Conheça o Centro Cultural Octo Marques, programação e funcionamento desse patrimônio de Goiânia

A partir deste sábado, 1º de julho, o Centro Cultural Octo Marques, em Goiânia ampliará seu horário de funcionamento. O local, que já abre de segunda a sábado, agora também estará aberto aos domingos e feriados, das 9h às 15h, com entrada gratuita.

De acordo com a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes, essa decisão de ampliar e democratizar o acesso às unidades culturais para todo o povo goiano, especialmente para os trabalhadores que não têm condições de visitar as exposições durante a semana, foi determinada pelo governador Ronaldo Caiado.

Sobre o Centro

Inaugurado no final da década de 1980, o Centro Cultural Octo Marques, unidade da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), está localizado no Edifício Parthenon Center, na rua 4, no Centro da Capital.

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O Parthenon Center, local que abriga o Centro Cultural Octo Marques, é ainda um dos símbolos do centro da Capital. Em contraste com o art déco característico da região, o estilo moderno da edificação conta com traços geométricos em um prédio de quase de 70 metros de altura (Foto: LETÍCIA COQUEIRO)

O espaço é pet friendly e abriga as Galerias de Arte Frei Confaloni e Sebastião dos Reis, além da Escola de Artes e Visuais (EAV). As galerias recebem regularmente exposições individuais e coletivas de diversos artistas, com o propósito de divulgar e valorizar a arte e o talento regional.

O Centro Cultural foi criado na gestão de Henrique Santillo, pelo então secretário de Cultura, na época, o escritor Kleber Adorno. O nome para o espaço cultural foi sugerido pelo escritor José Mendonça Teles, a pedido do secretário, como forma de homenagear um dos artistas mais marcantes do século vinte em Goiás.

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Obra exposta na mostra “O show de todo artista tem que Continuar – Lei Aldir Blanc”, no Centro Cultural Octo Marques (Foto: Leo Iran)

O nome

Octo Marques era um artista autoditada, pintor primitivista e escritor. Nasceu na Cidade de Goiás, no dia 8 de outubro de 1915, e faleceu em Goiânia, no dia 22 de abril de 1988. Partiu sem alarde, sem jornal nacional, apenas a notícia correndo de boca em boca, trazendo aquele misto de compaixão e tristeza. Modesto, simples no seu mundo familiar, viveu seus últimos anos embriagado no álcool de sua solidão. Explorado por muitos, ele construía os seus quadros em troca de alguns trocados que lhe saciavam a fome e a sede de organismo já debilitado.

Quanto mais Octo caminhava para o fim, mais suas obras eram disputadas na bolsa da sociedade capitalista, num contraste doloroso. Ele, o artista, o mito, a glória de Vila Boa, catando migalhas na panela da opressão e seus quadros atingindo altos preços no leilão de colecionadores. No Largo do Moreira, onde viveu, a vida continua do mesmo jeito, mas fica a lembrança de Octo Marques, e aqui transcrevo as palavras do saudoso Gontran da Veiga Jardim, na carta que me enviou, do Rio de Janeiro, após a leitura de meu livro No Santuário de Cora Coralina, no dia 2 de janeiro de 1992.

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O artista Octo Marques (1915 – 1988) – Foto: Secult GO

Exposições

Nesta quinta-feira (29), será inaugurada a mostra coletiva “Abrir Horizontes”, com curadoria tríplice assinada pelo artista Dalton Paula, pelo artista e curador independente Divino Sobral e pelo professor de História da Arte e curador Paulo Duarte-Feitoza, a partir das 19h. O objetivo da exposição é refletir sobre o momento atual da arte em Goiás, marcado pelo crescimento da produção artística (em quantidade, qualidade e diversidade) e pelo aumento das atividades artísticas.

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Obra Monumento à Independência de Hal Wildson que estará na exposição ”Abrir Horizontes” (Foto: divulgação)

A exposição apresenta uma visão panorâmica da produção artística da terceira década do século XXI, reunindo 26 artistas jovens de diferentes gêneros, formações, raças e tendências artísticas. Entre eles estão Abraão Veloso, Ambar Pictórica, Ana Flávia Maru, André Cardoso, Badu, Benedito Ferreira, Carlos Camilo, Carlos Monaretta, Diego Oliveira, Emiliano Freitas, Estevão Parreiras, Gabriela Chaves, Hal Wildson, Laís Rocha, Lina Cruvinel, Manuela Costa Silva, Matheus de Souza, Matheus Pires, Mirna Anaquiri, Rafael Almeida, Raquel Rocha, Talles Lopes, Tor Teixeira, Walter Pimentel, William Maia e Xica.

A exposição estará em exibição até o dia 5 de agosto, nas galerias Frei Nazareno Confaloni e Sebastião dos Reis, com visitação de segunda a sexta, das 9h às 17h, e aos sábados, domingos e feriados, das 9h às 15h. A entrada é gratuita.

Horário e funcionamento

Agora com a novidade, o Centro Cultural Octo Marques passa a funcionar todos os dias. Segunda a sexta das 8h até as 17 horas, sábados, domingos e feriados das 9h às 15h. Para mais informações: (62) (62) 3201-4610.

 

 

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Foto de capa: Secult Goiás

 

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Goiânia recebe exposição gratuita com obras restauradas de Octo Marques

“Octo Marques partiu recentemente. Sem alarde, sem jornal nacional, apenas a notícia correndo de boca em boca, trazendo aquele misto de compaixão e tristeza. Modesto, simples no seu mundo familiar, viveu Octo Marques seus últimos anos embriagado no álcool de sua solidão. Explorado por muitos, ele construía seus quadros em troca de alguns cruzados que lhe saciavam a fome e a sede do organismo debilitado. Quanto mais Octo caminhava para o fim, mais suas obras eram disputadas na bolsa da sociedade capitalista, em contraste doloroso. Ele, o artista, o mito, a glória de Vila Boa, catando migalhas na panela da opressão, enquanto os seus quadros disputavam o ‘black’ das ganâncias humanas.”

Foi assim que José Mendonça Teles (1989) resumiu a trajetória e morte de um dos maiores artistas goianos.

Goiânia recebe exosição com obras restauradas de Octo Marques durante o mês de agosto. Ao todo serão 11 telas contendo temáticas regionalistas, com detalhes de cunho social, ambiental ou arquitetônico agregado.

A restauração e exposição das obras de Octo Marques é uma forma de novamente revelar o trabalho deste artista, que produziu mais de 2.000 peças ao longo de seus 73 anos de vida, entre bicos de pena, aquarelas, óleos sobre tela, xilogravuras e cerâmicas.

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Um trabalho que representa uma fase importante das artes de nosso estado, mas que aos poucos se mostra cada vez mais disperso e esquecido pelo grande público.

Sua obra, em sua maioria, encontra-se em acervos privados, entre amigos e familiares. Esta exposição será uma inédita oportunidade, para que a população tenha acesso a esse conteúdo.

SERVIÇO

Exposição Centenário Octo Marques

Cidade de Goiás|GO
Museu das Bandeiras (MUBAN)
Abertura: 20 de julho (sexta) – 19h30
Exposição: 21 de julho a 17 de agosto

Goiânia|GO
Centro Cultural Octo Marques (Pathernon Center)
Abertura: 24 de agosto (sexta) – 19h30
Exposição: 25 de agosto a 21 de setembro

Mais informações: (62) 99941-5464

Entrada Gratuita.

 

Imagem: Divulgação