Agitado centro comercial de Goiânia foi projetado para ser avenida residencial

O dia 24 de outubro de 1933 não foi escolhido para o nascimento de Goiânia de forma aleatória. A data era o marco em homenagem aos três anos da revolução de 1930. Responsável pelo plano original de Goiânia, Atílio Corrêa Lima escolheu o local onde Pedro Ludovico inauguraria a obra de suas vidas, a nova capital de Goiás.

Atílio entregou um planejamento que se estruturou em três pilares principais: o sistema viário, o zoneamento e a configuração do terreno. Formado na França, o arquiteto desenhou o traçado conforme o plano das cidades francesas, onde o mais importante seria a funcionalidade.

Diferentes vias foram calculadas segundo a intensidade e direção do tráfego. O sistema viário de Goiânia foi formado por vias em forma de xadrez, por ser um sistema mais rápido e fácil para a circulação de veículos. As vias em diagonal, como as Avenidas Araguaia e Tocantins, foram mapeadas com objetivo de ir além do funcional.

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A formulação das vias visava a estética da cidade, transportando o espectador à visualização do centro administrativo. Essa disposição direcionando à Praça Cívica enganou muitos goianienses que a enxergou como sendo o manto de Nossa Senhora Aparecida.

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Até meados do ano de 1955, a cidade projetada para abrigar cerca de 50 mil habitantes crescia de maneira moderada. Os investimentos de Pedro Ludovico com equipes de engenheiros e arquitetos trouxeram para Goiânia uma média de 150 mil pessoas até a década de 1960. Naquela época, a cidade foi agraciada com 125 novos bairros.

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Aquela superpopulação exigia mais infraestrutura, energia, transporte e escolas. A Avenida Araguaia, projetada para funcionar como ponto residencial, recebeu o comércio. Os moradores da região migraram para setores e ruas mais calmas nos arredores da via.

Com seus 2km de extensão, a Araguaia já foi palco de diferentes manifestações populares. Na década de 1980, cerca de 20 anos após receber um título de importante área comercial, recebeu o público que pedia pelas ‘Diretas Já’. O espaço recebe ainda a parada do orgulho LGBTQIA+, movimento tradicional que acontece pelas ruas do mundo anualmente.

A Avenida Araguaia fornece acesso direto ao Mercado Central, Parque Mutirama, Rodoviária e importantes bairros da capital como Vila Nova e Negrão de Lima. A via também abriga o Banana Shopping, importante ponto na mapa da moda de Goiânia, com mais de 100 lojas.

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Com tramitação marcada por polêmicas, Plano Diretor é aprovado pela Câmara de Goiânia

Depois de muitas polêmicas, a Câmara Municipal aprovou nesta quinta-feira (02/02), em caráter definitivo, o novo Plano Diretor de Goiânia. Nos últimos meses, a proposta gerou diversos debates entre representantes da sociedade civil, legisladores e especialistas. A matéria foi aprovada com 25 votos favoráveis.

Somente seis vereadores votaram contra o projeto. São eles: Aava Santiago (PSDB), Anderson Sales Bokão (DEM), Lucas Kitão (PSL), Marlon Teixeira (Cidadania), Mauro Rubem (PT) e Santana Gomes (PRTB). Sargento Novandir (sem partido) e Joãozinho Guimarães (SD) não compareceram à votação. 

Desde que começou a tramitar na Câmara, diversos pontos do projeto geraram polêmica. Entre eles, redução das áreas de preservação permanente, possíveis prejuízos às nascentes, aumento de áreas com autorização para construção de edifícios e modificação na hierarquia de 27 ruas da capital.

Contrário ao projeto, o vereador Mauro Rubem tentou atrasar a votação. O parlamentar pediu vistas, sugeriu emendas e solicitou a retirada de pontos específicos. Outros parlamentares, como Aava Santiago e Lucas Kitão, demonstraram preocupação com a condução da tramitação da matéria. Os dois criticaram a rapidez com que a proposta foi discutida e colocada em votação. A relatora da matéria, Sabrina Garcêz, no entanto, declarou acreditar que a aprovação representa um grande desenvolvimento para a capital

Foram favoráveis à proposta Anselmo Pereira (MDB), Bruno Diniz (PRTB), Cabo Senna (Patriota), Clécio Alves (MDB), Edgar Duarte (PMB), Gabriela Rodart (DC), Geverson Abel (Avante), Henrique Alves (MDB), Isaias Ribeiro (Republicanos), Izídio Alves (MDB), Juarez Lopes (PDT), Kleybe Morais (MDB), Leandro Sena (Republicanos), Leia Klebia (PSC), Léo José (PTB), Luciula do Recanto (PSD), Pastor Wilson (PMB), Paulo Henrique da Farmácia (PTC), Pedro Azulão Júnior (PSB), Raphael da Saúde (DC), Ronilson Reis (Podemos), Sabrina Garcêz (PSD), Sandes Júnior (PP), Thialu Guiotti (Avante) e Willian Veloso (PL).

(Foto: Divulgação / Câmara de Goiânia)

 

Cinco pontos polêmicos do Plano Diretor de Goiânia

A base do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) quer aprovar o Plano Diretor de Goiânia (PDG) ainda nesta semana. A proposta define as diretrizes para o planejamento urbano do município e pode ter impacto no desenvolvimento econômico e no ordenamento territorial da cidade, abrangendo elementos de mobilidade urbana, sustentabilidade ambiental, saneamento e moradia. No entanto, a Proposta de Lei Complementar (PLC) tem gerado diversos debates entre representantes da sociedade civil, legisladores e especialistas. O Curta Mais levantou cinco pontos que estão no centro das polêmicos que envolvem o projeto. Confira:

Redução das áreas de preservação permanente
Umas das medidas propostas é a diminuição do índice de áreas de preservação permanente. Pelo projeto, haverá redução do índice da legislação municipal para o mesmo número do Código Florestal. No entanto, segundo uma análise divulgada pela Universidade Federal de Goiás (UFG), nas áreas rurais há mais espaço para escoamento das águas da chuva e, por isso, o número é menor. Ou seja, em áreas urbanas, os alagamentos são mais comuns.

Prejuízo às nascentes
De acordo com a UFG, o projeto prevê, também, a possibilidade de construir em nascentes intermitentes, que deixam de existir em época de seca e voltam na época das águas. Para a instituição, dependendo de como for feita a drenagem, quem construir em cima, vai ter uma umidade muito grande. 

Aumento em áreas para edifícios
A proposta estima um crescimento de 16,2% na extensão das chamadas áreas adensáveis, ou seja, onde o planejamento indica suporte para maior número de moradores por meio da verticalização. Com isso, a previsão é que de 55 quilômetros quadrados em que são permitidas construções acima de 12 metros de altura, Goiânia passe a contar com 64 km².

Mais trânsito em quase 30 ruas
A hierarquia de 27 ruas da capital, localizadas em 21 de bairros será modificada. Elas passarão a ter o limite de velocidade aumentado de 30 quilômetros por hora para 40 km/h. A medida deve aumentar a quantidade.

Foto: Jackson Rodrigues – Prefeitura de Goiânia