Pesquisadores da UFMG desenvolvem novo método para tratamento de câncer cerebral

Uma pesquisa de doutorado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolveu um novo método que pode contribuir para o tratamento do câncer no cérebro. O estudo da agora doutora Isadora Carvalho resultou na criação de um nanomaterial que pode ser adotado para a aplicação de medicamentos às células infectadas por tumores.

A pesquisa se preocupou em melhorar a chegada do fármaco ao local do tumor e causar menos efeitos colaterais. O tratamento de câncer provoca muitos efeitos colaterais nos pacientes, sendo muitas vezes bastante agressivo.

O dispositivo foi criado para transportar dois remédios utilizados no tratamento do câncer de cérebro, KLA e doxorrubicina. Foram feitos testes bem-sucedidos in vitro, aqueles que não envolvem pessoas.

Nesses ensaios, o nanomaterial atacou células tumorais sem danificar as células saudáveis. Quando o material entra na célula a medicação é liberada. Outro efeito do dispositivo foi iluminar com fluorescências as áreas atingidas. Isso permite formar uma bioimagem e visualizar onde está cada componente na célula.

A nanotecnologia atua com estudos e soluções em dimensões minúsculas. Nanômetro é uma medida equivalente a 1 metro dividido em 1 bilhão de partes.

A tese de Isadora Carvalho foi indicada na área de engenharias para o prêmio de teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o mais importante concurso de pós-graduação do país.

 

 

*Agência Brasil

Imagem: Robson Valverde

68 bebês brasileiros nasceram com anticorpos contra a Covid-19

Notícia boa, um estudo da Faculdade de Medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) identificou 68 bebês nascidos com anticorpos para covid-19. E veja só, os resultados preliminares mostraram que a maioria das mães que se infectaram pelo Sars-Cov-2 durante a gestação podem passar anticorpos para os bebês por meio da transferência placentária.

Mas isso já havia sido reportado aqui no Brasil. No Acre, houve um caso em que a mãe não havia sido infectada pela covid-19 e em Santa Catarina, a mãe havia sido vacinada, e em ambos os casos os bebês nasceram com anticorpos. No entanto, o tema ainda levanta dúvidas, como o tempo de duração da proteção. Essa é uma das perguntas que o estudo mineiro procura responder.

Pois bem, a pesquisa utilizou o teste do pezinho e testagem das mães para identificar a infecção. Até agora foram testadas 506 mães e bebês. O objetivo é chegar a 4 mil mães testadas nos cinco municípios participantes da pesquisa: Uberlândia, Contagem, Itabirito, Ipatinga e Nova Lima.

“A confirmação da passagem de anticorpos da mãe para o bebê durante a gravidez pode ajudar a planejar o momento ideal para a vacinação dos bebês contra a covid. Em outras infecções, como no sarampo, por exemplo, já se sabe que os anticorpos maternos reduzem a eficácia da vacina contra o sarampo, e por isso ela é feita mais tardiamente”, diz a professora do departamento de pediatria da faculdade, Cláudia Lindgren.

Os casos positivos serão acompanhados por dois anos, para avaliar se haverá consequências da infecção das mães para o desenvolvimento das crianças. Um grupo de controle, com mães e bebês com resultados negativos, também será acompanhado. Nenhuma das mães participantes do estudo havia sido vacinada para covid-19.

Os municípios participantes foram escolhidos com base em critérios como a taxa de prevalência de covid-19, o número de nascimentos por mês e a existência de rede de apoio para eventual necessidade de reabilitação das crianças com alterações nos testes de neurodesenvolvimento.

O que chamou atenção dos pesquisadores foi a proporção de casos de mães assintomáticas e que, ainda assim, passaram anticorpos para os fetos. Na pesquisa em Minas Gerais o número chegou a 40%.

“Outros estudos já mostraram a presença de anticorpos no bebê, mas a maioria deles investigou a transferência de anticorpos após as manifestações da covid na mãe. Nesta pesquisa, estamos testando todas as mães e bebês, independente delas terem apresentado qualquer sintoma da doença durante a gravidez, porque sabemos que cerca de 80% das infecções são assintomáticas”, explica a professora, que cita o zika, rubéola e HIV como vírus que permanecem “ocultos” no organismo por bastante tempo.

“Temos a hipótese que, à semelhança de outras infecções virais durante a gravidez, o Sars-Cov-2 pode trazer repercussão futura”, diz Lindgren. O estudo conta com parceria do Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad), da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG) e da Universidade Federal de Uberlândia.

 

Imagem: Reproduzida da Internet