Rainha Elizabeth II: funeral já tem data marcada e deverá se tornar feriado na Inglaterra

O funeral da Rainha Elizabeth II, que morreu na última quinta-feira, 8, aos 96 anos, está marcado para o dia 19. O governo britânico decretou a data, uma segunda-feira, como feriado bancário, conforme já era esperado, e a Bolsa de Londres deve ser suspensa.

Em comunicado divulgado neste sábado, 10, o Palácio de Buckingham informou que a cerimônia acontecerá na Abadia de Westminster, a partir das 7 horas (de Brasília) do dia 19. Antes, o corpo da monarca será velado no Salão de Westminster por quatro dias, com visitação aberta ao público, eventos que já eram previstos na “Operação The London Bridge”.

O caixão com a rainha atualmente está no Palácio de Balmoral, na Escócia, onde ela morreu. No domingo, será transportado a Edinburgh e, em seguida, levado ao Palácio de Holyroodhouse. Na tarde de segunda-feira, o corpo será levado à Catedral de Catedral de Santo Egídio, onde haverá uma cerimônia com integrantes da Família Real. O caixão deve chegar a Londres apenas na quarta-feira. As informações são do Palácio de Buckingham.

 

Foto: Reprodução/Site Oficial da Família Britânica

Rainha Elizabeth II: Relembre a trajetória da monarca

Elizabeth II assumiu o trono britânico em 1952, o qual reinou por 70 anos. Sendo assim, a monarca mais longeva da história da monarquia britânica. A rainha, era filha de George VI e assumiu o trono após a morte de seu pai. Sua ascensão ao poder quase não aconteceu, uma vez que ela era filha do segundo herdeiro na linha de sucessão do trono inglês.

 

A rainha Elizabeth II foi colocada sob supervisão médica após sua equipe de saúde expressar preocupação com seu quadro, informou nesta quinta-feira (8) o Palácio de Buckingham. Posteriormente, tivemos a confirmação de seu falecimento aos 96 anos.

 

A trajetória da monarca

Cr: McCarthy’s PhotoWorks e Shutterstock

Quando nasceu, a pequena Elizabeth tinha poucas chances de se tornar rainha: seu pai, George, era o irmão mais novo do primeiro na fila de sucessão, o príncipe Edward. Sendo assim, o segundo herdeiro na linha do trono.

 

Entretanto, em 1936 Edward (nomeado rei Edward VIII) abdicou do trono para se casar com uma mulher americana que era divorciada, ato proibido na monarquia.

 

Assim, o pai de Elizabeth foi nomeado rei George VI e Elizabeth, que tinha 10 anos, se tornou a primeira na linha de sucessão.

 

 

Casamento com Philip (1937)

Cr: (PA Images/Getty Images)

Elizabeth e Philip, se conheceram quando a então princesa tinha 13 anos, em uma visita da família real à Marinha em 1939, onde Philip servia.

 

Os dois passaram a se corresponder por carta durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), e Philip pede a mão da princesa logo após o fim da guerra.

 

 

Coroação (1952/1953)

Cr:(PA Images/Getty Images)

Aos 25 anos, Elizabeth tornou-se rainha do Reino Unido, no dia 6 de fevereiro de 1952, o dia que seu pai, Jorge VI, faleceu. No último ano do reinado de Jorge VI, sua saúde estava muito debilitada em razão do câncer de pulmão. Isso fez com que Elizabeth o substituísse em eventos públicos com grande frequência, afinal, ela era a herdeira do trono.

Quando seu pai faleceu, Elizabeth e seu marido estavam em viagem. Após o falecimento do pai, ela retornou para a Inglaterra e, nesse mesmo dia, um conselho se reuniu no Reino Unido e anunciou que ela sucederia o trono. Os preparativos para a coroação de Elizabeth duraram quase um ano.

Dentro do Reino Unido, estima-se que 27 milhões de pessoas assistiram à cerimônia, e 11 milhões ouviram pelo rádio, cerca de 80% da população. O discurso de Natal da rainha também foi televisionado em 1957. 

 

Charles, seu primeiro filho, se torna príncipe de Gales (1968)

O príncipe Charles, primeiro filho de Elizabeth e Philip, nasceu em 1948, seguido dois anos depois por sua irmã, Anne. A rainha teria ainda outros dois filhos nos anos 1960: Andrew, em 1960 e Edward, em 1964. Mas ao longo do reinado de Elizabeth, os holofotes estiveram em Charles, e esperava-se que, em breve, o herdeiro se tornaria rei.

 

Em 1968, ele foi nomeado “Príncipe de Gales”, título oficial conferido ao herdeiro do trono. Biógrafos apontam que a relação de Charles com a mãe foi, em vários momentos, conturbada, embates que se tornariam claros após o casamento de Charles com Diana, nos anos 1980.

Primeira quebra de protocolo real (1970)

Cr: (Central Press/Getty Images)

Segundo biógrafos, a rainha Elizabeth, ao longo das décadas em que permaneceu no trono, quebrou alguns protocolos então existentes na monarquia. Um dos mais lembrados é caminhada entre a população (ou plebeus), o que Elizabeth fez pela primeira vez em 1970 em uma visita à Austrália. Até então, nas visitas oficiais, monarcas britânicos somente acenavam de dentro dos veículos ou a uma distância segura das multidões.

 

Desde então, o gesto de cumprimentar a população mais de perto foi seguido por outros membros da família real.

Crises familiares e os primeiros divórcios (1992)

Cr: (Tim Graham Photo Library/Getty Images)

 

O ano de 1992 foi um ano marcado por crises familiares. Como era sabido na época, o casamento entre o príncipe Charles e Diana Spencer, em 1981, foi marcado por relações extraconjugais e polêmicas. Os dois se separaram em 1992, se divorciando anos depois, em 1996.

 

No mesmo ano, o príncipe Andrew se divorciou de sua esposa, assim como a princesa Anne de seu primeiro marido. Por fim, o castelo de Windsor, residência da família real, pegou fogo — e imagens de luxuosos artigos sendo salvos do incêndio fez a riqueza da família real ser exposta em rede nacional. Em meio às críticas, a rainha Elizabeth concordou em pagar impostos sobre sua renda privada. Mais tarde, 1992 seria descrito como “Annus Horribilis” (“ano horrível”, em latim).

 

Morte da princesa Diana (1997)

 

Com Diana sendo muito popular no Reino Unido e fora do país (conhecida “Princesa do Povo”), e as, agora conhecidas, desavenças entre a rainha e a princesa levaram a uma crise de imagem. O ápice ocorreu após a trágica morte de Diana em um acidente de carro.

 

A princípio, a família real se isolou no interior e se preservou de declarações públicas sobre o acidente. Mas, após críticas, a rainha Elizabeth retornou a Londres e fez um pronunciamento na televisão.

 

 

Jubileu de ouro e luto (2002)

 

O ano de 2002 marcou os 50 anos do reinado de Elizabeth, a popularidade da família real começou a se restaurar no século XXI

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No mesmo ano, a rainha passou por uma tragédia familiar dupla: morreram sua única irmã, princesa Margaret, aos 71 anos, e sua mãe (a “Rainha mãe”), aos 101 anos.

Jubileu de diamante (2012)

A rainha completou 60 anos de reinado em 2012. No mesmo ano, a monarca realizou outro marco, ao abrir as Olimpíadas de Londres (como a rainha já havia aberto os jogos de Montreal 1976, se tornando a primeira monarca a abrir duas competições olímpicas).

 

Três anos depois, em 2015, Elizabeth se tornaria a monarca a mais tempo governar o Reino Unido, quando superou a rainha Vitória, que ficou no trono por 63 anos.

 

Jubileu de Safira (2017)

Cr: Lorna Roberts e Shutterstock

 

A rainha Elizabeth segue no trono britânico e, em 2017, recebeu o Jubileu de Safira, uma homenagem por completar 65 anos no trono. Ela é a única monarca a receber essa homenagem em toda a história da monarquia britânica.

 

Coronavírus (2020)

 

A rainha também será lembrada na história por estar à frente do trono britânico durante a pandemia da covid-19. Fato que, segundo ela própria, foi um dos maiores desafios do Reino Unido desde a Segunda Guerra Mundial.

 

Morte do príncipe Philip (2021)

 

Cr: (Antony Jones/Getty Images)

 

Ainda em meio à covid-19, a família real perdeu no ano passado um de seus principais nomes, o príncipe Philip, que esteve casado com a rainha por 69 anos, o mais longevo “consorte” da história britânica.

A rainha Elizabeth II foi uma figura extremamente reservada, evitando aparições públicas frequentes, além de ter concedido poucas entrevistas. Apesar de ser rainha, os poderes dela são bastante limitados, porque ela é chefe de Estado, e não chefe de Governo. 

Atualmente, seu filho Charles, nascido em 1948, é o primeiro na linha de sucessão ao trono britânico. O filho mais velho de Charles com Diana, príncipe William, é, o segundo na linha de sucessão. Essa ordem segue com o filho mais velho do príncipe William, George, o terceiro na linha de sucessão.

 

Foto de capa: Palácio de Buckingham/POOL/AFP

Elizabeth II: confira 10 curiosidades sobre a vida da Rainha da Inglaterra

Elizabeth II, que faleceu na tarde desta quinta-feira (08), foi a monarca com o reinado mais longo do mundo. Porém, isso nem entra na lista das curiosidades sobre a Rainha da Inglaterra. Confira abaixo 10 fatos curiosos (e reais) sobre a “mãe” de todos os ingleses.

 

A Rainha comemorava dois aniversários

 

Oficialmente a Rainha Elizabeth II nasceu em 21 de abril de 1926. Contudo, ela celebra seu nascimento em duas datas distintas. Sim,  a rainha Elizabeth II nasceu em um mês muito frio (abril), mas seu aniversário oficialmente reconhecido pelo estado ocorre em um sábado no final de maio ou junho. Desse modo, a celebração poderia ser realizada durante os meses mais quentes com uma grande festa.

 

Rainha de 14 reinos 

 

Fora do Reino Unido, Elizabeth é ainda ara monarca de outros 14 reinos do Commonwealth, mas o próprio papel dos britânicos (outrora a maior economia do mundo) vem mudando, o que respinga no futuro da família real. Com movimentos antirracismo, autodeterminação dos povos e de rejeição ao histórico de colonização europeia crescendo pelo mundo, uma série de países então membros do Commonwealth deixaram a organização nas últimas décadas. A mais recente separação foi de Barbados, terra natal da cantora Rihanna e que se declarou uma república neste ano.

 

Ela nunca foi para a escola

 

Os herdeiros da família real inglesa geralmente não frequentam a escola primária como crianças normais. No caso da Rainha da Inglaterra é que ela foi ensinada em casa com aulas de diferentes professores como Henry Marten, vice-reitor do Eton College (que ainda é apenas para meninos), e também teve aulas particulares de religião com o arcebispo de Canterbury. 

 

Porém, só porque ela não foi à escola, não significa que Elizabeth não recebeu educação. Ela recebeu a maior parte por meio de sua babá, Marion Crawford, a quem a família real se referia como “Crawfie”. 

 

Crawford acabaria sendo condenada ao esquecimento pela família real por escrever um livro revelador em 1953 chamado As pequenas princesas (The Little Princesses) sem sua permissão; o livro contava as experiências de Crawford com Elizabeth durante sua juventude.

 

Ela casou com seu primo

 

Talvez você não saiba, mas uma das curiosidades sobre a Rainha da Inglaterra é que ela casou com seu primo. O Príncipe Philip, o Duque de Edimburgo e a Rainha Elizabeth são primos em terceiro grau e ambos compartilham os mesmos tataravós: Rainha Victoria e Príncipe Albert.

 

A coroação de Elizabeth passou na TV contra sua vontade

 

Elizabeth II foi coroada Rainha da Inglaterra oficialmente quando tinha apenas 25 anos de idade, logo após a morte de seu pai, George VI. Elizabeth estava no Quênia no momento da morte de seu pai e voltou para casa como rainha de seu país. Como os fãs da série “The Crown” irão se lembrar, a confusão em torno de sua coroação foi repleta de drama.

 

Muito tímida, a Rainha Elizabeth II não permitiu nem que fossem tiradas fotografias em seu casamento. Ela também não queria que sua coroação fosse transmitida pela TV, porém foi convencida com algumas condições: as câmeras estavam permitidas apenas em uma única área da Abadia de Westminster e não podiam ser dados close em seu rosto.

Ela não precisava de passaporte para viajar

 

Uma das mais importantes curiosidades sobre a Rainha da Inglaterra é que ela era a chefe de estado mais viajada do mundo e já visitou mais de 115 países entre mais de 270 visitas oficiais de estado.

 

Porém, ela não tem passaporte. Isso ocorre porque todos os passaportes britânicos são oficialmente emitidos em nome da rainha e, sendo assim, ela tecnicamente não precisa de um documento emitido por ela mesma.

 

Ela também não precisa de carteira de motorista

 

Não é só porque a Rainha tinha uma equipe de motoristas. É que o Reino Unido também emite oficialmente carteiras de motorista em nome de Elizabeth. Então não espere que ela mostre sua CNH quando for parada levando outros chefes de estado para dar uma volta em seu Range Rover.

 

A Rainha não precisava pagar impostos (mas ela pagava)

 

A Rainha Elizabeth pagava voluntariamente impostos de renda e ganhos de capital desde 1992, mas oficialmente ela não precisava pagar impostos.

 

Elizabeth já sofreu um atentado 

 

Foi durante o Trooping the Colour em 1981. Enquanto a Rainha liderava uma procissão real a cavalo em direção ao Palácio de Buckingham, um jovem disparou vários tiros em direção à monarca. 

 

Um rapaz de 17 anos estava obcecado pelo assassinato de figuras como John Lennon e John F. Kennedy e disparou contra Elizabeth. Porém, felizmente ele não conseguiu comprar munição real no Reino Unido e sua tentativa falhou.

 

Ela criou sua própria raça de cachorros

 

Elizabeth tinha um amor famoso e declarado por Corgis (ela teve mais de 30 deles durante seu reinado; o último, Willow, faleceu em 2018). Porém, atualmente ela tem dois Dorgis (Candy e Vulcan), um cruzamento que ela criou quando um de seus Corgis acasalou com um Dachshund chamado Pipkin que pertencia à Princesa Margaret.

 

A Rainha lutou na Segunda Guerra Mundial

 

Apesar dos riscos, uma das curiosidades sobre a Rainha da Inglaterra é que ela acabou ingressando no Serviço Territorial Auxiliar feminino e treinou como motorista de caminhão e mecânica em 1945, quando tinha 18 anos.

 

A Rainha Elizabeth continua a ser a única mulher da família real a entrar nas forças armadas e é atualmente a única chefe de estado viva que serviu oficialmente na Segunda Guerra Mundial.

 

 

 

 

 

 

Foto: Reprodução

Rainha Elizabeth II morre aos 96 anos

A Rainha Elizabeth II, faleceu nesta quinta-feira, 8 de setembro, aos 96 anos de idade. Ela estava em Balmoral, na Escócia, e toda a família real foi chamada para estar junto à rainha quando os médicos anunciaram que o estado de saúde da monarca estava grave. A Operação London Bridge (plano para a morte da Rainha), foi iniciada.

A primeira ação da operação foi quando o secretário particular da Rainha enviou uma mensagem ao Primeira Ministra da Inglaterra informando que “The London Bridge is down”, código para a morte da monarca.

Com sete décadas de reinado, a monarca é admirada no mundo inteiro pelo reinado mais longo da história da coroa. Sua família é conhecida por viver muito, a Rainha Mãe (mãe de Elizabeth II), morreu com 101 anos de idade em 2002.

Veja a nota oficial do Palácio:

“A rainha morreu pacificamente em Balmoral esta tarde. O rei e a rainha consorte permanecerão em Balmoral esta noite e retornarão a Londres amanhã.”

 

Operação London Bridge

Após o envio da primeira mensagem informando a morte da Rainha, muitas ações acontecerão. Todos os 36 países da Commonwealth serão informados, o site oficial da família real fica todo em preto e os portões dos palácios reais já exibem avisos da morte. A BBC irá retirar do ar todos os programas de comédia.

No dia seguinte a morte de Elizabeth, Charles, seu filho e sucessor irá fazer seu primeiro discurso como Rei, mas sua coroação só acontecerá no próximo ano.

Quatro dias após a morte, o caixão será levado para frente do Palácio de Buckingham onde poderá receber as devidas homenagens e o funeral ocorrerá depois de 10 ou 12 dias do falecimento da monarca, se tornando feriado na Inglaterra.

Neste dia, ás 11h em ponto o Big Bang toca e o corpo da Rainha será levado a Abadia de Westminster, depois será conduzido a Windsor, onde será sepultada juntamente com seu pai, o Rei George VI. Todas as moedas do Reino Unido serão trocadas, o rosto da Rainha Elizabeth será trocado pelo do Rei Charles.

 

Foto de capa: Getty Images