Primeira vacina nasal para Covid-19 é aprovada

A Administração Nacional de Produtos Médicos da China (NMPA), órgão similar à Anvisa no Brasil, aprovou a primeira vacina nasal contra a Covid-19 do mundo. O imunizante Convidecia, desenvolvido pela farmacêutica CanSino Biologics, será utilizado como dose de reforço no país. A informação foi divulgada pela empresa em comunicado.

Segundo a Biomm, laboratório responsável pela comercialização da vacina no Brasil, a versão injetável da Convidecia – aprovada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e utilizada em países como Chile e México – está sob análise da Anvisa, e a solicitação de um aval para o modelo nasal no país também está nos planos da empresa em breve.

O novo imunizante, que não utiliza agulha, é mais fácil de armazenar e é administrado pelo nariz, através de um spray de aerossol. Cientistas de vários países do mundo, como Cuba, Canadá e Estados Unidos, estão trabalhando em novas vacinas que podem ser administradas de forma nasal.

Especialistas acreditam que, por ser a via de entrada do coronavírus no organismo, o modelo de aplicação pode oferecer uma melhor proteção contra a contaminação, e ter uma maior eficácia para interromper a transmissão do vírus.

No Brasil, também existe um modelo em desenvolvimento pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, em São Paulo, que chegou a solicitar à Anvisa o início dos estudos em humanos no último ano. Porém, com as novas variantes do vírus, os pesquisadores estão avaliando a resposta do imunizante em laboratório às cepas antes de avançar para as etapas com voluntários.

Desde 2020, a China já aprovou oito vacinas contra a Covid-19 desenvolvidas localmente, como a CoronaVac, desenvolvida pela SinoVac e aplicada no Brasil. No entanto, o país ainda não permitiu que imunizantes estrangeiros sejam utilizados no território.

 

*Agência O Globo

Vacina para o mal de Alzheimer será testada em humanos pela primeira vez

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 50 milhões de pessoas ao redor do mundo sofrem algum tipo de demência, sendo o Alzheimer o problema mais comum. A doença neurodegenerativa, conhecida por causar perda de memória e confusão, não tem cura. Por enquanto, há apenas tratamentos medicamentosos que controlam os sintomas por tempo limitado. 

Não foi por falta de tentativas. Grandes farmacêuticas tentam produzir remédios que interrompam a progressão da doença há décadas, mas nenhuma obteve sucesso. Agora, a história pode começar a mudar.

Howard L. Weiner, professor de neurologia na Escola de Medicina de Harvard e líder em pesquisas sobre o Alzheimer há quase 20 anos, se prepara para iniciar os testes clínicos de uma vacina em formato de spray nasal desenvolvida pelo seu grupo de estudo. O objetivo é prevenir ou retardar a progressão da doença. 

O ensaio de Fase 1 será conduzido no Brigham and Women’s Hospital – o segundo maior hospital universitário da Escola de Medicina de Harvard – com 16 participantes com idades entre 60 e 85 anos. Todos os voluntários estão com Alzheimer em estágios iniciais e não possuem quaisquer outros problemas de saúde relevantes.

Serão oferecidas duas doses da vacina com intervalo de uma semana entre elas. Nesse primeiro teste, os pesquisadores devem analisar a segurança do composto e também determinar a dose ideal a ser administrada.

Como a vacina funciona?

As placas amiloides são uma característica-chave da doença de Alzheimer. Elas se formam quando pedaços de proteína beta-amiloide se acumulam entre as células nervosas, bloqueando a sinalização entre elas nas sinapses, região entre neurônios por onde passam os impulsos nervosos. Consequentemente, isso interfere a capacidade das pessoas de pensar ou recordar informações. 

Pesquisas sugerem que o estímulo ao sistema imunológico pode ajudar a limpar as placas amiloides – e a nova vacina se baseia nesta hipótese. O spray pulveriza nariz adentro um medicamento chamado Protollin, que ativa os glóbulos brancos encontrados nos gânglios linfáticos do pescoço para que eles migrem ao cérebro e comecem a eliminação das placas. O medicamento acorda nossos soldadinhos internos e os envia para a faxina. 

Em junho deste ano, a Food and Drug Administration (FDA), a Anvisa dos EUA, aprovou o primeiro medicamento para o Alzheimer, o aducanumab, mas a decisão veio acompanhada de polêmicas. Ainda não há consenso sobre a eficácia do remédio e mais testes clínicos foram solicitados à fabricante.

Há ainda outros medicamentos à base de anticorpos que podem entrar no mercado no futuro. A farmacêutica Eli Lilly planeja enviar dados de seu remédio, o donanemab, ao FDA até o final do ano. As empresas Biogen e Eisai também estão nessa corrida com seu medicamento, o lecanemab. 

 

*Fonte Revista Super Interessante

Imagem: Getty Images

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