Pesquisa aponta que caminhar descalço tem benefícios para saúde

Nas últimas décadas, tem crescido o número de pessoas que optam por caminhar descalças, uma prática que muitos acreditam estar enraizada em nossa própria natureza.

Enquanto alguns veem essa tendência como uma moda passageira, outros destacam seus possíveis benefícios à saúde, como a melhora do equilíbrio e da estabilidade.

Essa preocupação não se restringe aos adultos. Pais de crianças em fase de aprendizado motor também têm adotado o chamado calçado minimalista, que simula a sensação de andar descalço e auxilia no desenvolvimento saudável dos pés infantis.

Mas será que os adultos podem colher os mesmos benefícios ao abrir mão dos calçados tradicionais?

Os pés, formados por 28 ossos, são uma parte complexa do corpo, responsável por muito mais do que apenas suportar peso. Além de promover locomoção, eles ajudam na estabilidade e no equilíbrio corporal. Com inúmeras terminações nervosas na sola, os pés são também fundamentais para o controle postural e a eficiência dos movimentos.

A prática de caminhar descalço não é nova. Culturas antigas já reconheciam o vínculo direto com a terra proporcionado pela ausência de calçados. No entanto, com a evolução do vestuário, o calçado tornou-se símbolo de proteção e status social, afastando as pessoas dessa conexão natural.

Estudos científicos sugerem que, apesar de o uso de calçados ser essencial por questões de higiene e segurança, abrir mão deles pode trazer vantagens. Em termos de biomecânica, andar descalço aumenta a dispersão dos dedos, melhorando a estabilidade e adaptabilidade ao terreno.

Comparativamente, calçados modernos tendem a restringir o espaço natural dos pés, reduzindo a aderência e a mobilidade.

Em 1905, o Dr. Phil Hoffman já havia observado grandes diferenças entre os pés de pessoas que caminhavam descalças e as que usavam calçados, tanto na forma quanto na função. Pesquisas mais recentes confirmam esses achados, indicando que a ausência de calçados melhora a distribuição da pressão sobre o pé, embora não influencie significativamente o risco de lesões.

Phil Hoffman foi um pesquisador que conduziu um estudo comparativo sobre os pés de pessoas que usavam calçados e de pessoas que andavam descalças.

Durante suas observações, Hoffman documentou que os pés de indivíduos que viviam descalços, particularmente em países menos desenvolvidos, apresentavam menos deformidades e eram mais fortes em comparação com aqueles que usavam calçados desde cedo​. Ele apontou que o uso prolongado de sapatos, especialmente em crianças, causa uma compressão que altera a forma e a função natural dos pés​.

Por outro lado, andar descalço traz riscos em superfícies perigosas, o que levou à popularização dos calçados minimalistas. Essas opções oferecem uma experiência semelhante à de caminhar descalço, com solas finas e flexíveis que permitem a expansão natural dos dedos e garantem proteção contra terrenos duros.

Opções para os não adeptos

Os benefícios do calçado minimalista incluem maior estabilidade, menor risco de quedas e a prevenção de problemas como fascite plantar e neuroma de Morton.

Esse tipo de calçado possui um design simples e leve que imita a sensação e a biomecânica de andar descalço, sem abrir mão da proteção contra elementos e superfícies duras.

Um modelo do tênis minimalista Five Fingers da marca norte-americana Vibram (foto: reprodução)

Além disso, estudos sugerem que corredores podem se beneficiar dessas opções, ganhando em eficiência de corrida e diminuindo o impacto nas articulações.

Publicações recentes apontam ainda que o uso de calçados minimalistas fortalece a musculatura intrínseca do pé e promove o desenvolvimento de um arco plantar mais elevado, contribuindo para uma postura mais saudável e melhor desempenho físico.

 

 

 

 

*Com informações BBC News

 

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