Jair Bolsonaro é declarado inelegível por 8 anos pelo TSE
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) formou maioria nesta sexta-feira (30) e decidiu que Jair Messias Bolsonaro (PL) será considerado inelegível até o ano de 2030. A decisão foi tomada após uma série de votos dos ministros da corte.
Cinco dos sete ministros do TSE, Benedito Gonçalves, Floriano de Azevedo Marques Neto, André Ramos Tavares, Cármen Lúcia e Alexandre de Morais, o presidente do tribunal, votaram a favor do reconhecimento do abuso de poder político e do uso indevido dos meios de comunicação por parte do ex-presidente. As ações incluíram disseminação de mentiras e ataques ao sistema eleitoral. Raul Araújo foi o único ministro a votar contra a inelegibilidade de Bolsonaro.
Essa inelegibilidade o retira da disputa eleitoral e obriga a direita a buscar um nome para herdar o capital eleitoral de Bolsonaro nas eleições de 2026.
Polêmicas
Segundo a legislação atual, o ex-presidente será impedido de participar das eleições municipais de 2024 e 2028, bem como das eleições gerais de 2026. A punição é válida por oito anos a partir da última eleição, realizada em 2022. No entanto, devido a uma diferença de quatro dias entre as datas dos pleitos, Bolsonaro poderia se candidatar novamente em 2030.
Ao longo de seu mandato, Bolsonaro, que foi o 42º presidente do país, buscou desestabilizar o sistema eleitoral em diversos momentos, incitando seus seguidores e questionando a confiabilidade das votações, sem apresentar provas ou evidências.
Ele chegou a levantar suspeitas sobre as eleições de 2018, que o levaram à Presidência, insinuando que teria conquistado uma vitória ainda mais expressiva contra o candidato do PT, Fernando Haddad, se não fosse por uma suposta fraude.
Bolsonaro utilizou-se de transmissões ao vivo semanais, realizadas no Palácio da Alvorada, e entrevistas para disseminar essas ideias, que foram amplamente replicadas por seus aliados nas redes sociais.
Durante essas transmissões, ele proferiu ataques verbais contra membros do TSE, especialmente o presidente da corte, Alexandre de Moraes, que também é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Foto de capa: Edu Moraes/Record TV