Goiás é dono de uma culinária rica em sabores, que denotam o carinho e amor de uma avó expressos através daquela comidinha caseira, preparada em um fogão que espalha o cheiro da lenha pela casa. Essa culinária incrível é capaz de nos fazer lembrar o cheirinho da comida que só nossa mãe sabe fazer.
E antes de te apresentar essas delícias, deixa eu te contar um pouquinho da história da nossa gastronomia!
Assim como grande parte do cardápio brasileiro, nossa lista de pratos típicos é influenciada pelas receitas indígenas e europeias. Essa influência veio para cá através dos tropeiros, advindos de São Paulo e Minas Gerais, dando importante contribuição ao cenário gastronômico local.
E que cenário, hein! Para a entrada, que tal uma chica doida? Se o prato principal vier acompanhado de uma boa paçoca de carne-seca então, melhor ainda. Para a sobremesa, a marmelada de Santa Luzia pode cumprir bem esse papel, né?
Aô Goiás, quem te conhece não esquece jamais!
Conheça agora todos os pratos que são patrimônio imaterial de Goiás
Jantinha
O bom goiano é apaixonado pela famosa Jantinha! O prato que reúne arroz branco, feijão tropeiro, mandioca com manteiga do sertão, vinagrete, farofa e um espetinho suculento, de carne ou frango, enche os olhos de quem vê. E o cheiro então!
Em 7 de dezembro de 2022, o prato se tornou marca registrada do goiano. O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, sancionou o projeto de lei que torna a “jantinha” um patrimônio imaterial da capital.
Onde encontrar: Oliveiras Jantinha – eleito a melhor jantinha de Goiânia no Prêmio Curta Mais – O Melhor da Cidade 2022.
R. João Marques, quadra 6 – Parque dos Buritis.
Pamonha
Nem só de pequi vive o goiano…é preciso ter uma pamonha também, pelo ao menos uma vez na semana. Um símbolo de Goiás, capaz de gerar intrigas na família – não toque no queijo da pamonha de ninguém, você estará sujeito a agressões – chega à nossa mesa em uma explosão de sabores.
Do tempero doce ao salgado, por diversas vezes se apresenta recheada com linguiça, muita cebolinha, pimenta, creme de pequi, jiló, ou até frango com catupiry. Ultimamente, até em cor de rosa. A pamonha é muito amada pelo goiano!
No dia 20 de dezembro de 2022, o governador Ronaldo Caiado, sancionou a lei que declara a pamonha um patrimônio imaterial de Goiás.
Onde encontrar: Pamonharia Frutos da Terra – eleita a melhor pamonha de Goiânia em 2022, pelo Prêmio Curta Mais – o Melhor da Cidade 2022.
R. C-234, 969 – Setor Nova Suíça.
Empadão Goiano
Se você mora ou já visitou Goiás, esse estado com um caderno de receitas tão amplo, e nunca provou o famoso Empadão Goiano, saiba que você está cometendo um pecado terrível.
Brincadeiras à parte, o empadão é um dos pratos mais famosos da região. A torta salgada de massa podre é composta por uma massa saborosa e fininha, que desmancha na boca.
Com uma explosão de sabores, tem recheio caprichado de frango, queijo minas em cubos, azeitona, palmito e linguiça. Ou então, carne de porco, guariroba e uma outra gama de opções adaptadas.
O reconhecimento do empadão goiano como patrimônio cultural e imaterial é tema de projeto aprovado em primeira votação no Plenário da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (ALEGO).
Onde encontrar: Empadinha da Nenen – eleita como a melhor empada do ano em Goiânia, em novembro de 2022, pelo Prêmio Curta Mais – o Melhor da Cidade 2022.
Av. 136, 1002 – Setor Marista.
Chica Doida
Nascida e criada em Goiás, a Chica Doida encanta a todos com seu jeitinho delicioso e incrível de encher os olhos (e a barriga). Segundo a história, a querida Chica, feita a base de milho, foi criada na cozinha da goiana Petronilha Ferreira Cabral, em Quirinópolis.
Todo goiano raiz já ouviu dizer, durante o preparo da pamonha, que a quantidade de palha para embalar a massa era pouca. A história conta que para acabar com esses problemas, Petronilha misturou todos os ingredientes em uma tigela e os colocou para assar. Assim nasceu a famosa Chica.
Em 12 de abril de 2022, Ronaldo Caiado sancionou a lei que impõe a Chica Doida como patrimônio cultural e imaterial de Goiás.
Pit Dog (o famoso X-Tudão)
Não existe X-Tudo melhor que o goiano, preparado em um dos inúmeros Pit Dogs espalhados pela cidade. O prato típico já é parte do cotidiano do bom goiano, uma verdadeira tradição gtastronômica desde a década de 60.
Pão, hambúrguer, salsicha, bacon, presunto, queijo, ovo frito, tomate, alface, cebola, batata palha, milho, catupiry, com direito a adicionais de abacaxi. Faltou alguma coisa? Que tal uma batata especial para acompanhar? Batata frita com cheddar e bacon, é sempre uma boa pedida.
Em 8 de outubro de 2020, o governador Ronaldo Caiado sancionou a lei que torna o Pit Dog, responsável pelo X-Tudo goiano, patrimônio cultural e imaterial de Goiás.
Onde encontrar: Buldog’s Sanduicheria – eleito o melhor Pit Dog de Goiânia, em novembro de 2022, pelo Prêmio Curta Mais – o Melhor da Cidade 2022.
R. 23, 42 – Setor Oeste
Matula
Prato típico dos tropeiros na Chapada dos Veadeiros, o Matula foi criada e comercializada pelo senhor Valdomiro da Silva Filho em seu rancho, localizado na zona rural do município de Alto Paraíso de Goiás.
A receita saborosa conta com um tutu cremoso de feijão branco. Para maior consistência, é adicionada a farinha de mandioca. O sabor irresistível recebe ainda a incrementação da carne de sol e pedaços de linguiça.
Até o momento não há informações sobre a imposição de uma lei que torne a Matula um patrimônio cultural e imaterial de Goiás.
Onde encontrar: Ao visitar a cidade de Alto Paraíso, localizada a aproximadamente 425km de Goiânia e 220km de Brasília, não deixe de procurar pela Matula para conhecer a culinária típica da região.
Alfenim
Alfenim não é apenas um docinho fofo. A receita tradicional vilaboense é leve, composta por açúcar, ovos e limão, é desenhada nas mais belas formas. Como animais, flores e artigos religiosos.
A produção deste doce típico da Cidade de Goiás é mantida por Sílvia da Silva Curado, uma senhora de 87 anos, apontada como a única doceira da região que ainda conhece os segredos de seu preparo. O Alfenim pode parecer um doce fácil de ser preparado, mas para dar à ele um sabor tão especial, é preciso paciência, dedicação e, principalmente, o conhecimento das técnicas ideais de preparo.
Em janeiro de 2023, o governador Ronaldo Caiado sancionou o projeto de lei que torna o Alfenim um patrimônio cultural e imaterial de Goiás.
Imagem: Manuela Cardoso
Onde encontrar: Ao visitar a Cidade de Goiás, localizada a aproximadamente 123 km de Goiás e a cerca de 300 km de Brasília, não deixe de procurar pelo Alfenim para conhecer a culinária típica da região.
Queijo Cabacinha
Já sabe com qual vinho harmonizar o tradicional queijo goiano, o queijo cabacinha? Há cerca de 8 décadas, a receita que nasceu em solo italiano tem servido como importante especialidade das cozinhas goianas. O queijo de massa filada, macio e medianamente úmido, o queijo cabacinha é indicado para consumo ainda fresco, caso você pretenda harmonizá-lo com uma bela taça de vinho tinto ou rosé.
Ao longo do processo de produção, o queijo é amarrado e colocado para secar pendurado, o que dá à ele o formato de uma cabaça. Foi daí que surgiu seu nome, um tanto quanto curioso.
De acordo com a Lei Estadual n°20.963, de 13 de janeiro de 2021, o queijo cabacinha é patrimônio imaterial de Goiás.
Imagem: reprodução Governo de Goiás
Onde encontrar: A receita é tradicionalmente encontrada em regiões do Araguaia, como Doverlândia, Mineiros, Perolândia, Portelândia e Santa Rita do Araguaia.
Marmelada de Santa Luzia
Cidade Ocidental é uma região Intermediária de Luziânia – Águas Lindas de Goiás. Antigamente, a Cidade fazia parte do município de Santa Luzia. É lá onde desembarcaremos para te contar a história da Marmelada de Santa Luzia. A uma distância de aproximadamente 198 Km de Goiânia e 47 Km de Brasília, o pequeno município guarda uma história de família que hoje é vista como patrimônio de Goiás.
A receita da Marmelada foi passada de pai para filho, ao longo das décadas, de geração em geração. O marmelo, fruta usada para o preparo do doce, veio de Portugal e se adaptou perfeitamente bem ao clima e solo da Luziânia, onde ele é colhido e armazenado em latas, entre os meses de Janeiro e Fevereiro, para que o doce seja produzido durante todo o ano.
De acordo com a Lei Estadual de n°21.278, de 5 de abril de 2022, a marmelada de Santa Luzia é patrimônio cultural e imaterial de Goiás.
Pastelinho de Goiás
Imagina um doce maravilhoso, com uma massa crocante e incrivelmente saborosa que derrete na boca. Imaginou? Deixa eu te apresentar então o Pastelinho de Goiás.
Tradicional de cidades coloniais como Pirenópolis e Cidade de Goiás, antiga capital do Estado, o pastelinho tem sua base inspirada no famoso Pastel de Belém, tradicional em Portugal. Em Goiás, o doce recebe o recheio típico da região: o doce de leite. A sobremesa, sinônimo de requinte, encontrada facilmente nas docerias da Cidade de Goiás, já foi protagonista até em aulas de confeitaria.
O projeto protocolado n°1945/22 visa transformar o Pastelinho de Goiás em patrimônio cultural e imaterial de Goiás.
Imagem: Marcos Aleotti Fotografia – Curta Mais
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