Única árvore da espécie Sapucaia completa 75 anos em Goiânia e apresenta folhas rosas-avermelhadas e lilás

A única sapucaia da capital completa 75 anos, e está com a folhagem totalmente rosa-avermelhada. A Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) explica que a árvore exótica é um tipo de espécie que exige espaço amplo e, portanto, não pode ser plantada em calçadas, ruas e avenidas. Suas folhas mudam de cor, tornando-a mais bela neste período do ano. A sapucaia está localizada na Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA).

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A bióloga da Amma, Wanessa de Castro, detalha que a sapucaia de Goiânia atrai as pessoas por ser a única na cidade, em fase adulta. A espécie é comum no Norte do Brasil, e em regiões de Floresta Pluvial Atlântica. “Acreditamos que ela foi plantada ainda na construção da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura, para embelezar o lugar”, explica.

De acordo com a bióloga, a sapucaia é um nome de origem tupi. “Esse nome vem da junção de ‘sa’, ‘puca’ e ‘ia’ que significa olho que se abre e cabaça, respectivamente, pelo fato de o opérculo do fruto, quando aberto, parecer um olho”, conta Wanessa.

“Goiânia possui árvores que são marcas do nosso meio ambiente, responsáveis por alimentar todo um ecossistema e garantir a qualidade do ar em meio à poluição”, diz o presidente da Amma Goiânia, Luan Alves.

A sapucaia é uma espécie que garante alimentos para pássaros, por conta da castanha produzida. É um alimento rico em nutrientes e de característica oleaginosa e adocicada. Em Goiânia, a Amma prepara mudas da espécie para que sejam plantadas em locais adequados. 

“É uma árvore resistente, e por essa característica exótica indicamos o seu plantio em áreas que sejam amplas, e que, além de colaborar com a recuperação da vegetação, permitirá ainda mais o seu embelezamento”, conta a bióloga.

 

Foto: Paulo José

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No meio do caminho tinha uma árvore…

Se Carlos Drummond de Andrade tivesse vivido em Goiânia e passasse pela Nova Vila, provavavelmente tiraria da cartola um poema sobre a árvore (quase) escondida do lado de dentro do Parque de Exposição Agropecuário de Goiânia, ou, “Pecuária” para os mais íntimos. Mas não é preciso ser um poeta da envergadura de Drummond para encontrar beleza em meio ao caos. No local, onde vive há anos a exuberante Sapucaia, é impossível passar por lá, nessa época de Primavera, sem reparar tanta beleza. Até os mais durões não resistem e dão uma olhada nem que seja bem rapidinho. Confessamos nossa empolgação (e talvez até um excesso de sensibilidade) de sempre… Paramos, fotogramos, admiramos e transformamos, o que poderia ser trivial, o assunto neste post. Mas o que vale mesmo é ir lá, investir uns minutinhos, pausar a correria, curtir e tirar muitas fotos.

Tá certo que o lugar não ajuda muito: trânsito caótico, emaranhado de fios, além do próprio muro que tenta – sem sucesso – esconder a belezura, mas talvez esteja aí o diferencial. A árvore tá lá, toda majestosa e, acredite, vale a visita. É muita beleza para uma árvore só. O post aqui é apenas um esquenta para fazer você ir conferir com os próprios olhos. Aproveite que esse ano ela caprichou na indumentária.

A árvore, que atende pelo nome de “Sapucaia”, fica na Rua 257 quase esquina com a 5ª Avenida, Setor Nova Vila (dentro do Parque de Exposições Agropecuárias). Do lado de fora também é possível ver exatamente o ângulo das imagens registradas pelo fotógrafo do Curta Mais, Marcos Aleotti.

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Impossível passar por lá e não reparar.

Sobre a espécie

Conhecida como castanha-sapucaia, cumbuca-de-macaco ou simplesmente “sapucaia”, esta árvore tem origem brasileira e é proveniente da Floresta Pluvial Atlântica. A sapucaia ou cabeça-de-macaco é uma árvore da família das Lecitidáceas (Lecythidaceae) existente na floresta amazônica e na Mata Atlântica, que pode atingir até 30 metros de altura e um metro de diâmetro, ainda que a maioria ronde os 5 a 15 metros de altura e 30 centímetros de diâmetro. Existem várias variedades como a sapucaia-mirim.

A palavra “sapucaia” tem origem tupi, ainda que existam diferenças nas propostas etimológicas: resulta da união dos elementos sa, puca e ia (respectivamente: olho – que se abre – cabaça) – já que ao abrir-se o opérculo do fruto (que é um pixídio) parece que se vê um olho. Por outro lado, há quem considere que “sapucaia” tem origem na palavra tupi “galinha” (elemento de troca entre índios e portugueses que, no início da colonização, as trocavam pelas sementes do fruto – castanhas).

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É tanta beleza que não cabe escondida dentro da “Pecuária”

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Nem a poluição visual tira a exuberância da Sapucaia.