Mulheres de Goiás: a história da escritora que usou a literatura para discutir o poder feminino
Marietta Telles Machado nasceu em 1934 na Fazenda Barreirão, no interior do estado de Goiás. Naquela década a França e o Reino Unido declaravam guerra à Alemanha. Enquanto isso, na pequena e recém-nascida cidade de Hidrolândia, no interior de Goiás, Marietta se apaixonava pela literatura.
Aos 16 anos Marietta se mudou para Goiânia com o objetivo de focar em sua vida acadêmica. Aluna do Colégio Santa Clara, em Campinas, foi transferida para o Colégio Lyceu de Goiânia, no Setor Central da Cidade. Na época, o Lyceu era o Colégio mais conceituado da cidade. A instituição formou grandes personalidades goianas como o ex-prefeito Iris Rezende, e o ex-ministro Henrique Meirelles.
A escola visava estudos de qualidade que não se limitavam as quatro paredes de uma sala de aula. O Lyceu de Goiânia trabalhava com a formação educacional englobando as importantes histórias de desenvolvimento de Goiás, Brasil e mundo, além de manifestações e expressões artísticas. Para Marietta Telles a biblioteca do lugar era como um perfeito paraíso. O interesse genuíno pelos livros comunicava o que já estava por vir em sua vida profissional.
Diplomada na faculdade de Direito e Letras pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Marietta atuou como importante formadora desses cursos no processo de desenvolvimento da Universidade. Seu extenso currículo exibe títulos de bibliotecária, contista, conferencista e assessora cultural da Prefeitura Municipal de Goiânia. Na década de 1960 atuou como integrante do Grupo dos Escritores Novos (GEN).
Não apenas escolas ou centros culturais, o nome de Marietta Telles carrega em si o peso de uma grande mulher importante para a literatura brasileira. Marietta era contista e cronista, conferencista e conhecedora das artes em geral. Documentarista, ensaísta, escritora de peça teatral, pesquisadora e produtora de cultura. Sua designação estampa uma boa dezena em antologias de prosa e verso, funciona como verbete em diferentes dicionários da literatura no estado de Goiás e em tantos outros.
Em 1978 Marietta Telles publicou o livro “Narrativas do Quotidiano”. A obra é uma referência o trabalho da artista como mulher escritora. Desenvolvido dentro de doze temáticas variadas em uma atmosfera realista, o conto levanta a importância de discussão do poder feminino.
No tardar de 1987, Marietta faleceu em casa. O prédio do Centro Cultural Marietta Telles Machado foi construído no estilo art déco no ano de 1933, antes mesmo do nascimento de Marietta. Na época o lugar sediava a Secretaria Geral do Estado. Hoje funciona com o nome de Marietta e abriga importantes administrações de goianas como o Museu da Imagem e do Som. Em 2020 seu nome foi destaque em série produzida pela Alego. A série em questão visa apresentar quem foi o ícone por trás do nome.
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Pauta desenvolvida pela estagiária de jornalismo Julia Macedo com a supervisão da jornalista Fernanda Cappellesso.