Conheça 4 motivos para a disparada de preços dos combustíveis
O preço médio da gasolina no país segue firme acima de R$ 6,00. Em Goiânia, alguns postos já marcam o valor de R$ 6,92 e a tendência é que os outros postos da capital façam a adequação dos valores e aumentem o preço da gasolina até o fim de semana. O Governo Federal já anunciou que a previsão é de que, até o final do mês de outubro, o preço dos combustíveis se mantenha em alta.
O preço da gasolina subiu mais de 30% só em 2021. Os dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) apontam a oitava alta consecutiva na semana até 25 de setembro, em meio a novos recordes na cotação do barril de petróleo e de temores de uma crise energética na Europa.
Em matéria exclusiva da BBC Brasil, mostra quatro fatores que ajudam a explicar por que os preços subiram tanto nos últimos meses:
1. Aumento da Demanda
A cotação do petróleo vem em uma sequência de alta forte desde o início do ano. O preço do barril do tipo Brent, referência internacional, passou de US$ 80 na terça-feira (28/9) pela primeira vez desde outubro de 2018. Uma parte do aumento se deve à maior demanda. Os programas de vacinação contra a covid-19 têm permitido que diversos países reabram suas economias — e o impacto da retomada tem sido em algumas regiões mais forte do que o esperado.
2. Restrição de Oferta
Se a demanda por petróleo e derivados cresceu de um lado, a oferta não acompanhou. Uma das razões vem da própria dinâmica da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep), um cartel que reúne 13 países e concentra cerca de 33% da produção global da commodity (por volta de 30 milhões de barris por dia). O grupo muitas vezes limita a produção para evitar quedas substanciais nos preços ou mesmo valorizar a cotação do barril.
3. Preço do Dólar
A valorização do barril de petróleo tem um duplo efeito para países como o Brasil, que passam por uma profunda desvalorização cambial. Uma série de fatores explica porque a moeda americana tem se mantido em patamar elevado, acima de R$ 5,00 por dólar. Alguns são externos, como a expectativa de aumento de juros nos Estados Unidos e de retirada do programa de estímulos monetários, outros, internos, como crises institucionais e briga entre poderes.
4. Elevação dos preços de biocombustíveis
Os biocombustíveis que entram na composição da gasolina e do diesel também experimentam forte alta, contribuindo para pressionar o preço final dos combustíveis. O álcool anidro responde por 27% do litro da gasolina vendida dos postos; já o biodiesel hoje equivale a 10% do diesel que sai das bombas. O salto é consequência direta dos efeitos climáticos adversos que têm se abatido sobre o país: a falta de chuvas e as geadas de junho e julho reduziram a produção das lavouras de cana-de-açúcar, sua matéria-prima.
Além disso, no caso da gasolina, a Petrobras responde por cerca de 34% do preço pago pelos consumidores. Fora essa porcentagem, cerca de 16,5% representam o custo do etanol anidro, 10,7% vão para distribuição e revenda, 11,3% correspondem aos tributos federais PIS/Pasep e Cofins e 27,7% ao ICMS, tributo estadual.
Fonte: BBC Brasil
Imagem: Vinicius Schmidt
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