Black Mirror é o alerta da Netflix sobre a imprudência na internet

O primeiro episódio da sexta temporada de “Black Mirror”, “Joan Is Awful” (A Joan é Péssima), encena uma reviravolta terrível quando a protagonista tem sua vida exposta em um drama televisivo por negligenciar os ‘Termos e Condições’ de um serviço de streaming.

Imagine ter cada detalhe da sua vida narrado em uma série de televisão, devido a um simples descuido. No último episódio de quinta-feira (15) de “Black Mirror”, da Netflix, o episódio inicial intitulado “Joan Is Awful” retrata exatamente esse cenário. A personagem principal, Joan (interpretada por Annie Murphy), se descuida ao aceitar os ‘Termos e Condições’ da plataforma de streaming Streamberry. Resultado? Ela inadvertidamente cede os direitos de sua vida à plataforma, que cria a série “Joan Is Awful”, uma dramatização da vida de Joan.

Contudo, seria isso plausível na realidade? De acordo com Sylvia Bellio, CEO e cofundadora da itl.tech, a narrativa de “Black Mirror” serve como um lembrete crucial da atenção necessária no espaço digital, especialmente ao assinar documentos ou compartilhar dados pessoais. “A série destaca com eficácia a questão dos ‘Termos de Compromisso’ que são, de fato, assinados pela maioria dos usuários sem a devida atenção. Contudo, é crucial reconhecer que a cibersegurança vai além deste documento específico”, pontua a especialista em infraestrutura de TI.

Ainda que estejamos quase sempre online, muitas pessoas ainda estão alheias às práticas que as colocam em risco na rede. “Todos os dias, novos tipos de crimes cibernéticos surgem e os criminosos se aproveitam da negligência dos usuários, por isso, é essencial estar sempre em alerta”, ela adiciona.

Prevenção e vigilância são as palavras-chave para desfrutar dos benefícios do universo virtual, diz Sylvia. Ela oferece algumas sugestões para uma navegação mais segura na internet, seja no computador, celular, tablet ou qualquer outro dispositivo:

● Softwares: mantenha um antivírus instalado e sempre atualize o seu dispositivo com as versões mais recentes dos softwares. Não baixe programas, músicas ou filmes piratas.

● Sites: Verifique se a URL do site começa com “https” e possui um cadeado à esquerda, indicando sua segurança. Ative o controle parental do Google para proteger crianças contra sites perigosos e de conteúdo adulto.

● Compras: Evite utilizar Wi-Fi público para compras ou transações bancárias. Para essas situações, use um aplicativo VPN.

● Redes sociais: Seja cauteloso com o que compartilha. Informações como endereço residencial, data de nascimento e locais frequentados podem ser usados por pessoas mal-intencionadas. Gerencie as configurações de privacidade das redes sociais.

Seguindo essas orientações, Sylvia acredita que é possível explorar todas as vantagens do universo digital mantendo a segurança e evitando situações indesejáveis, como a da protagonista

Joan é Péssima: episódio de Black Mirror está fazendo todo mundo ler os termos e condições

Quem nunca clicou no botão “aceitar” sem nem mesmo ler os termos e condições de um produto ou serviço na internet? Pois é, essa prática comum pode causar problemas sérios, como mostrado no primeiro episódio da sexta temporada de Black Mirror, “Joan é Péssima”.

Joan (Annie Murphy) assina um documento sem ler e acaba cedendo os direitos autorais da própria vida para uma plataforma de streaming. O resultado é uma série dramática sobre sua vida que a expõe para todos. Mas será que isso pode acontecer na vida real? 

A verdade é que os termos e condições são contratos vinculativos e, ao clicar em “aceitar”, o usuário está legalmente obrigado a cumprir o documento. Eles podem conter cláusulas que prejudiquem o consumidor, como a exclusão de garantias, a limitação de responsabilidade, a renúncia a direitos legais, a obrigação de arbitragem em vez de processos judiciais e até mesmo a coleta e uso de dados pessoais sem o consentimento explícito do consumidor.

Porém, nem todas as cláusulas são prejudiciais. Algumas podem ser benéficas para o consumidor, como aquelas que garantem a privacidade dos dados pessoais ou que oferecem proteção contra fraudes.

O problema é que muitas pessoas simplesmente não têm paciência para ler os termos e condições na íntegra, o que pode acabar causando problemas mais tarde. No caso de Joan, ela não faz ideia do que está assinando e acaba cedendo os direitos autorais da própria vida para a plataforma de streaming. O resultado é uma série dramática que expõe suas questões pessoais para todos verem.

 

Sinopse do Episódio “Joan é Péssima”

No episódio, estrelado por Salma Hayek, Joan era uma pessoa comum, vivendo sua vida sem grandes emoções. Mas, um dia tudo mudou quando ela descobriu que sua rotina estava sendo transmitida para milhares de pessoas através da plataforma de streaming Streamberry. 

Joan percebeu que não tinha mais controle sobre sua própria vida. Cada vez mais detalhes íntimos eram expostos publicamente e ela perdeu a privacidade que considerava um direito básico. Além disso, seu emprego e namoro foram afetados pela exposição pública.

Ela percebeu que não havia meios legais para impedir que a série fosse cancelada e decidiu tomar medidas drásticas para recuperar sua vida.

 

Assista ao trailer:

 

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Foto de Capa: Divulgação/Netflix