mulher inteligente, corajosa e engenhosa, por uma série de eventos sua (má?!) sorte a torna espiã para ajudar seu país.

10 – El Ministerio del Tiempo

Uma história de ficção e fantasia, conta a jornada de um guerreiro do século 16, a primeira mulher estudante do século 19 e um enfermeiro do século 21. Os três são recrutados para fazerem parte do Ministerio del Tiempo, um ministério secreto do governo espanhol que possui os, até então, únicos métodos de viajar no tempo, para evitar que as pessoas mudem a história do país.