Revista Bula, a mais popular publicação brasileira de cultura na internet completa 15 anos

Revista Bula, uma das publicações mais importantes do jornalismo cultural brasileiro, completa 15 anos esse mês. Idealizada em Goiânia no final dos anos 1990, por um grupo de escritores, jornalistas e publicitários, a publicação que hoje é um dos destaques do Portal R7, da Rede Record de Televisão, só entraria no ar alguns anos depois, em fevereiro de 2003.

Entre os colaboradores que fizeram ou ainda fazem parte da revista, estão nomes como o ganhador Prêmio Abril de Jornalismo, Edson Aran, e os ganhadores do Prêmio Jabuti de Literatura, Edival Lourenço e Menalton Braff, que se  juntaram a outros nomes como Antônio Carlos dos Santos, Eberth Vêncio, Euler de França Belém, Miguel Sanches Neto, Carlos Castelo, Alex Sens, Rafael Theodor Teodoro, Nilto Maciel, Carlos Augusto Silva, Adelto Gonçalves, José Carlos Guimarães, André J. Gomes, Lara Brenner, Marcelo Franco, Nei Duclós, Hugo Serradourada, Tainá Corrêa, Hugo Wantuil, Ruth Borges, Flávio Paranhos, Ademir Luiz, Karen Curi,  Rebeca Bedone, entre outros.

Com participação massiva nas principais redes sociais, com ênfase no Facebook (1,9 milhão de seguidores), a publicação goiana se tornou uma das mais populares do Brasil, alguns de seus textos foram compartilhados centenas de milhares de vezes, viraram teses, curtas-metragens e repercutiram nos principais meios de comunicação do país.

Revista

Referência em conteúdo cultural, o site é compartilhado por canais influentes em todo o país e até no exterior.

Ao todo, o acervo da Revista Bula ultrapassa 11 mil textos, divididos entre estudos críticos, entrevistas, ensaios, perfis biográficos, crônicas e listas. A diversidade editorial também é responsável por outro feito, em 15 anos foram publicados quatro livros por editoras nacionais: “Manifesto Pela Ocupação Amorosa Dos Corações Vazios”, de André J. Gomes, (Nova Alexandria), reunindo crônicas publicados na “Revista Bula” entre 2012 e 2014; “Animal Sinistro”, de Edival Lourenço, (Ex Machina), reunindo ensaios publicados entre 2004 e 2015; “Os Melhores Textos da Bula”, crônicas e ensaios, (Ex Machina), reunindo textos publicados entre 2010 e 2015; e “Bipolar”, de Eberth Vêncio, (Editora Caminhos), crônicas,  reunindo textos publicados entre 2005 e 2015.

Ainda sobre a diversidade editorial da publicação, o editor Carlos Willian Leite afirma: “Foi preciso fazer concessões editorias em nome da audiência. Às vezes o texto mediano é que sustenta a audiência do bom. Não adianta você ter o melhor conteúdo do mundo se ninguém souber que ele existe. Os anunciantes, que sustentam o jornalismo, querem mais do que bom conteúdo: querem um Google Analytics com audiência significativa”.

Perguntado como é viver do mercado editorial cultural, o editor responde: “Projetos de internet sem suporte financeiro não sobrevivem por muito tempo. E quando sobrevivem, se tornam mortos-vivos - porque não são uma prioridade para seus donos e editores, que precisam sobreviver de outra forma. Para se ter sucesso na internet, é preciso disciplina, disciplina, disciplina, um pouco de resignação e, sobretudo, financiamento”.

 

Com uma narrativa visceral e irônica, Eberth Vêncio lança ‘Bipolar’

Na psicologia, a bipolaridade é classificada como uma mudança repentina de humor. No entanto, o novo livro do médico, empresário e escritor Eberth Vêncio mostra que o termo pode ter outras conotações. Com lançamento nacional agendado para a quinta feira, 7, em Goiânia, “Bipolar” (140 páginas, Editora Caminhos) é uma coletânea das melhores crônicas do autor publicadas na “Revista Bula”, ao longo de mais de dez anos.

Com um olhar pessimista e desiludido sobre pequenos e grandes acontecimentos, mas com uma narrativa visceral e irônica ao ponto de provocar o riso, Eberth Vêncio demonstra que a tristeza e ausência de esperança pode virar entretenimento.

 “Eu procuro retratar o meu sentimento com as coisas que eu vejo acontecendo. Como me deparo mais com situações negativas do que positivas, não tenho muito otimismo em relação ao ser humano em vários sentidos. Me deixo contagiar por esse negativismo, mas tento narrar os acontecimentos com a maior leveza possível”, explica o escritor.

A receita para essa interlocução entre duas características aparentemente contraditórias, ele explica: “Utilizo bastante ironia, sarcasmo, deboche da situação e até humor negro em relação às coisas pessimistas que escrevo”.

O livro será lançado no Restaurante Cateretê, localizado no Jardim Goiás, das 18h30 às 22h30. Interessados em comprar o livro, mas que não puderem comparecer ao lançamento, poderão realizar a compra pelo site da Editora e Livraria Caminhos. Os livros estarão à venda a partir do dia 8 de dezembro.

Sobre o autor

Eberth Vêncio (1965) é empresário, médico e escritor. Sua estreia literária aconteceu em 1999, com o livro “Faz de Conta Que Somos Felizes”. Participa de dezenas de antologias, com destaque para “Os Melhores Textos da Bula”, publicada em 2017. “Bipolar” é a segunda publicação individual do autor.

Confira a entrevista com o autor:

Você é um dos colaboradores mais antigos da “Revista Bula”. Seus textos foram lidos e compartilhados nas redes sociais centenas de milhares de vezes. Apesar de acabar com isolamento geográficos editorial, as redes sociais tem sido alvo de intenso debate, sobretudo pelo fato de ser um grande vetor de disseminação de mentiras, as chamadas Fake News. Em linhas gerais, na sua opinião, está mudança comportamental gerada pelas plataformas sociais foi benéfica?

Melhorar a comunicação entre as pessoas sempre é louvável. O problema é que a liberdade completa para expressar pontos de vista criou e está criando verdadeiros monstros. Há muita crueldade nas redes sociais. Muitos dizem tudo o que vem à cabeça sem medir as consequências. Uma vez que o ser humano tem a tendência inata para disseminar injúrias e desgraceiras, esse campo virtual anda minado demais, um inferno. Não vejo como amenizar tanta atrocidade verbal.

Como autor, você é da ala dos inspirados ou dos construtores?

A inspiração existe, mas é rara e vem quando lhe dá na telha. Aprendi a construir, por pura necessidade. É muito mais trabalhoso e as chances de dar errado aumentam. Nada como aquela boa e velha ideia que surge do nada e se transforma num texto quase perfeito. Meus melhores textos foram movidos por inspirações poderosas. No meu caso, estimo 10% de inspiração e 90% de muita transpiração.

Quais autores te influenciaram e o qual o seu livro de cabeceira?

Nunca fui um leitor contumaz. É preciso confessar que fui um adolescente relapso e preguiçoso que lia apenas por obrigação. Isso está me custando caro até hoje, pois perdi um tempo precioso. Monteiro Lobato me ensinou a sonhar; Fernando Sabino me divertiu; Carlos Drummond foi e continua sendo o maior ícone literário para mim; Machado, o professor. Aprendi a delirar, sem perder a compostura, com as histórias extraordinárias de José J. Veiga. Acho que “O Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa foi o livro transformador. É uma obra incrível.

Vinicius de Moraes estava errado: é mais fácil ser triste do que alegre?

Vinicius não disse que era fácil. Ele disse que era melhor ser alegre que ser triste. Concordo com ele. Morro de inveja de gente alto astral, pessoas que estão quase sempre radiantes. Elas me contagiam e me deixam também envergonhado, pois, acabo sacando que posso fazer melhor do que tenho feito. Carrego o grave defeito de sofrer por antecedência e de nutrir um sentimento nada otimista em relação ao ser humano. A história da humanidade é uma prova cabal de que o homem não tem conserto. Porém, em respeito e admiração àqueles que fizeram e fazem um esforço hercúleo para transformar o mundo num lugar melhor para se viver, estou tentando mudar a minha visão particular e derrotada das coisas, mas, não está fácil. E não adiante insistir: não vou fazer análise.

Tem uma série de entrevistas suas (como entrevistador) publicadas na “Revista Bula”. Qual a primeira pergunta faria para Deus se fosse escalado para entrevistá-lo?

 Para que tanto mistério?

A poesia se tornou um gênero literário menor?

Não. Não existe nada maior do que a poesia. Juntamente com a música de qualidade, ela é insuperável, redentora e salva vidas, como a minha, por exemplo.

 

TRECHO DO LIVRO “BIPOLAR”

“Pode soar falso. Pode parecer frescura. Pode ser que eu seja mesmo um fofo. Na verdade, eu confesso que tenho muita dificuldade para lidar com os elogios. Eu simplesmente me embanano todo, perco o rebolado. Vocês supõem saber quem eu sou. Mas, vocês não me conhecem. Portanto, é chegada a hora de entenderem um pouco mais a meu respeito, se é isso que lhes interessa mais do que uma cólica renal no meio de um feriado prolongado. Vou ser curto e grosso. Vou dizer tudo o que sei de mim. Daquilo que eu não sei, voaremos juntos, burros feitos uma porta. Pra início de conversa: não sou essa Coca-Cola toda que vocês estão pensando. Eu pareço culto. Eu não sou tão culto assim. Eu não resistiria a meia hora de exumação dos clássicos da literatura com os imortais mais vaidosos de uma academia de sopa de letrinhas. Pior que tudo, a memória trai-me a todo instante. Não me lembro dos nomes dos livros, dos autores consagrados, dos protagonistas marcantes, das gororobas que comi hoje no almoço, dessa mulher deitada ao meu lado. Eu juro, meu amor: não é nada disso que você está pensando. Percebem? O meu caso é ainda mais grave que a queda do trema.”

SERVIÇO:

Lançamento do livro “Bipolar”, do escritor Eberth Vêncio

Data: 7 de dezembro, quinta-feira

Horário: 18h30 às 22h30

Local: Restaurante Cateretê, localizado na Rua 52, nº 357, Jardim Goiás (próximo ao K Hotel)

Contato: (62) 3877-7787

Acesso gratuito

Revista Bula lança primeiro livro com tiragem inicial esgotada em tempo recorde

A Revista Bula, um dos maiores fenômenos editorias da internet, acaba de lançar o livro “Os Melhores Textos da Bula” (ed. Ex-Machina, 200 páginas, São Paulo) já com a primeira tiragem de 1.000 exemplares totalmente esgotada. Uma nova impressão foi feita para atender a demanda que não para de crescer.

O lançamento oficial do livro será feito em Goiânia, terra natal da Bula, na próxima quinta-feira, 26, às 19h, no cine Lumière, piso 3, Shopping Bougainville, com a presença de vários colaboradores da publicação que também assinam os textos do livro. 

A coletânea traz 60 textos de 19 autores, divididos entre crônicas e ensaios e publicados originalmente entre 2012 e 2016. Participam da obra nomes como Jacques Fux, Euler de França Belém, Rebeca Bedone, Edson Aran, Karen Curi, Eberth Vêncio, Rodrigo Campos, Carolina Mendes, Flávio Paranhos, Lara Brenner, Ademir Luiz, Nei Duclós, Ruth Borges, Valdivino Braz, Marcelo Franco, Edival Lourenço, Carlos Augusto Silva, José Carlos Guimarães e Rafael Theodor Teodoro. 

Com vendas disponível apenas pela internet, a primeira tiragem de “Os Melhores Textos da Bula”, que será lançado oficialmente na quinta-feira, 26, esgotou-se em apenas cinco dias, um prazo raro para os padrões atuais do mercado editorial. Além de Goiânia, o livro também será lançado em Brasília e São Paulo.

Criada em 2003 em Goiânia, a Revista Bula tem uma das maiores audiências do jornalismo cultural brasileiro. O portal, que tem 1,8 milhão de seguidores no Facebook, tem em média 7,5 milhões de acessos mensais, ultrapassando a marca de 80 milhões de pageviews em 2016. É uma das publicações mais populares da internet no Brasil.

Com o sucesso instantâneo da obra, novos projetos devem vir pela frente. “Esta primeira seleção de textos reúne as melhores crônicas e ensaios publicados entre 2012 a 2016. Outras seleções virão, nas quais publicaremos os textos fundadores, as entrevistas e as centenas de listas que  foram produzidas nesse período. Nossa Bula, diferente das outras, pode não indicar a cura para os males do corpo, mas queremos crer que alivia os da alma. Portanto, amigo leitor, automedique-se à vontade com os textos que se seguem, nossa Bula não tem contraindicações nem efeitos colaterais”, conta Carlos Wiliam, editor da revista.

Selecionamos 8 trechos de textos da Bula que bombaram na internet e que agora fazem parte do livro: 

 

1. Eu queria ser Clint Eastwood para dar um tiro na sua cara (Eberth Vêncio)

“O calor que  tem feito esses dias deve estar cozinhando os meus miolos. Um sujeito chegou perto de mim e disse “me passa a carteira”. Mesmo com o trabuco na mão, eu não passei a carteira porque não ando com carteira. Entreguei uma mochila com coisas de pouco valor como livros, um kit de barbear e um pacote de camisinhas. Não leio, não me barbeio e não meto há tempos, desde sábado. O cara montou na garupa de um cavalo, digo, de uma moto na qual um comparsa o aguardava, e ambos vazaram dali mais rápido que o evacuar de um ganso. “Eu queria ser Clint Eastwood para dar um tiro na sua cara”, foi o que eu pensei. Aliás, eu tenho pensado muitas coisas inusitadas ultimamente, como aprender o idioma russo, dar o rabo e comprar uma arma. Porém, tudo não passa de especulações da minha mente cansada com tanta iniquidade. O velho Clint não se deitaria com outro homem, nem fodendo.”

Eberth

Eberth Vêncio: médico, empresário e poeta. (Foto: Divulgação)

 

2. Deus não nos salvará; mas morrerá conosco (Edival Lourenço)

“As condições extremas que nos levarão ao desaparecimento, por certo levarão de eito outras espécies, que se acham vulneráveis como nós. Inclusive desaparecerão os deuses, os santos, os espíritos-luz, os anjos, os avatares e toda plêiade transcendente, vez que são resultantes de nossas lucubrações mentais. Nenhuma outra espécie pensou a existência de Deus. Sejamos menos arrogantes. Façamos alguma coisa por nós mesmos, enquanto é tempo. Porque Deus não virá em socorro de nós e ainda morrerá conosco.”

Edival

Edival Lourenço: o goiano é escritor romancista, poeta, cronista e contista. (Foto: Divulgação)

 

3. Um dia a gente aprende a conviver com os que ficam. E a sobreviver sem os que partiram  (Rebeca Bedone)

“Não é fácil dizer adeus. A despedida é um outono de saudades. É uma tela sendo pintada em tons de cobre, alaranjado e nostalgia: o rio leva folhas caídas de árvores secas; os galhos, outrora carregados de flores em cores vivas, abraçam-se a si mesmos em sua nudez seca e doída. A estação da despedida nos entristece quando partimos. Já era sabida a hora que esse dia chegaria. Os pais dizem adeus ao filho que parte para estudar fora, ou à filha que vai se casar. A república se desfez depois de terminada a faculdade, agora cada amigo tem o seu novo canto. O pai divorciado se despede dos filhos e vai para sua nova casa.”

Rebeca

Rebeca Bedone: Médica endocrinologista e colunista na Revista Bula. (Foto: Divulgação)

 

4. Cadeia, o grande sertão de Graciliano (Nei Duclós)

“Cigarros ordinários  acesos um no outro para economizar fósforo, um restinho de iodo para desinfetar um ferimento no dedo, papel e caneta embrulhados em pijamas e outros trapos numa valise que carrega por todo lado, por mais de cinco prisões para onde foi jogado junto com milhares de outros presos políticos, misturados a vigaristas, ladrões e malandros, acompanham o escritor na sua faina: escrever notas que mais tarde vão continuar a literatura iniciada nos confins do Brasil seco e violento. Os livros que esmerilha na sua rotina brutal são narrados como personagens ocultos, um amontoado de letra miúda, mal alinhavadas e passíveis de todas as correções.”

Nei

Nei Duclós é jornalista, poeta e escritor brasileiro com 17 livros lançados de cronicas, contos, poesias, romance e ensaios (Foto: Divulgação)

 

5. Uma saga de pobreza e infelicidade (Edson Aran)

“Nos éramos muito pobres. Papai teve que vender três de nós para experiências genéticas. Meus irmãos se deram bem e foram viver em algum laboratório chique. Infelizmente, ninguém quis me comprar, mas os vizinhos da casa ao lado aceitaram me alugar por um tempo. O cachorro deles tinha morrido. Eu passava as noites latindo no quintal para afastar ladrões. Aqueles foram dias felizes. Os vizinhos também eram muito pobres e, por isso, os ladrões iam roubar outros vizinhos. De vez em quando, eu tomava um osso dos vira-latas da rua e levava para mamãe fazer sopa.”

Edson

Edson Aran: ex-editor da revista Playboy, o jornalista também é roteirista de muitos humoristas nacionais. (Foto: Divulgação)

 

6. Falta amor no mundo, mas também falta interpretação de texto (Lara Brenner)

“Que me perdoem os analistas de funções, tabelas, números complexos e logaritmos, mas desenvolvi uma teoria baseada em nada além do que meus próprios olhos e ouvidos vêm testemunhando há tempos: considerável parte do desamor que paira hoje no mundo se deve à incapacidade de interpretação de texto. Sim, senhores. A incompreensão da Língua tem deixado as línguas (e os dedos frenéticos que navegam pelos teclados) mais intolerantes, emburrecidos e inacreditavelmente loucos.”

Lara

Lara Brenner: professora de Língua Portuguesa e colunista da Bula. (Foto: Divulgação)

 

7. A sublime arte de dormir de conchinha! (Jacques Fux)

“Freud, conspiro, nunca dormiu de conchinha. Ele imaginava que o gozo, o deleite e a satisfação plena eram apenas impossibilidades. Nem desconfiava que a conchinha, que a verdadeira conchinha dos amantes, seria a realização de toda sua idealização. Lacan, confabulo, também nunca dormiu de conchinha. Ele dizia que a relação sexual perfeita não existia. Jamais concebeu a ideia de que a conchinha, que a autêntica conchinha dos apaixonados, fosse muito mais envolvente, íntima e profunda que o sexo propriamente dito. Tampouco Platão, o grande filósofo, que provou que tudo deveria principiar pelo amor, mas que ele, o Amor, apenas subsistia em um mundo distante, o das Ideias, foi capaz de refletir sobre a metafísica da conchinha. Se tivesse pensado, filosofado ou apenas adormecido carinhosamente nessa posição, teria certamente criado outras filosofias em seu famoso ‘Banquete’.”

Jacques

Jacques Fux: formado em matemática e ciência da computação, é um dos nomes mais promissores da literatura brasileira na atualidade. (Foto: Divulgação)

 

8. Preferência não se discute; gosto, sim (Carlos Augusto Silva)

“A situação da crítica literária junto a leitores, intelectuais, jornalistas, está cada dia mais irrespirável. Ser crítico literário, estudar a literatura de forma acadêmica, está se tornando algo tão complicado quanto apoiar o aborto, a legalização das drogas e a discussão a respeito do casamento gay. Politicamente correto é não se importar com a teoria, lixar-se para a tradição, mandar às favas qualquer crítica ou crítico produzido nos corredores da academia, sejam eles estruturalistas ou formalistas, ligados às teorias do imaginário ou às correntes dos estudos culturais.”

Carlos

Carlos Augusto Silva: crítico literário e colunista da Bula. (Foto: Divulgação)