A praia mais poluída do Brasil fica nesta cidade (você vai se surpreender)
Você sabia que algumas das praias mais bonitas do Brasil também podem ser as mais poluídas? Muitas vezes, quando pensamos em poluição nas praias, imaginamos lixo visível, como garrafas plásticas e sacolas. Mas o problema vai além disso: existem partículas minúsculas, chamadas de microplásticos, que estão presentes em praticamente todas as praias do país. Vamos entender mais sobre isso e descobrir qual é a praia mais poluída do Brasil, e por que esse problema é tão preocupante, mesmo em locais que ainda são considerados seguros para o banho.
O que são microplásticos e por que eles preocupam tanto?
Os microplásticos são pequenos pedaços de plástico, com menos de 5 milímetros, que acabam indo parar nos oceanos e, consequentemente, nas praias. Eles podem vir de muitos lugares, como roupas sintéticas, pneus de carros e, claro, da degradação de plásticos maiores que são jogados no lixo de maneira inadequada. Mesmo sendo tão pequenos, eles são um grande problema, pois são facilmente confundidos com comida por muitos animais marinhos, como peixes e tartarugas. Esses animais acabam ingerindo os microplásticos, o que afeta sua saúde e pode até trazer consequências para os seres humanos, já que nós consumimos muitos desses animais no nosso dia a dia.
De acordo com uma matéria publicada no portal Terra, um estudo feito pela ONG Sea Shepherd Brasil, em parceria com a USP, investigou a presença de microplásticos em várias praias brasileiras e descobriu um dado alarmante: a Praia do Pântano do Sul, em Florianópolis, Santa Catarina, é a praia mais poluída do país quando se trata dessas partículas. Mas o mais curioso é que, mesmo com essa quantidade elevada de poluição, a praia ainda é considerada própria para banho pelas autoridades ambientais.
A praia mais poluída do Brasil
A Praia do Pântano do Sul lidera o ranking de poluição por microplásticos no Brasil. Lá, os pesquisadores encontraram 144 pedaços dessas pequenas partículas por metro quadrado de areia. Além dos microplásticos, a praia também tem um alto volume de outros resíduos maiores, chamados de macrorresíduos, como bitucas de cigarro e pedaços de plástico maiores. Ainda assim, segundo os testes de qualidade da água, ela é uma praia segura para os banhistas, o que pode parecer um pouco contraditório.
Outro ponto interessante é que Florianópolis, a cidade onde fica a Praia do Pântano do Sul, também aparece em outras posições do ranking de praias mais poluídas do Brasil. A Praia do Rizzo, na mesma cidade, ocupa o terceiro lugar na lista, com 78 microplásticos por metro quadrado. Esses dados colocam Florianópolis como a terceira cidade do Brasil com maior quantidade de microplásticos em suas praias.
Aqui está o top 5 das praias mais poluídas, de acordo com a quantidade de microplásticos por metro quadrado:
- Praia do Pântano do Sul (SC) – 144 microplásticos por metro quadrado
- Praia do Centro, Mongaguá (SP) – 83 microplásticos por metro quadrado
- Praia do Rizzo (SC) – 78 microplásticos por metro quadrado
- Praia de Botafogo (RJ) – 55 microplásticos por metro quadrado
- Praia de Mariluz, Imbé (RS) – 51 microplásticos por metro quadrado
O impacto dos resíduos plásticos nas praias
A poluição por plástico nas praias é um problema que vai além do que os olhos podem ver. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), essa é uma das maiores crises ambientais que enfrentamos hoje. O estudo feito no Brasil mostrou que, das 306 praias analisadas em 201 municípios, 100% delas tinham resíduos plásticos. Isso significa que todas as praias pesquisadas, de alguma forma, estão contaminadas.
Os microplásticos foram encontrados em 97% das praias, e, entre os principais resíduos, 91% eram plásticos. Além disso, 61% dos itens encontrados eram descartáveis, como tampas de garrafas e canudos, que são usados uma única vez e descartados. As bitucas de cigarro, por exemplo, são o macrorresíduo mais comum nas praias, representando uma boa parte do lixo que acaba poluindo esses locais.
Mas o que isso significa para nós? Mesmo que uma praia ainda seja considerada segura para o banho, como é o caso da Praia do Pântano do Sul, isso não elimina o risco ambiental que esses resíduos plásticos representam para a vida marinha e, consequentemente, para a nossa saúde. Além disso, a poluição afeta diretamente a biodiversidade dos oceanos e pode comprometer as atividades econômicas que dependem da saúde das águas, como a pesca e o turismo.
O que podemos fazer para melhorar essa situação?
Apesar de os números serem preocupantes, é importante lembrar que podemos tomar atitudes para reduzir esse impacto. Evitar o uso de plásticos descartáveis, como copos, talheres e sacolas, já faz uma grande diferença. Optar por produtos reutilizáveis e descartar corretamente o lixo, principalmente em áreas próximas às praias, é essencial para evitar que esses resíduos acabem nos oceanos.
Outra dica é apoiar iniciativas e organizações que lutam pela limpeza das praias e dos mares. Muitos projetos organizam mutirões de limpeza, e participar dessas ações não só ajuda o meio ambiente, mas também nos dá a oportunidade de ver de perto o quanto o plástico está presente no nosso dia a dia.
Por fim, é essencial que governos e empresas também façam sua parte, criando políticas de redução de resíduos e incentivando o uso de materiais mais sustentáveis. A educação ambiental é um passo importante para que todos compreendam o impacto que seus hábitos de consumo têm sobre o planeta. Cuidar das nossas praias não é apenas uma questão de preservar a beleza natural, mas também de garantir um futuro mais saudável para nós e para as próximas gerações.
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