Entenda a importância histórica da ferrovia Norte Sul para o agronegócio brasileiro
Considerada a espinha dorsal do sistema brasileiro de transporte sobre trilhos, a Ferrovia Norte Sul é conectada aos portos de Itaqui, no Maranhão e Santos, em São Paulo. Com 2.257 quilômetros (km) de extensão, ela atravessa quatro regiões.
A inauguração da Ferrovia Norte-Sul, em Rio Verde, Goiás, aconteceria nesta sexta-feira (16), porém uma nova data será remarcada. Devido ao mau tempo na cidade goiana, a aeronave do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não conseguiria pousar no local. O diretor do executivo iria participar da abertura do Terminal Rio Verde, novo ponto de acesso do agronegócio brasileiro.
Histórico
Iniciada em 1987, na administração do então presidente José Sarney, a ferrovia Norte Sul não evoluiu muito nos últimos anos e só ganhou impulso a partir de 2007, quando passou a receber investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no segundo mandato de Lula. Ao longo dos anos, foram construídos os terminais de Rio Verde (GO), de São Simão (GO) e Iturama (MG), com investimento de R$ 4 bilhões em obras de infraestrutura, terminais e material rodante.
O Brasil tem uma malha ferroviária de 29 mil km, dos quais apenas 1 mil estão ativos. Cerca de 80% do volume transportado refere-se a minério e carvão, o que revela o grande potencial existente para o transporte de insumos e dos principais produtos agrícolas – soja, milho, arroz, feijão e trigo – uma vez que boa parte da malha férrea atravessa áreas de cultivo.
Principal acesso do agronegócio brasileiro
Um dos principais limitadores do processo de desenvolvimento do agronegócio brasileiro está na parte do transporte das cargas, que ocorre majoritariamente pelo meio rodoviário, o que, na maioria das vezes, acaba por encarecer o processo por conta dos fretes cobrados. Em conjunto com isso, vemos uma queda da capacidade de atender demandas externas em igualdade com o mercado internacional.
Essa deficiência ocorre, principalmente, pelas grandes distâncias percorridas para realizar o transporte dos commodities agrícolas, como soja e milho, que são as principais matérias-primas de exportação brasileira. Com centros produtores localizados no Mato Grosso e Pará, as cargas ficam a mais de 2.000 km dos principais portos do país, Santos (SP) e Paranaguá (PR), dificultando o escoamento que é feito pelas rodovias, já que não é possível transportar um grande montante de uma única vez.
Em março, também foi inaugurado um trecho da Ferrovia Norte-Sul entre Goiás e São Paulo, o que promete acelerar o volume escoado rumo ao Arco Norte, onde o transporte ferroviário cresceu 89,5% nos últimos cinco anos, graças a novos terminais de integração com as rodovias.
Em 2020, pela primeira vez os terminais portuários do Arco Norte entre o estado de Goías e São Paulo, promete acelerar a produção rumo ao Arco Norte, onde o transporte ferroviário cresceu 89,5 % nos últimos cinco graças a novos terminais de integração com as rodovias.
Transportes com menos riscos
Enquanto as rodovias brasileiras apresentam mais casos de violência e roubos dia após dia, essa já não é uma realidade a ser considerada quando tratamos do uso das linhas férreas para transporte. As ferrovias apresentam uma taxa muito menor de roubos de cargas e acidentes.
Créditos da imagem de capa: Rumo
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