Radiação solar é a principal causa do câncer de pele

INCA prevê 704 mil casos de câncer no Brasil até 2025. Câncer de Pele não melanoma, mama e próstata lideram. Prevenção e diagnóstico precoce são chaves.

Fernanda Cappellesso
Por Fernanda Cappellesso
INCA projeta 9.380 novos casos de câncer não melanoma entre homens e mulheres e de 190 casos de câncer melanoma
INCA projeta 9.380 novos casos de câncer não melanoma entre homens e mulheres e de 190 casos de câncer melanoma

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) prevê que, para o triênio 2023-2025, o Brasil registrará aproximadamente 704 mil novos casos de câncer por ano. Essa estimativa abrange 21 tipos de câncer, incluindo dois adicionados recentemente: o câncer de pâncreas e de fígado, devido à sua relevância como problema de saúde pública em certas regiões brasileiras e conforme as estimativas globais.

Entre os tipos mais incidentes de câncer no país, o de pele não melanoma se destaca, representando 31,3% do total de casos. Ele é seguido pelo câncer de mama em mulheres (10,5%) e câncer de próstata (10,2%). Outros tipos significativos incluem câncer de cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).

O Médico Gabriel Felipe destaca que o melanoma representa 95% do total de casos de câncer de pele

O Médico Gabriel Felipe destaca que o melanoma representa 95% do total de casos de câncer de pele

De acordo com o oncologista Gabriel Felipe, quando diagnosticado precocemente, o câncer de pele tem mais de 90% de chances de cura. “É ideal que às pessoas sempre consultem um dermatologista regularmente para fazer um check-up, para avaliar a condição da pele, lesões pré-existentes ou novas lesões, se elas estão em crescimento ou não. O monitoramento é imprescindível para evitar o câncer de pele”, comenta.

Dermatologista Aline Longatti, explica que peles claras tem maior tendencia de adquirir a doença

Dermatologista Aline Longatti, explica que peles claras tem maior tendencia de adquirir a doença

A dermatologista Aline Longatti alerta que o câncer de pele pode afetar qualquer pessoa, apesar de fatores como pele clara, presença de muitas sardas e histórico familiar aumentarem o risco. Ela enfatiza a importância da observação atenta da pele para detectar precocemente sinais suspeitos, como pintas e manchas que mudam de aparência. Apesar de o câncer de pele não melanoma ter uma alta incidência, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa. Contudo, sem tratamento adequado, pode causar deformações físicas.

Para identificar pintas suspeitas de evoluir para câncer, Longatti recomenda o método ABCDE:

  • Assimetria: uma metade da pinta é diferente da outra.
  • Borda: bordas irregulares ou mal definidas.
  • Cor: variação de cores na mesma pinta.
  • Diâmetro: maior que 5 milímetros.
  • Evolução: mudanças na cor, forma ou tamanho da pinta.

O diagnóstico do câncer de pele geralmente começa com um exame clínico, frequentemente utilizando um dermatoscópio, que permite examinar as camadas da pele não visíveis a olho nu. Isso ajuda a determinar se uma biópsia é necessária.

Na prevenção, Longatti destaca a importância do uso diário de protetor solar com FPS acima de 30, mesmo em dias nublados, e sua reaplicação a cada três horas. A proteção UVA e UVB é vital para prevenir o câncer de pele. Recomenda-se também o uso de roupas de manga longa, chapéus de aba larga e óculos de sol para proteção direta do sol. Ela aconselha evitar a exposição ao sol intenso, especialmente entre 9h e 15h, quando os raios UVB são mais fortes.

Além disso, a hidratação oral é crucial, especialmente durante ondas de calor. Longatti sugere o uso de nutricosméticos orais, como o polipodium leucotomus, para auxiliar na fotoproteção da pele

Há diferenças regionais na incidência de certos tipos de câncer. Por exemplo, o câncer de fígado é mais comum na região Norte, relacionado a infecções hepáticas e doenças hepáticas crônicas, enquanto o câncer de pâncreas é mais incidente no Sul, com obesidade e tabagismo sendo fatores de risco significativos.

Em termos de distribuição geográfica, as regiões Sul e Sudeste do Brasil concentram cerca de 70% dos casos de câncer. Entre os homens, o câncer de próstata é o mais comum em todas as regiões, exceto pelo de pele não melanoma. Nas regiões com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), câncer de cólon e reto também figura entre os mais incidentes. Já nas mulheres, o câncer de mama é o mais comum, seguido pelo colorretal nas regiões mais desenvolvidas, enquanto o câncer do colo do útero é mais frequente nas regiões com menor IDH.

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