”Super-Terra” perto do nosso planeta pode ter água e vida, afirmam cientistas

Cientistas do Reino Unido descobriram uma super-terra que pode ter água e vida e estão comemorando. Eles dizem que a descoberta é histórica e que ela fica relativamente próxima da Terra.

Chamada de HD 48948 d, ela está situada em uma região mais distante de seu sol, por isso permite a existência de água líquida, sem que ela congele ou ferva com o calor.

A composição do planeta ainda não foi confirmada, mas o grupo, que publicou os resultados na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, identificou que o HD 48948 d tem quase 11 vezes a massa da Terra.

Estrela mais antiga

A estrela é antiga e fica localizada aproximadamente 55 anos-luz da Terra. Os três planetas que a orbitam, completam a volta em 151 dias terrestres.

Por ser laranja, os pesquisadores acreditam que ela seja semelhante ao Sol e representa o sistema planetário mais próximo que pode hospedar uma super-terra habitável.

Além disso, a HD 48948 d possui 67% da massa do Sol e tem vida útil de 11,5 bilhões de anos.

Evidências de vida

Entre os três, o HD 48498 d se destaca. Segundo o grupo da Universidade de Exeter, no Reino Unido, o planeta é um forte candidato a ser uma super-terra.

O fato de ser antiga, contribui para que a vida possa evoluir ao seu redor e a distância orbital faz com que ela fique longe de explosões solares, dizem os cientistas.

“Esta descoberta destaca a importância do monitoramento de longo prazo e de técnicas avançadas para descobrir os segredos de sistemas estelares distantes. Estamos ansioso para continuar as nossas observações e procurar planetas adicionais no sistema”, afirmou Shweta Dalal, líder da pesquisa.

Novos estudos

Agora, o grupo vai seguir com novas investigações para confirmar se a super-terra hospeda ou não uma zona habitável.

Até o momento, não se sabe o real tamanho da Super-Terra e novas pesquisas são necessárias para saber se o planeta não é um mini-Netuno, ou seja, uma bola de gás.

O grupo quer descobrir agora se o planeta é predominantemente rochoso ou aquático, e não gasoso, o que levará mais algum tempo.

 

 

 

 

Veja também:

 

Satélite da Nasa descobre novo Planeta que pode ser habitável

Um novo planeta que pode ser habitável foi descoberto pela Nasa por meio do satélite Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS). Identificado como “TOI 700 e”, o planeta está em uma “zona habitável”, ou seja, uma região do sistema planetário que permite a presença de água líquida em sua superfície, o que viabiliza a existência de vida.

O corpo celeste é um dos poucos planetas do tamanho da Terra descobertos na zona habitável de uma estrela até agora. O sistema onde ele foi encontrado já possui outros três planetas (TOI 700 b, c, d), dos quais apenas dois têm condições para ser habitável. O planeta está a 100 anos-luz da Terra e tem as seguintes características:

– Tem 95% do tamanho da Terra;

– Provavelmente é rochoso; e

– Completa uma órbita a cada 28 dias.

planeta

 

“Os cientistas definem a zona habitável otimista como o intervalo de distâncias onde a água líquida da superfície pode estar presente em algum momento da história de um planeta”, segundo informações da Nasa.

Anteriormente ao TOI 700 e, os astrônomos descobriram três planetas neste sistema TOI 700, chamados TOI 700 b, c e d. O planeta d também orbita na zona habitável. O TOI 700 e leva 28 dias para orbitar sua estrela, colocando o planeta e entre os planetas c e d na chamada zona habitável otimista.

Em 2020, a equipe anunciou a descoberta do planeta d, do tamanho da Terra e zona habitável, que está em uma órbita de 37 dias, junto com outros dois mundos.

“É um dos poucos sistemas com vários planetas pequenos e de zona habitável que conhecemos”, afirma Emily Gilbert, pós-doutoranda do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa no sul da Califórnia, que liderou o trabalho.

“Isso torna o sistema TOI 700 uma perspectiva interessante para acompanhamento adicional. O planeta ‘e’ é cerca de 10% menor que o planeta ‘‘d, então o sistema também mostra como as observações adicionais do Tess nos ajudam a encontrar mundos cada vez menores”, afirmou.

O resultado da descoberta de sua equipe foi apresentado na terça-feira, 10, na 241ª reunião da American Astronomical Society (Sociedade Astronômica Americana), em Seattle (EUA). Um artigo sobre o planeta recém-descoberto será publicado no jornal The Astrophysical Journal Letters.

De acordo com a Nasa, o TOI 700 é uma pequena e fria estrela anã vermelha localizada a cerca de 100 anos-luz de distância na constelação Dorado.

“O planeta mais interno, TOI 700 b, tem cerca de 90% do tamanho da Terra e orbita a estrela a cada 10 dias. O TOI 700 c é 2,5 vezes maior que a Terra e completa uma órbita a cada 16 dias”, acrescenta a Nasa.

Transiting Exoplanet Survey Satellite

O TESS monitora grandes áreas do céu, chamadas setores, por aproximadamente 27 dias por vez. “Esses longos olhares permitem que o satélite rastreie as mudanças no brilho estelar causadas por um planeta passando na frente de sua estrela de nossa perspectiva, um evento chamado de trânsito”, de acordo com a Nasa.

A missão usou essa estratégia para observar o céu do sul a partir de 2018, antes de se voltar para o céu do norte. Em 2020, voltou ao céu do sul para observações adicionais.

“Se a estrela estivesse um pouco mais próxima ou o planeta um pouco maior, poderíamos ter conseguido identificar o TOI 700 e no primeiro ano de dados do TESS”, disse Ben Hord, pesquisador graduado no Goddard Space Flight Center da Nasa em Greenbelt, Maryland (EUA).

“No entanto, o sinal era tão fraco que precisávamos de um ano adicional de observações de trânsito para identificá-lo”, afirma. O Tess acaba de completar seu segundo ano de observações do céu do norte. “Estamos ansiosos pelas outras descobertas emocionantes escondidas no tesouro de dados da missão”, diz Allison Youngblood, astrofísica pesquisadora e vice-cientista do projeto Tess em Goddard.

O estudo de acompanhamento do sistema TOI 700 com observatórios espaciais e terrestres está em andamento e pode fornecer mais informações sobre esse sistema raro. Além disso, tais descobertas também ajudam os cientistas planetários a aprenderem mais sobre a história do nosso próprio sistema solar, conforme a Nasa.

 

*Agência O Globo

Imagem: Nasa