Anvisa proíbe venda de lote da geleia Piá com fungo, larvas mortas e pelo de roedor

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a distribuição e a venda de um lote da geleia de morango da marca Piá, por conter fungo, larvas mortas e pelo de roedor. A medida foi publicada Diário Oficial da União desta segunda-feira (22).
O laudo, emitido pelo Laboratório de Saúde Pública de Santa Catarina, também detectou a presença de “matérias estranhas indicativas de falhas das boas práticas” do alimento. O produto é produzido pela Cooperativa Agropecuária Petrópolis, no município gaúcho de Nova Petrópolis.
A empresa terá de recolher todo o estoque do produto que existir no mercado relativo ao lote 02, com validade em 19 de novembro de 2016, segundo determinação da Anvisa.
Em nota, a Piá informou que o problema já havia sido detectado pela empresa antes mesmo da decisão da Anvisa, e que o lote foi totalmente recolhido do mercado no dia 25 de maio de 2016. A Cooperativa disse ainda que vai intensificar o monitoramento de boas práticas dos produtores da fruta para as próximas safras.
No fim de julho, outra proibição da Anvisa gerou grande repercussão entre consumidores. Quatro lotes de extrato de tomate e um de molho de tomate tiveram venda proibida pela agência após laudo detectar pelo de roedor acima do limite máximo de tolerância permitido pela legislação. Os produtos eram das marcas Amorita, Aro, Elefante, Predilecta e Pomarola.

 

Veja as quantidades de fragmentos de insetos e pelos de roedores tolerados nos alimentos pela Anvisa

Esta semana a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou o recolhimento de cinco lotes de molho e extrato de tomate com pelo de roedores acima do permitido. Sim, é isto mesmo que você leu. Há uma tolerância para esse tipo de ingrediente indesejado nos alimentos industrializados.

Um saquinho de óregano com 10 gramas, por exemplo, pode conter até 20 desses animais mortos próprios da cultura. Isso é o que tolera uma resolução da Anvisa, publicada em 2014, que trata de matérias estranhas em alimentos. O texto declara “aceitáveis” também alguns níveis de fragmentos de insetos indicativos de falhas das boas práticas (não considerados indicativos de risco), areia, ácaros mortos, fungos e bárbulas, as ramificações das barbas que formam a pena das aves (exceto de pombos).

Ao todo, há quatro alimentos em que são tolerados insetos inteiros mortos. Além do orégano, podem haver cinco insetos inteiros em 25g dos chás de camomila, menta ou hortelã, excetuados indicativos de risco. Não são permitidas, porém, “baratas, formigas, moscas que se reproduzem ou que tem por hábito manter contato com fezes, cadáveres e lixo, bem como barbeiros, em qualquer fase de desenvolvimento, vivos ou mortos, inteiros ou em partes”.

Há um nível aceitável também para pelos de roedor. 

Conheça dez limites determinados pela Anvisa

Produtos de tomate (molhos, purê, polpa, extrato, catchup e outros derivados) – até 10 fragmentos de insetos indicativos de falhas das boas práticas (não considerados indicativos de risco) em 100g; um fragmento de pelos de roedor em 100g.

Doce em pasta e geleias de frutas – até 25 fragmentos de insetos indicativos de falhas das boas práticas (não considerados indicativos de risco) em 100g.

Farinha de trigo – até 75 fragmentos de insetos indicativos de falhas das boas praticas (não considerados indicativos de risco) em 50g.

Café torrado e moído – até 60 fragmentos de insetos indicativos de falhas das boas práticas (não considerados indicativos de risco) em 25g.

Chá de camomila – até 90 fragmentos de insetos indicativos de falhas das boas práticas (não considerados indicativos de risco) em 25g; cinco insetos inteiros mortos (exceto os indicativos de risco) em 25g.

Chá de menta ou hortelã – até 300 fragmentos de insetos indicativos de falhas das boas práticas (não considerados indicativos de risco) em 25g; cinco insetos interios mortos (exceto os indicativos de risco) em 25g; dois fragmentos de pelos de roedor em 25g.

Chá de boldo – até 75 fragmnetos de insetos indicativos de falhas das boas práticas (não considerados indicativos de risco) em 25g; dois fragmentos de pelos de roedor em 25g; 70 bárbulas, exceto de pombo, em 25g.

Orégano (todas as formas de apresentação) – até 20 fragmentos de insetos indicativos de falhas das boas práticas (não considerados indicativos de risco) em 10g; 20 insetos inteiros mortos próprios da cultura em 10g; um fragmento de pelo de roedor em 10g.

Páprica – até 80 fragmentos de insetos (não considerados indicativos de falhas das boas práticas) em 25g, onze fragmentos de pelos de roedor em 25g, 20% de campos positivos de fundo (segundo contagem de filamentos micelianos pelo método de Howard).

Alimentos em geral – até 1,5% de areia ou cinzas insolúveis em ácido.