Saiba por que o concreto dos romanos era tão durável

Pesquisadores dizem que o segredo estava na forma de preparo

Fernanda Cappellesso
Por Fernanda Cappellesso
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Tenho certeza porque você já se perguntou qual o segredo que faz com que os prédios romanos ultrapassem séculos e continuem sólidos e resistentes.  Pois bem, saiba que essa curiosidade tem sido motivo de diversas pesquisas do mundo da engenharia. 

 

A engenharia foi um campo em que os romanos demonstraram enorme maestria. Suas  estradas, aquedutos, portos e edifícios  ainda sobrevivem cerca de dois milênios depois de sua construção. 

 

O concreto está presente em várias dessas estruturas. Como exemplo, podemos citar o Panteão de Roma, que tem a maior cúpula de concreto não reforçado do mundo. Ele foi inaugurado em 128 d.C. e  ainda está intacto.

 

 

Intactos também estão  aquedutos  que fornecem água para Roma até os nossos dias. Como contraponto, bastaram algumas décadas para muitas estruturas modernas de concreto ruírem.

 

Uma equipe formada por pesquisadores  do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), da Universidade Harvard (ambos nos EUA), do DMAT (Itália) e do Instituto de Mecânica de Materiais (Suíça) descobriram  que os métodos romanos de fabricação de concreto que incorporavam várias funcionalidades importantes de autocura. As descobertas foram publicadas na revista Science Advances.

O que os pesquisadores descobriram é surpreendente e muda a visão e estudos antigos que acreditavam as cinzas vulcânicas da área de Pozzuoli, na Baía de Nápoles, a razão para a durabilidade dos edifícios. Historiadores e pesquisadores achavam que  esse tipo específico de cinza era um componente-chave para o concreto.

As  amostras antigas contêm substâncias minerais brancas brilhantes pequenas e distintas em escala milimétrica, há muito reconhecidas como um componente onipresente dos concretos romanos. Esses pedaços brancos, muitas vezes chamados de “clastos de cal”, são originários da cal, outro componente-chave da antiga mistura de concreto.

E estão nestes  minúsculos “clastos de cal”,a resposta para mudança total de pensamento sobre a durabilidade do concreto romano.   Achava-se que eles eram o resultado de práticas de mistura desleixadas ou matérias-primas de baixa qualidade.

 O novo estudo sugere que são os “clastos de cal” que davam ao concreto uma capacidade de autocura anteriormente não reconhecida. Os pesquisadores submeteram os “clastos de cal” a exames cuidadosos no laboratório de pesquisa da Masic, usando imagens multiescala de alta resolução e técnicas de mapeamento químico pioneiras. Foi aí que  obtiveram novos conhecimentos sobre a 

Estudando amostras desse concreto antigo, os estudiosos determinaram que as inclusões brancas eram, de fato, feitas de várias formas de carbonato de cálcio. Os estudos disseram ainda que elas foram formadas em temperaturas extremas. 

A pesquisa concluiu que era  mistura a quente a na verdade a chave para a natureza superdurável do concreto romano.