Tony Bennett morre aos 96 anos

Nesta sexta-feira (21/07), o mundo da música perdeu um de seus grandes talentos. Aos 96 anos, o cantor Tony Bennett faleceu em Nova York, deixando para trás um legado incrível. Considerado um ícone da canção americana, Bennett conquistou os corações de milhões de pessoas ao redor do mundo com sua voz única e seu estilo cativante.

Tony Bennett nasceu em 3 de agosto de 1926, no condado nova-iorquino de Queens. Desde muito cedo, ele demonstrou talento para a música e começou a cantar em público aos dez anos de idade. Influenciado por grandes nomes como Judy Garland, Al Jolson e Bing Crosby, assim como pelos jazzistas Louis Armstrong e Joe Venuti, Bennett desenvolveu seu próprio estilo musical.

Após servir o Exército durante a Segunda Guerra Mundial, Bennett decidiu estudar a técnica do bel canto para manter sua voz em forma. Paralelamente, ele também se inspirava em jazzistas renomados como Stan Getz e Art Tatum. Sua habilidade vocal chamou a atenção da atriz e cantora Pearl Bailey, que o convidou para abrir seus shows em 1949. Foi durante esse período que Bennett recebeu seu nome artístico por sugestão do comediante Bob Hope.

Nos anos 50, Bennett assinou contrato com a Columbia Records e emplacou sucessos como “Because of You”, “Blue Velvet” e “Stranger in Paradise”. No entanto, sua paixão pelo jazz se intensificou e ele se tornou uma referência no gênero. Em 1962, Bennett fez história ao se tornar o primeiro vocalista popular masculino a se apresentar no Carnegie Hall.

Ao longo de sua carreira, Bennett experimentou diferentes estilos musicais e colaborou com artistas renomados, como Herbie Mann, Nat Adderley, Art Blakey e Count Basie. Ele também se encantou pela bossa nova brasileira e gravou versões em inglês de clássicos de Tom Jobim, como “Corcovado” e “Samba do Avião”.

No final do século XX, Bennett conquistou um novo público mais jovem com suas aventuras musicais no programa de TV MTV Unplugged e com o álbum ao vivo que levava o mesmo nome. Sua versatilidade artística lhe rendeu parcerias inesquecíveis com artistas como Aretha Franklin, Barbra Streisand, Stevie Wonder, Paul McCartney e Bono, vocalista do U2.

A morte de Tony Bennett representa uma grande perda para a música mundial. Sua voz inconfundível e seu talento incomparável deixarão saudades. Ao longo de mais de sete décadas de carreira, ele lançou mais de 70 álbuns e recebeu mais de 20 prêmios Grammy. Sua música continuará viva em nossos corações e em sua última colaboração com Lady Gaga no álbum “Love for Sale”, lançado em 2022.

Que Tony Bennett descanse em paz sabendo que seu legado será eterno!

 

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Foto: Evan Agostini/Invision/AP/picture alliance

‘A vida é uma dádiva mesmo com Alzheimer’: Tony Bennett revela batalha contra a doença

Tony Bennett, imortalizado por sucessos como (I left my heart) in San Francisco e The shadow of your smile, revelou sofrer de Alzheimer. A doença foi diagnosticada há quatro anos e, segundo conta a revista da AARP – Associação Americana de Reformados, afetou sobretudo a memória do cantor e a capacidade em reconhecer objetos do cotidiano.

No Instagram, Bennett, de 94 anos, dirigiu-se aos fãs, escrevendo que “a vida é uma dádiva mesmo com Alzheimer”. O cantor aproveitou para agradecer à mulher, Susan, e à família pelo apoio, bem como a AARP por contar a sua história.

Segundo relatou a mulher do cantor, “ele nem sempre sabe onde está ou o que se passa à sua volta. No entanto, parece ter sido poupado a outros sintomas mais severos do Alzheimer, como sentimentos de terror, raiva ou depressão”.

Não há dúvida de que a música é terapêutica e para Tony Bennett também é assim. O cantor continua a ensaiar duas vezes por semana com o pianista que o acompanha há muito, Lee Musiker. Em declarações à AARP, o neurologista que o acompanha explicou que, antes da pandemia de covid-19, os concertos de Bennett o ajudavam, estimulando “o cérebro de forma significativa”. O filho do cantor, Danny, contou ainda que, nos concertos, o pai entrava em “modo de performance”, mesmo que pouco tempo antes estivesse confuso.

Como seria de esperar, a pandemia contribuiu para o deteriorar da condição de Tony Bennett, salientou o neurologista. O médico esclareceu que grande parte dos seus pacientes foram afetados pelo isolamento, por não conseguirem fazer as coisas que os ajudam — neste caso, cantar.

É que “cantar é tudo para ele. Tudo”, sublinhou, no mesmo artigo, a mulher do cantor, destacando “que [cantar] muitas vezes salvou a sua vida”. Por isso, adianta, este ano será lançado um novo álbum em parceria com Lady Gaga — gravado há mais de dois anos. Em 2015, a dupla ganhou um Grammy com o álbum Cheek to Cheek.

Foto: Reprodução/Instagram