O índice de feminicídios cresceu consideravelmente no Brasil durante a pandemia. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública afirmam que somente no primeiro semestre 648 mulheres perderam a vida nas mãos de seus companheiros. O que representa um aumento de 1,9% a mais em relação a 2019.
Entretanto, existem mulheres que estiveram muito próximas a se tornarem mais um número dessa estatística trágica e conseguiram fugir, a assim recomeçaram suas vidas. A pergunta que fica é: como elas conseguiram fugir estando tão próximas da morte? Como o caso da escritora e palestrante Silvinha Mantovani.
Sair de um relacionamento abusivo por si só já é algo extremamente complicado e doloroso. O que se torna ainda mais difícil quando a vítima é obrigada a fugir para outro país com o intuito de salvar sua vida e da sua família. Foi no meio dessa fuga que Silvinha Mantovani tomou uma decisão que mudaria para sempre sua história. “Tive que literalmente deixar casa, amigos, cidade até o país para me livre das ameaças continuas que recebia. Um passaporte não apenas mudou como também salvou a minha vida”.
É comum relacionarmos viagens a momentos gostosos e novas experiências. Mas para Silvinha Mantovani, de 42 anos, viajar foi muito mais do que isso. Como ela mesma descreve, “um passaporte salvou minha vida”.
Isso porque, com quase 36 anos e morando em Barcelona, a brasileira se descobriu presa em um relacionamento abusivo, cheio de ameaças e proibições. Com apenas a roupa do corpo e com a carreira destruída pelo ex-marido, Silvinha decidiu fugir. Na época, ela tinha uma poupança no Brasil com o dinheiro que economizara durante toda sua vida – uns 25 mil reais. Usou esse dinheiro para ir para a Irlanda, sem muita certeza do que faria a seguir.
Foi quando percebeu que estava na hora de focar em um projeto que fosse só seu. Que lhe devolvesse sua autonomia, que lhe permitisse criar metas e que passasse bem longe de homens e do fantasma do relacionamento anterior. Um projeto que ela pudesse realizar antes dos quarenta anos. Simbolicamente, Silvinha visava recuperar a soberania sobre sua vida. E faria isso da forma que mais lhe agradava: viajando!
O projeto de conhecer 40 países antes dos 40 anos tomava forma, enquanto Silvinha juntava dinheiro trabalhando como babá, faxineira e até mesmo descarregando caixas de legumes. Da Irlanda, foi para o Marrocos, depois Turquia, República Checa, Emirados Árabes, Hungria, Áustria, Estados Unidos, Tailândia…
Quatro meses antes de completar 40 anos, Silvinha chegou ao último país, a Índia. Com as feridas cicatrizadas, Silvinha decidiu transformar sua vida em livro. Com uma vaquinha online, reuniu o investimento necessário. Em 2021, o livro “40 antes dos 40”, traduzido para o inglês e espanhol, será publicado em diversos países com o objetivo de ajudar outras mulheres que possam estar passando pelo que ela passou.
Já acumula mais de 160 mil seguidores apenas em seu Instagram @40antesdos40, onde divide dicas de viagem, experiências, conselhos e conversas com outros viajantes. Afinal, o que não falta mais na vida de Silvinha são sonhos e planos. E ela pretende continuar levando essa inspiração adiante!
O próximo destino na lista seria conhecer vários países da África, porém a pandemia a fez mudar seus planos. Silvinha vem conquistando não só mundo, mas também a internet onde já acumula mais de 160.000 seguidores apenas em seu Instagram, além da sua FanPage no Facebook.
A versão em brasileira do livro pode ser adquirida de duas formas. Em formato físico, publicado pela Editora Feliz. A versão em E-book pode ser adquirida pela Amazon.
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